Capítulo 83 - Anahí's & Poncho's POV

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*Capítulos com narrações intercaladas.

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*Anahí's POV*


Depois de sair do salão pelos fundos, passar em casa e trocar o vestido branco por uma roupa qualquer e enfiar algumas mudas de roupas em uma mala, eu corri para o aeroporto. Horas depois eu estava tomando um avião para San Francisco. As horas que vieram a seguir pareceram uma eternidade. Eu precisava vê-lo e meu coração minuto a minuto batia mais acelerado. Não havia nada em minha mente a não ser ele. Ele e aquele sorriso que me encantava, aqueles olhos que me envolveram desde o primeiro instante... 


Tanto tempo depois e o sentimento reprimido e jogado para debaixo do tapete voltava com tudo. Mais forte, mais intenso. 

Sentia-me incompleta sem ele ao meu lado. Precisava sentir o seu cheiro, seu abraço. Sentir seus lábios tocando os meus sutilmente, para depois iniciarmos aquele beijo desesperado e cheio de desejo. Aquele beijo que eu não havia provado com ninguém mais a não ser com ele. Ele...


Suspirando, senti uma pequena lágrima escorrer pela lateral do meu rosto. Uma lágrima de saudade, mas, acima de tudo, de felicidade. Porque eu tinha a certeza que dali a algumas horas eu estaria em seus braços. Talvez em baixo do chuveiro ou enrolada num mar de lençóis brancos, quem sabe no chão da sala ou em cima da mesa da cozinha, mas eu estaria com ele. E, independente de qualquer coisa, eu estaria feliz. Porque ele, e apenas ele, me bastava. 


No caminho até o hotel, ensaiei cada palavra que eu diria quando o visse, tendo a certeza de que o máximo que eu conseguiria fazer seria correr para seus braços e beijá-lo. Sabe quando a vontade e a necessidade que você sente por alguém é tão grande que parece sufocar quando está longe? Era exatamente assim que eu me sentia naquele momento. Cada fibra do meu ser precisava dele, do meu homem, do meu amor, do meu Poncho.


A lua iluminava o céu, e a passos largos eu desci do táxi e caminhei até o saguão do grande hotel. 


Anahí: Boa noite.


– Boa noite, posso ajudá-la? – Perguntou a recepcionista.


Anahí: Ahm, eu gostaria que avisasse Alfonso Herrera que Anahí está aqui.


– Só um momento – Depois de digitar algo em seu computador, e ligar para o quarto de Alfonso ela continuou – Lamento, senhorita, mas ninguém atende no quarto do senhor Herrera.


– Alfonso Herrera? – Ouvi um senhor simpático dizer enquanto se aproximava de mim. Ao ver o terno que vestia e o pequeno crachá identificador preso em seu paletó, eu o reconheci. Era o gerente do lugar – Ele saiu agora a pouco, me avisou que caso uma mulher de nome Anahí Portilla o procurasse, que a deixasse subir e esperar em seu quarto. Acredito que estou falando com ela, certo?


Anahí: Certo. – Respondi – Sabe me dizer aonde ele foi?


– Não sei ao certo, perdoe-me. O vi sair em direção à floricultura logo aqui na esquina, quem sabe está lá. E bom, estava a pé, então acho que não irá demorar. A senhorita pode subir e esperar. – Subir e esperar? Não. Eu iria atrás dele. Eu, simplesmente, não conseguia ficar mais um segundo longe dele. 


Anahí: Peça para levarem essa mala para o quarto, sim? Eu vou atrás dele. – Sorri, recebendo um olhar cúmplice em resposta. 


Apressada, saí do hotel. Parei na calçada avistando a floricultura na esquina, do outro lado da rua. Apertei o passo e senti meu coração perder o compasso. Respirei fundo, trêmula. Minhas pernas vacilaram quando o vi através da vitrine daquele lugar. Tão lindo.


Céus, eu nem acreditava que era meu. Alfonso tinha em mãos um buquê enorme de rosas brancas, que se confundiam com a sua camisa também alva. Ele sorria conversando com uma senhora. Os cabelos levemente molhados, um pouco maiores do que da última vez em que o vira. 

O vi sair da floricultura, e me peguei paralisada, apenas observando-o do outro lado da rua. 

Era tão estranho tudo o que estava sentindo. Algo como um amor tão grande que eu não conseguia sequer expressar.

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*Poncho's POV*


Estava confiante de que ela viria. Alguma coisa dentro de mim dizia isso. A conexão existente entre eu e Anahí era forte demais para que se perdesse. Minha vida começaria a partir do momento em que ela voltasse para mim. Eu a faria esquecer de todo o mal que eu fiz, eu a faria a mulher mais feliz desse mundo. 


E ela poderia chegar a qualquer momento. Ela poderia chegar... Agora!


Ergui meu rosto, imediatamente meu coração tomou uma velocidade frenética. Uma corrente de euforia percorreu todo o meu corpo. Ela estava ali. Logo ali. Parada do outro lado da rua, iluminada pelas luzes dos carros que passavam. Sorria, olhando-me. Minha Anahí, tão minha.


Encarei seus olhos, ignorando a tudo e a todos que estavam ao meu redor. Sorri-lhe, sentindo-me completo como há tempos não sentia, dei alguns passos, sendo atraído pelo seu sorriso, como se existisse ali uma espécie de ímã. Estava preso a ela, e aquela era a melhor sensação do mundo. 


Mais alguns passos, estava cada vez mais perto da minha garota.


Um rosto iluminado a alguns metros de mim, um sorriso doce, um par de olhos azuis que me fitavam apreensivos. Uma buzina, o barulho dos pneus cantando no asfalto, um grito e nada


– Alfonso, acorda! Alfonso, por favor! Al... – A voz dela parecia tão desesperada. Eu queria responder, no entanto, não conseguia. Não conseguia me mover, não via nada. Apenas sentia duas mãos geladas em meu rosto. Em questão de segundos, acho que meus sentidos pararam de funcionar, já não ouvia, não sentia, perdi-me num mar de escuridão.

Palavras, apenas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora