Capítulo 31 - Poncho's POV

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Naquela noite esqueci-me de tudo, esqueci do tempo, esqueci que havia uma esposa que estaria me esperando furiosa em casa. Adormeci com Anahí em meus braços e ela, naquele momento, era a única coisa que importava para mim.

Anahí: Bom dia. – Disse espreguiçando-se e abrindo os olhos para ver a bandeja de café da manhã que eu tinha preparado para ela. Tá legal, não vou mentir, eu não tinha preparado coisa alguma, mas havia sido amoroso o suficiente para acordar antes dela e ir até a panificadora comprar algumas coisas para que pudéssemos tomar aquele café juntos.

Alfonso: Bom dia! – Respondi sentando-me na beirada da cama, exatamente ao lado dela. – Dormiu bem?

Anahí: Perfeitamente. – E ela encarou-me com aqueles intensos olhos azuis. – Poncho, que lindo. – Disse-me ao ver o café que preparara. 

Alfonso: Minha menina merece. – Servi-lhe um copo de suco. Não sabia definir exatamente o que seria aquele pequeno sorriso no rosto dela. Era um curvar de lábios quase imperceptível. Ela passou minutos em silêncio, ora expondo aquele sorriso misterioso, ora com um ar pensativo, sabia que queria dizer-me algo, então eu resolvi perguntar. – Em que está pensando? – Depois de um longo suspiro ela respondeu.

Anahí: Nada. – Deu de ombros. Impossível que não estivesse pensando em nada.

Alfonso: Então porque essa cara pensativa? – Insisti.

Anahí: Não tem cara pensativa nenhuma.

Alfonso: Anahí! – Chamei sua atenção.

Anahí: Que? – Olhou-me suspendendo as sobrancelhas – Como você é insistente.- Reclamou, dando uma longa golada em seu suco. Eu soltei uma leve risada, e esperei que ela falasse. Ela ia falar, certo? Errado. Ela não falou nada

Alfonso: Vai me obrigar a te fazer falar a força? – Ela arregalou os olhos encarando-me – Posso fazer cócegas em você até que a sua única opção seja me contar o que pensa.

Anahí: Você não faria isso. – Disse depois de uma gargalhada.

Alfonso: Quer apostar? – Perguntei afastando um pouco a bandeja que estava entre nós.

Anahí: Alfonso, não! – Ordenou. E como era encantadora aquela carranca mandona que ela expunha.

Alfonso: Me conte. – Tirei o copo que ela tinha em mãos, colocando-o na badeja, em seguida coloquei-a no chão ao lado da cama – E aí?

Anahí: Ah meu Deus, você não está falando sério!

Alfonso: Ah sim, eu estou. – Inclinei meu corpo agarrando-a pela cintura. Ela tentou se esquivar, mas eu não permiti.

Anahí: Caramba! Eu não vou falar nada! – Resmungou.

Alfonso: Vamos ver se não. – Ameacei e aí a sessão de tortura começou.

Anahí gargalhava contorcendo-se sobre a cama, e eu insistia, fazendo-lhe cócegas por toda a barriga.

Anahí: Alfonso! – Gritou. E eu me pus a rir assim como ela. Parecíamos duas crianças.

Alfonso: Vai me contar? – Perguntei divertido.

Anahí: Não! – Grunhiu.

Alfonso: Então eu não vou parar. – Disse prendendo o corpo dela sob o meu, e continuando o que estava fazendo.

Anahí: Por favor. – Pediu com um biquinho no rosto. E eu não pude conter-me e colei meus lábios aos dela. Minhas mãos pararam de importuná-la e foram carinhosamente até o seu rosto. Deslizei meus dedos levemente por suas bochechas enquanto minha língua encontrava a dela. Foi um beijo lento e suave, e mesmo depois de nossos lábios terem se separado, nós continuamos abraçados. Eu sobre ela, ela com o queixo encostado na curva de meu pescoço. O silêncio veio, fechei meus olhos, sentindo-a deslizar os dedos sobre minhas costas. Um toque tão sutil que me trazia tanto conforto.

Eu não sei exatamente o que acontecia comigo quando estava com ela, mas sabia que era bom, era muito bom.

Anahí: Aquilo que você disse ontem... – Ouvi a voz rouca um pouco receosa – A respeito de estar... Ahm... De estar apaixonado por mim. É verdade? – E suas mãos pararam o vai e vem nas minhas costas. Podia imaginar o rosto de Anahí tenso esperando por uma resposta.

Alfonso: Então era nisso que estava pensando? 

Anahí: Era. – Confessou.

Alfonso: Sim, Any. É verdade. Pela primeira vez na vida me permito dizer que estou apaixonado. De verdade. – Completei.

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