Capítulo 61 - Anahí's POV

1.9K 103 6
                                    

Música da cena: Shakira & Wyclef Jean - Hips Don't Lie

(https://www.youtube.com/watch?v=DUT5rEU6pqM)

_____________________

Eu ainda não havia bebido o suficiente para colocar o meu plano em ação. Oh sim, eu havia me convencido de que deveria fazer aquilo. Era só um final de semana, e não havia mal nenhum nisso. Eu não disse que eu mudava de ideia muito rápido? De qualquer forma, aquela era a oportunidade perfeita, e talvez a única que eu teria.

Quando chegamos à pista de dança, Alfonso ficou meio sem reação. Mal se movia a minha frente, e aquilo era meio... Engraçado.

Anahí: Ué, não queria dançar? - Perguntei me aproximando. E colocando minhas mãos em sua cintura eu o balancei, obrigando-o a chacoalhar os quadris. Ele riu, fazendo graça, e depois voltou aos seus movimentos quase nulos.

Alfonso: Eu acho que não sei dançar esse tipo de música.

Anahí: Então eu te ensino. - Sorri, aproximando nossos corpos. Deixando que a música conduzisse os meus movimentos, comecei a oscilar meu corpo em movimentos leves. Levei as mãos até meus cabelos, segurando-os, enquanto meus quadris se moviam de um lado para o outro - Vamos, Alfonso! - Disse, com um sorriso contido. Ele meneou a cabeça, negando com uma risada gostosa - Deixe de ser chato! - Resmunguei, rolando os olhos. Segurei suas mãos e as coloquei em minha cintura, enquanto mantinha meu corpo em movimento - Sinta a música, Poncho! - Fechei os olhos, ficando de costas para ele. Jogando a cabeça para trás, continuei me movendo e logo ele o fazia junto comigo, enquanto suas mãos se apertavam ainda mais em minha cintura.

"All the attraction, the tension
Toda a atração, a tensão
Don't you see baby, this is perfection
Baby, você não vê, isto é a perfeição"


Logo estávamos dançando juntos, ele me acompanhando, eu o provocando. As mãos dele se afrouxaram de minha cintura e subiram pelos meus braços, levantando-os, e prendendo-os em cruz sobre minha cabeça. Senti a respiração pesada de Poncho bater em meu pescoço, e involuntariamente meu corpo inteiro se arrepiou. Aquilo quase me fez perder a concentração. Mas não, eu continuei embalada naquela dança cheia de segundas intenções.
Alguns segundos depois ele me virou de frente, e me encarou. Senti seus olhos queimarem os meus, tamanha a intensidade com que me observavam.
Sustentando aquele olhar eu deslizei meu corpo frente ao dele, indo até o chão. Minhas mãos contornaram do seu torso às coxas. E ainda fitando-o, eu voltei a ficar em pé. Naquele instante parecia que só havia nós dois naquela pista. Nós e toda aquela conexão que nos prendia.

"Hey girl, I can see your body moving
Ei garota, eu posso ver seu corpo mexendo
And it's driving me crazy
E ele está me levando à loucura"

_____________________

*PONCHO'S POV

Lentamente ela foi se afastando, com um sorriso nos lábios, os braços abertos acompanhando os movimentos ritmados e sensuais daquele corpo. Naquele ponto eu já me esquecia de toda e qualquer convicção e apenas queria estar com ela. E Anahí parecia saber disso. Virando-se de costas para mim, ela segurou os cabelos, levantando-os e revelando a pele nua das costas bem desenhadas. Olhando-me por sobre os ombros, ela dançava, e por instinto eu fui até ela, grudando nossos corpos. Senti quando ela segurou minhas mãos que pousaram em sua cintura, pressionando-as contra si, e depois afastando-as enquanto se virava de frente para mim.

Anahí: Você está aprendendo. - Sussurrou ao meu ouvido, os lábios quase tocando a minha pele.

Alfonso: Você é uma boa professora. - Disse, já completamente absorto naquele jogo de sedução que ela propusera.

Anahí: E você um bom aluno. - Voltou a encarar-me, dessa vez, grudando nossas testas. Suas mãos seguraram firmemente a minha nuca, e fechando os olhos ela cantarolou um trecho da música que tocava - Oh baby, when you talk like that, you make a woman go mad! So be wise and keep on reading the signs of my body. (Oh baby quando você fala assim, você deixa uma mulher louca. Então seja sábio e continue lendo os sinais do meu corpo). - E merda, controle era algo que eu já não tinha. A olhava fascinado, jamais a vira daquela forma. Quem estava a minha frente era uma Anahí felina, diferente da garota de Nova Iorque. Mais uma faceta dela, uma das inúmeras que ela tinha. Ela era menina e mulher, doce e amarga, serena e louca, desconfiada e entregue, independente e insegura, frágil e dominadora. Ela era todos os opostos, ela era tudo, e eu amava tudo nela. É, meus caros, eu estava perdido.

O corpo dela continuava balançando de um lado para o outro, uns centímetros distante. Não havia contato algum entre nós, mas os olhares que trocávamos nos prendiam de tal forma que parecíamos acorrentados.

"My will and self restraint have come to fail now

Minha vontade e auto-controle vieram a falhar agora
See, I am doing what I can
Veja, estou fazendo o que posso"


Eu não conseguia resisti-la, não mais. Agarrando sua cintura com força, eu a trouxe até mim. Nossos corpos se chocaram violentamente e ela me olhou, os olhos azuis dilatados, o peito subindo e descendo apressado devido à respiração rápida. Então, sem mais ensaios eu fiz aquilo que nós dois queríamos. Alcancei a sua boca, e a beijei. Violento, sedento, intenso.
Minhas mãos deslizaram pelas suas costas, apertando-a contra mim, enquanto nossas línguas uniam-se numa dança cheia de desejo. E na verdade, aquilo tudo não era só tesão, era saudade. O beijo que começara rápido foi perdendo velocidade, e logo veio aquela sensação de plenitude que eu só sentia com ela. Saboreando cada pedaço de sua boca, e de todas as lembranças que me trazia, eu a mantinha firmemente em meus braços.
Quando faltou-nos o ar, encerramos aquele momento com um longo selinho. Ficamos com os narizes colados, meus olhos continuaram fechados, e acho que os dela também. Talvez nos faltasse coragem para nos encararmos depois daquilo.

Percebi que a música já havia acabado, dando lugar a uma outra, um pouco mais agitada, no entanto, nós não nos movíamos. Abri os olhos lentamente, confirmando a minha suspeita, ela estava mesmo de olhos fechados. Uma expressão indecifrável no rosto.

Alfonso: Me desculpe - Sussurrei, recobrando um pouco da minha consciência.

Anahí: Eu queria isso, você sabe - Disse, abrindo os olhos - Nós dois queríamos isso - Completou deixando escapar um meio sorriso.

Alfonso: Any... - Ela pousou o indicador em meus lábios, impedindo que eu continuasse.

Anahí: Não, Poncho. Nós não vamos falar sobre isso - Abraçou-me, encostando o rosto em meu ombro - Esqueça o mundo lá fora. Só por hoje - Pediu com a voz perigosamente rouca em meu ouvido. E eu? Bom, eu esqueceria.

Palavras, apenas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora