Existe sensação mais maravilhosa do que estar com a pessoa que você ama e poder amá-la sem qualquer receio? Não. Não existe. É a sensação de estar plena, de estar em paz.
Anahí: Você precisa descansar.
Alfonso: Você também. – Levantando-me, ajeitei os travesseiros para que ele pudesse deitar. Cobrindo-o, sentei-me na beirada da cama. – Hey, vem cá. – Esticou o braço abrindo espaço para que eu me deitasse ao seu lado.
Anahí: Ah não... – Neguei com a cabeça – Imagina se alguém entra aqui e vê isso? – Perguntei rindo – Vou ser expulsa do hospital.
Alfonso: Eu não vou fazer nada. Só quero dormir com você. Te abraçar, sentir você... – Desarmada diante das palavras dele, até porque eu queria exatamente o mesmo, eu me aconcheguei em seus braços. Alfonso cobriu-me e envolveu meu corpo com o braço que estava bom, descansando o braço fraturado sobre o seu abdômen.
Anahí: O tempo podia parar agora. – Disse depois de um longo suspiro. Sorrindo, ele virou o rosto para encarar-me. Sua mão trouxe o meu rosto para mais perto dele, e eu me peguei sendo tomada por todas as sensações surreais que ele me causava. O coração frenético, as mãos trêmulas, a respiração falha e a vontade de mergulhar naquele sentimento tão intenso. Deus, o que eu estou dizendo? Eu já havia mergulhado. E já havia ido tão fundo que não havia mais volta. E para que haver volta? Voltar era tudo o que eu menos queria.
Sentir o calor dos lábios dele roçando os meus foi como ir ao céu e voltar incontáveis vezes. Afundando meus dedos em seus cabelos, mordisquei seu lábio, sentindo uma de suas mãos apanhar-me o rosto. Levemente sua língua encontrou a minha. Tão suave e intenso. Meu coração parecia explodir. Perfeito como antes. A mesma sincronia, a mesma sensação de que o mundo parara de girar.
O beijo tão cheio de saudade ganhava intensidade. Sentia meus lábios quentes, tocando os dele cada vez mais rápido. Meus dedos agarravam-se aos seus cabelos. A mão dele até então em meu rosto, apertava-me a cintura com força.
Anahí: Poncho... – Disse entre seus lábios.
Alfonso: Eu disse que não ia fazer nada. – Respondeu rindo, mordendo-me o queixo em seguida. – Não que eu não queira...
Anahí: Você está machucado e nós estamos num hospital. Então, não, você não quer. – Rebati, contendo uma gargalhada. Devo confessar que, se não fosse a minha preocupação com o seu braço fraturado, eu não me importaria, exatamente, em estar num hospital.
Alfonso: Sim, eu quero, e você também quer. – Cantarolou, e eu senti sua mão deslizar da minha cintura para o meu quadril. Dei-me conta então que nossas pernas já estavam enlaçadas, e metade do meu corpo estava sobre o dele.
Anahí: Shhh, pare. – Rolei os olhos, e então a mão que ele mantinha repousada em minhas costas seguiu o mesmo caminho que a outra.
Alfonso: Ai! Merda! – Recolheu a mão, mantendo, novamente, seu braço dobrado.
Anahí: Eu não disse? Você está machucado, Poncho! Isso é sério. Seu braço está fraturado. Tem que cuidar. – Recebendo uma careta de reprovação, eu saí de cima dele, ajeitando-me ao seu lado. Sorrindo, repousei minha cabeça em seu peito, sentindo o vai e vem de seus dedos, num carinho gostoso em minhas costas.
Alfonso: A sua sorte é que a minha saudade de você é tanta que só com um abraço já me sinto feliz. – Disse brincalhão.
Anahí: Palhaço! – Resmunguei, dando um leve beijinho em seu pescoço. E ali ficamos, naquela troca de carinhos até que o sono viesse. E ele tardou a vir.
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Alfonso: Essa porcaria de acidente estragou a surpresa que eu ia fazer pra você. – Foi com essa frase que acordei. Lentamente abri os olhos, dando de cara com o rosto de Alfonso bem próximo ao meu. Foquei seu sorriso para depois fixar-me em seus olhos. E aquela seria a visão maravilhosa com a qual eu queria acordar todos os dias.
Anahí: E qual ia ser a surpresa? – Perguntei, ainda sonolenta.
Alfonso: S-u-r-p-r-e-s-a, Anahí. Eu não vou te contar. – Suspendi a sobrancelha, sorrindo.
Anahí: Tá legal. Nem estava curiosa mesmo. – Brinquei – Está acordado há quanto tempo?
Alfonso: Uma meia hora. – Deu de ombros – Estava vendo você dormir. Tão linda.
Anahí: Tão sua. – Completei, espreguiçando-me. – O médico já veio te ver hoje?
Alfonso: Não, só a enfermeira entrou para ver como eu estava.
Anahí: Aquela de ontem?
Alfonso: Não, outra. – Rolou os olhos, achando graça.
Anahí: E vai ter alta? – Levantei-me da cama, depois de dar um longo beijo em sua testa.
– Veremos isso agora. – Disse a voz da porta.
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Palavras, apenas palavras
Fiksi PenggemarPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...