Estava conversando com Dulce quando a esposa de Alfonso passou por nós. Com um sorriso, ela se despediu. Era a primeira vez que a via e, devo admitir, era bonita. Não sei ao certo o que senti quando olhei para ela, foi um misto de sensações que eu nem sei explicar. Era como um punhado de pena por ela ser ainda mais iludida do que eu, misturada com uma pitada de raiva por ela tê-lo todos os dias, por ela ser aquela que adormece com ele em seus braços, aquela que acorda e pode acariciar os cabelos negros bagunçados. Deus, aquilo era ciúmes e pensar nos dois juntos me matava.
O que eu sentia era algo absurdamente dúbio. Ao mesmo tempo em que eu queria que ele morresse, eu desejava desesperadamente tê-lo ao meu lado. Maldita paixão, maldito Alfonso e maldita Zuria! Okay, eu sei que a culpa não era dela, sei que o culpado era ele e a sua canalhice exacerbada, mas, entendam, é difícil não sentir raiva da mulher do homem que você ama. Ama? Não! Amava. Passado. Bom seria se eu conseguisse me convencer disso.Ainda quando eu estava na recepção, Christopher chegou, com um olhar deu a entender que queria conversar comigo e, óbvio, era o que eu queria também. Precisávamos esclarecer algumas coisas.
Christopher: Chegou bem em casa sexta? – Perguntou-me e, ao contrário do que eu imaginava, ele não parecia constrangido, bem diferente de mim.
Anahí: Cheguei viva. – Respondi divertida, ou tentando ser.
Christopher: Você deve imaginar porque eu te chamei aqui, não? – Uau, mais direto impossível.
Anahí: Sim, precisamos mesmo conversar sobre o que aconteceu. – Disse tentando não gaguejar. Pensando a respeito daquele beijo naquele exato momento, ele pareceu ainda mais insano. Vejam só, eu enchi a cara com o meu chefe, enchi seus ouvidos com meu melodrama e para terminar o beijei insana e inconsequentemente para tentar afastar da minha memória a imagem do meu outro chefe, casado, pelo qual eu estava perdidamente apaixonada.
Christopher: Calma. – Pediu, interpretando, talvez, aquele meu ar de desespero – Não é tão sério assim. – Eu respirei fundo, tentando afastar toda aquela minha apreensão.
Anahí: Eu... Ah... – Eu nem sabia o que dizer. – É que eu não queria que ficasse um clima chato entre a gente. Já não basta o Alfonso e toda aquela confusão...
Christopher: Fique tranquila, Anahí. Sei bem que se nós dois estivéssemos sóbrios não teria acontecido aquele beijo. – Por Deus, como ele conseguia falar com tanta naturalidade a respeito daquilo? – Sei também que você está fragilizada com o que aconteceu entre você e Alfonso. – Também pudera, eu havia contado tudo com detalhes na noite passada. – Não quero que pense que tentei me aproveitar desse seu momento de fragilidade.
Anahí: Ah não! Claro que não! – Isso realmente não havia passado pela minha cabeça. Era mais fácil eu estar me aproveitando dele na minha tentativa frustrada de esquecer Alfonso, do que o contrário – Eu não pensei isso não. Sério mesmo.
Christopher: Eu realmente não quis ser desrespeitoso.
Anahí: Eu sei. – Disse de pronto.
Christopher: Então... – Segurou minha mão – Estamos resolvidos, certo? – Respirei aliviada, jamais pensei que fosse ser assim tão simples.
Anahí: Certo. – Respondi com um sorriso.
Christopher: Não quero que fique nenhum mal entendido entre nós. – Eu assenti – Amigos?
Anahí: Claro!
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Palavras, apenas palavras
FanficPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...