Zuria passou o dia todo me atormentando em minha sala. Perguntava milhares de coisas, ela queria mesmo estar a par do que acontecia. Por sorte, na quarta-feira a deixei a encargo de Maite. Ela era a pessoa ideal para guiar Zuria lá dentro, tinha mais tempo e paciência que eu.
Mas, ao contrário do que vocês pensam, eu não fui cara de pau o suficiente para ir atrás de Anahí. Eu a magoara e ela não queria me ver. Depois da última conversa que tivemos, acho que o mínimo que eu poderia fazer é deixar que ela ficasse um tempo sozinha, para só depois tentar dar algum tipo de explicação. Explicação essa que eu não tinha até então. Quando o assunto era Anahí me fugiam as palavras. Não sabia o que dizer a ela, e tampouco tinha como explicar-me, o máximo que conseguia e poderia fazer era pedir-lhe desculpas.
Dulce: Alfonso, o Sr. Monteiro já está esperando. – Avisou-me da porta.
Alfonso: Claro. – Tinha uma reunião importante. Monteiro era dono de uma das maiores imobiliárias da cidade – Mande-o entrar.
Dulce: Okay.
Alfonso: Espera. – Disse, quando ela já virara as costas. – Venha cá um pouco. – Ela veio, ainda que meio desconfiada. Desde o episódio com Anahí ela me tratava de uma maneira estranha, o que me fazia pensar que certamente ela sabia de tudo. – Tem visto a Anahí? – Que pergunta idiota, era óbvio que sim, ela trabalhava lá e eu só não a via porque nos últimos dois dias estava enfurnado em minha sala.Dulce: Sim. – Respondeu seca.
Alfonso: E como ela está? – Ela me encarou, e eu tinha certeza que iria gritar comigo, considerando a careta que me fez.
Dulce: Bem. – Ao contrário do que eu imaginava, Dulce respondeu calma e friamente.
Alfonso: Bem?
Dulce: Escute, Alfonso, eu não quero me meter na sua vida pessoal. Durante todos os anos em que trabalho aqui jamais fiz isso, e não é agora que eu vou começar, mas, por Deus, deixe a Anahí em paz.
Alfonso: O que você sabe a respeito do que aconteceu? – Perguntei, ignorando o que ela acabara de falar.
Dulce: O suficiente para saber que você a magoou e que ela não merece isso. Agora se me dá licença. – Virou-se pronta para sair.
Alfonso: Só mais uma coisa. – Pedi, ela olhou-me da porta – Ela e Zuria... – Fui interrompido.
Dulce: Não. Maite está mantendo Zuria ocupada, e Anahí não sai da sala dela. Mas um dia elas vão se encontrar. Você sabe disso. – E eu sabia. Só temia a reação de Anahí perante Zuria, e mais que isso temia o que ela sentiria estando frente a frente com minha mulher. Pode parecer mentiroso e repetitivo, mas eu jamais quis magoar a Anahí.
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Palavras, apenas palavras
FanfictionPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...