Capítulo 35 - Poncho's POV

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Minha cabeça estava a mil, precisava achar uma solução para o problema no qual eu havia me metido. Já estava de pé, pronto para procurar Anahí e conversar com ela, quando a própria entrou como um tufão em minha sala.

Alfonso: Anahí! – Exclamei – O que aconteceu? – Perguntei diante da expressão torturada dela.

Anahí: Alfonso, como você pôde? – Praticamente gritou, e sua mão voou com força em meu rosto, estalando em minha bochecha.

Alfonso: Você está louca? – Perguntei no mesmo tom que ela. Que diabos era aquilo? Quem ela pensava que era para entrar na minha sala e me esbofetear daquela maneira?

Anahí: Alfonso, eu tenho nojo de você! 

Alfonso: Do que você está falando? – Perguntei ainda sem entender o motivo da fúria repentina.

Anahí: Como pôde fazer isso? Você é casado, mas que merda! – Grunhiu, e aí eu entendi. Anahí descobrira tudo. Droga. Não era para ser daquele jeito. Naquele instante eu já podia perceber que por traz de toda aquela raiva ela estava muito magoada. E aquilo era a última coisa que eu queria. – Eu tenho nojo de você.

Alfonso: Anahí, me escute, por favor. – Tentei manter a calma, mas a verdade é que eu não estava calmo porcaria nenhuma – Eu ia te contar. – Disse e ela riu, uma daquelas risadas irônicas que ela costumava dar.

Anahí: Ah você ia me contar? E daí? O que faria depois? Iria sugerir que eu me tornasse a sua amante ou algo do gênero? – E na verdade eu não sabia o que faria depois que ela soubesse. Talvez por isso não tivesse contado nada.

Alfonso: Não. – Respondi de pronto.

Anahí: Então o que faria, Alfonso? Iria me enganar dizendo que seu casamento era uma droga e que iria se separar? Me poupe, eu não sou idiota! – Mas que droga, eu não sabia como agir diante daquilo. Estava confuso, caramba. Também tenho esse direito. Pela primeira vez na vida alguma mulher me fizera ficar completamente sem reação.

Alfonso: Any, eu não sei. – Disse sincero – Eu não sei. Eu gosto de você, não queria te machucar.

Anahí: Mas machucou. E se gostasse tanto de mim não teria brincado com o que eu sinto. Que merda, Alfonso! Eu estava apaixonada por você. Você fez com que eu me apaixonasse, você mentiu que sentia o mesmo. Eu não acredito que fui tão idiota! – Virou as costas para mim, caminhando de um lado para o outro da sala.

Alfonso: Eu não menti, Anahí. – Fui até ela segurando seus braços – Eu também sinto algo muito forte por você!

Anahí: E por quantas outras, Alfonso? – Perguntou-me, e para terminar de destroçar-me, os olhos azuis que eu tanto amava estavam marejados.

Alfonso: Por nenhuma outra, Anahí. É só você. – Deslizei minhas mãos pelo braço dela, alcançando o seu rosto. Ela imediatamente esquivou-se, voltando a ficar de costas.

Anahí: Só eu. – Repetiu com a voz fraca – Só eu e metade de Nova Iorque. – Ironizou – Só eu e a sua mulher.

As palavras que dizia eram duras, mas eu sabia que ela tinha razão de estar daquela maneira. Se pudesse voltar no tempo teria, com certeza, feito as coisas diferentes. Sabia que uma hora ou outra eu iria acabar magoando-a, mas vê-la tão ferida diante de meus olhos era muito pior do que qualquer coisa que eu imaginara.

Alfonso: Any, olha pra mim. – Segurei seu ombro, virando-a – Nada do que eu te disse foi mentira.

Anahí: Mas o que você me omitiu foi pior do que qualquer mentira. Eu gostava tanto de você – E foi a vez dela levar as mãos até meu rosto. Eu fechei meus olhos sentindo a suavidade de sua pele tocar-me a face – Pena que você não é nada do que eu imaginava. – Concluiu como uma pedra de gelo, e saiu do escritório batendo a porta. Eu prontamente fui atrás dela, mas Dulce, que vinha caminhando pelo corredor, interveio.

Dulce: Zuria chegou. – Avisou-me e seus olhos estavam duros – Está vindo para a sua sala. – Agora que tudo estava perdido de vez. Precisava falar com Anahí, no entanto não podia. Ótimo.

Palavras, apenas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora