Estava hesitante, confesso. Não deveria ter aceitado jantar com ele, mas sei que ele não desistiria até que minha resposta fosse sim. Na verdade, não é que eu não quisesse jantar com ele, mas eu tinha plena consciência de que se ele realmente quisesse algo comigo e me colocasse contra a parede, eu me derreteria em seus braços sem nem pensar duas vezes. E eu não queria isso. Eu não era assim. Não era exatamente o tipo de mulher que cai em cantadas baratas, que sai cada noite com um e essas coisas. Não que eu fosse uma santa, tinha lá os meus momentos nada puritanos, mas ele era meu chefe. Poxa, isso não ia dar certo.
Alfonso: Está linda! – Disse tirando-me do meu devaneio.
Anahí: Obrigada. Desculpe pelo atraso.
Alfonso: Valeu a pena esperar. – Ofereceu-me o braço – Vamos? – Com um meio sorriso no rosto eu segurei em seu braço e ele me conduziu até o carro.
Estava especialmente bonito naquela noite. Uma calça social preta, a camisa branca um pouco aberta sob o paletó. Era de tirar o fôlego. Digam-me, como resisti-lo?
Demorou cerca de meia hora até chegarmos ao restaurante. Alfonso portava-se como um perfeito cavalheiro, pouco parecia o homem de algumas horas atrás.
Alfonso: Eles servem o melhor salmão da cidade. – Comentou olhando o cardápio.
Anahí: Salmão me lembra o meu pai. – Disse, lembrando-me das inúmeras vezes que o senhor Enrique ia pescar e voltava para casa gabando-se de quantos salmões havia pego. ‘Sou o rei dos mares’ dizia, e o resultado é que tínhamos que passar o resto da semana comendo salmão. E lembrando disso hoje, devo confessar que era algo que particularmente me encantava.
Alfonso: O seu pai? Ele é algum tipo de peixe e você uma sereia? – Perguntou divertido. E pela milésima vez naquela noite eu ri das piadas sem graça dele. Ele conseguia ser bem agradável quando queria.
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Palavras, apenas palavras
FanficPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...