Podia ver que Anahí estava nitidamente constrangida, mas, ao contrário dela, eu achava tudo aquilo muito engraçado.
Depois que tomamos o sorvete, que por sinal estava delicioso, fomos embora.
Marichelo e Henrique fizeram questão de que prometêssemos que voltaríamos em breve e, na verdade, daquela vez eu pretendia cumprir com a minha palavra.Foi com muito custo que me despedi de Anahí no saguão de seu prédio. Tinha uma pequena esperança de que ela me convidasse para subir, mas não foi isso o que aconteceu.
Com um beijo terno e apaixonado ela soltou um 'Até amanhã' e virou-se para entrar no elevador.A semana que se seguiu foi de longe uma das melhores da minha vida. Eu e Anahí algumas vezes fugíamos para a tal 'sala da perdição'' para que ficássemos sozinhos. O problema é que as pessoas da empresa, muitas das quais conheciam Zuria, estavam começando a desconfiar. O problema só não era maior porque Anahí não fazia questão de gritar aos quatro ventos que estávamos juntos.
Ela era, digamos que, bastante profissional, e não gostava de comentários maldosos a respeito dela estar se relacionando com o chefe. Até por isso ela fazia questão de ser tão discreta.Alfonso: Só um minuto, por favor. – Insisti. Como eu tinha que fazer todas as vezes que queria ficar algum tempo sozinho com ela.
Anahí: Alfonso, não dá. – Sussurrou – Angelique está voltando, preciso terminar o projeto que ela deixou.
Alfonso: Eu sou o seu chefe, não a Angelique.
Anahí: Por isso mesmo! – Encarou-me decidida – Não quero que os outros fiquem falando que eu estou saindo com você, não enquanto... – Ela abaixou os olhos – Deixa pra lá.
Alfonso: Não enquanto o que?
Anahí: Deixa pra lá. – Repetiu.
Alfonso: Vamos, Anahí, diga o que te incomoda. – Considerando o fato de que ela ainda não sabia daquele pequeno detalhe sobre o meu casamento, eu não imaginava ao certo o que poderia deixá-la tão resistente em relação a mim.
Anahí: Alfonso, o que nós temos afinal? – Soltou por fim – Não somos amigos, mas também não somos namorados. Estamos nos conhecendo, okay. Mas eu não quero que as pessoas pensem que eu estou transando com você para manter o meu trabalho. Até porque eu não estou. – E ela não estava mesmo. E aquilo me fazia ver que mais uma vez entre eu e Anahí acontecia algo que jamais me passara antes. Vejam só, os meus 'casos' não duravam mais que três dias, ou seja, ela não era somente um caso pra mim, era bem mais que isso, até porque para ser um caso deveria ter sexo, algo que ainda não acontecera entre nós.
Alfonso: Isso te incomoda demais, não é? – Ela assentiu, quieta – Any, eu não sei o que te dizer. Eu gosto muito de você, mas é cedo para esse lance de namorar e tal. – Conclui. A verdade é que esse lance de namorar era uma ideia incabível na minha atual situação. Para isso eu deveria, no mínimo, ser solteiro, concordam? Divorciado, quem sabe.
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Palavras, apenas palavras
FanficPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...