Sugestão de música para o capítulo: You and Me - Lifehouse (http://www.youtube.com/watch?v=23k2PYLfNF4)
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Pior do que quando fui, eu voltei. Porcaria. Acho que eu superestimei minha força de vontade, ou, quem sabe, subestimei o que sentia por ele.
O fato é que depois daquela semana longe de Manhattan eu estava ainda pior. Em vez de esquecê-lo, ou pelo menos espairecer, eu sentia uma saudade enorme, algo que chegava a me sufocar. Nem os museus de Seattle foram capazes de me distrair. Do primeiro ao sétimo dia pensei nele, sonhei com ele, e cheguei ao absurdo de me pegar com o celular nas mãos prestes a ligar para ele. Deus, estava ficando louca. Aquela definitivamente não era eu.
Quando voltei tinha apenas uma certeza, se ele realmente tivesse pedido o divórcio eu mandaria meu orgulho ferido ao inferno e me atiraria em seus braços. E se ele não tivesse... Bom, aquela era uma hipótese que, naquele momento, eu preferia não cogitar.
Cheguei em casa no domingo à noite, e a vontade imensa de ligar para ele não passava. Eu precisava de uma garrafa de tequila ou iria mesmo enlouquecer. Mas, como não havia garrafa de tequila alguma em meu apartamento, e eu não estava disposta a sair de casa, o melhor a fazer foi tomar um banho quente e demorado.
Eu nem sei quanto tempo fiquei imersa naquela banheira. Estava quase dormindo quando ouvi o interfone tocar. Enrolei-me numa toalha branca e caminhei, sonolenta, até o aparelho. Olhei para o relógio, passava das nove.
Anahí: Oi. - Disse ao porteiro, crente de que ele anunciaria uma Paulina desesperada para saber como havia sido a minha viagem - Quem? - Senti meu coração acelerar violentamente quando ele disse o nome de quem estava lá embaixo. Era ele, Alfonso.
Atônita, eu disse para que o deixasse subir. Uma sensação de medo e ansiedade se apossou de mim. Por um segundo fechei meus olhos desejando que aquela visita fosse para me dizer o que eu queria, ou melhor, o que eu precisava ouvir.
"What day is it and in what month
Que dia é hoje e de que mês?
This clock never seemed so alive
Esse relógio nunca pareceu tão vivo"Coloquei uma camisa branca e um short qualquer, amarrei meus cabelos ainda molhados e sentei-me no sofá. Estava trêmula e meus pés batiam insistentemente no assoalho, sinal do meu descontrolado nervosismo. E então a campainha tocou. Respirei fundo, sendo inundada por uma alegria absurda, pelo simples fato de vê-lo.
Quando abri a porta nossos olhos imediatamente se encontraram. Fiquei imóvel, encarando-o, enquanto sentia meu corpo em cólera para abraçá-lo.
Alfonso: Oi, Any. - Disse com um sorriso quase imperceptível nos lábios. Rendendo-me à minha vontade, num impulso eu o abracei. Simples assim. Alcancei-o, envolvendo meus braços em sua cintura, e afundei meu rosto em seu peito.Quando senti o calor e o perfume que emanavam de seu corpo, senti-me, finalmente, completa. Uma de suas mãos deslizou para as minhas costas, acolhendo-me, a outra afundou-se em meus cabelos, desfazendo o coque frouxo. E ficamos ali, nos abraçando o mais forte que conseguíamos, já que parecia que essa força nos faltava nas palavras. Nem quando levantei meu rosto, voltando a encará-lo, eu desfiz aquele abraço, ele tampouco.
"I can't keep up and I can't back down
Eu não consigo prosseguir e não consigo voltar atrás
I've been losing so much time
Tenho perdido tempo demais"Alfonso: Como foi a viagem? - Perguntou, e eu posso estar enganada, mas sua voz estava trêmula - Vim até aqui na terça e o porteiro me falou que você tinha ido para Seattle.
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Palavras, apenas palavras
FanficPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...