Capítulo 84 - Anahí's POV

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Sugestão de música para o capítulo: Lighters - Eminem & Royce Da 5'9 ft. Bruno Mars (Jervy Hou & Bri Heart Cover)

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_cyV9O9Q2rM


Eu não sabia o que fazer. Não sabia como agir. O desespero que me abrangia era tão grande que eu nem sequer conseguia raciocinar. Agarrada ao corpo imóvel de Poncho no chão, eu apenas conseguia chorar. Algum tempo depois uma ambulância chegou, e sendo tirada de cima de Alfonso por um enfermeiro, vi eles o imobilizarem e o colocarem na maca.


– Moça, não foi minha culpa. Ele estava no meio da rua. – Escutei aquele que deveria ser o motorista do carro dizer. Não consegui dar-lhe qualquer resposta. Droga, eu só queria que ele acordasse. 


– Vamos levá-lo ao hospital, a senhorita é o que dele? – Perguntou um dos enfermeiros.


Anahí: E-eu... E-eu... – Levei as mãos à boca, o choro era incontrolável. Nunca havia sentido um desespero tão grande. Meu coração estava apertado. Aquilo doía. Eu trocaria qualquer coisa no mundo para que ele acordasse. Para que seus olhos verdes estivessem brilhando e seu sorriso voltasse para o seu rosto.


– Ela está em choque. – Um outro enfermeiro disse, conduzindo-me para dentro da ambulância. Sentei-me ao lado de um dos enfermeiros, observando Poncho na maca à minha frente. Incapaz de dizer qualquer coisa, eu apenas chorava, baixinho.


Deus, estavam colocando uma máscara de oxigênio nele. Os aparelhos apitavam apontando seus batimentos cardíacos.


Sentindo uma mão tocar o meu braço, percebi que o enfermeiro ao meu lado media a minha pressão arterial. Meus olhos mantinham-se perdidos em Poncho. Havia sangue em sua camisa. Da onde viera aquele sangue? Parecia escorrer de sua cabeça.


Uma pontada no peito, se o perdesse, morreria.


Chegando ao hospital o levaram para algum lugar, e eu fui deixada no pronto socorro.


Anahí: Hey, aonde você vai? Como ele está? O que aconteceu? Pra onde estão levando ele? – Segurei o braço do enfermeiro que estava comigo na ambulância. Em completo pânico eu desandei a falar e a pedir explicações.


– Senhorita, por favor, se acalme, ele vai ficar bem.


Anahí: O que ele tem?


– Vamos fazer alguns exames, se acalme.


Anahí: Como você quer que eu fique calma se o homem que eu amo está deitado numa maca? – Gritei, afundando as mãos nos cabelos e deixando as lágrimas correrem com mais intensidade.


– Ele não corre perigo, por favor, se acalme.


Anahí: Então por que ele está desmaiado? Por que não acorda?


– O desmaio provavelmente veio do baque da queda. Vamos fazer os exames necessários, os médicos cuidarão dele. Aguarde aqui, a senhora também precisa de alguns cuidados, está nervosa demais. – Eu não iria me acalmar. Não enquanto não o visse bem.


Anahí: Eu não posso ficar aqui. Não posso ficar aqui sem ele!


– Tudo o que está ao nosso alcance será feito. Fique calma, descanse, e assim que ele acordar você poderá vê-lo. 


Anahí: Por favor, não deixe que ele mo... – A palavra morreu em minha garganta. Engasgada num mar de lágrimas.


– Ele vai ficar bem, eu garanto. – Assenti, incerta, encolhendo-me numa poltrona daquela sala. Uma enfermeira deu-me um comprimido para que eu me acalmasse. E ali eu esperei, horas.

Palavras, apenas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora