Capítulo 21 - Poncho's POV

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Aquela foi a primeira vez que eu me perdi naqueles olhos. A primeira vez que eu senti uma fisgada no peito provinda de um certo medo de fazer mal àquela mulher. 
Ela estava mexendo comigo, mas o que sentia perto dela era tão bom, que optei por não pular do barco a tempo. Um grande erro, porque eu sabia muito bem as proporções que aquilo poderia tomar. 

O fato é que perto das oito, lá estava eu, com uma calça social, uma camisa e um blazer, os nervos a flor da pele, e uma rosa nas mãos. Feito um adolescente idiota que vai conhecer os pais da namorada, eu a esperava em frente ao seu prédio.

Anahí não demorou muito e apareceu no Hall de entrada. Estava, como sempre, linda. 

Alfonso: Para você. – Disse, entregando-lhe a rosa. Pude ver que ela desviou os olhos dos meus num trejeito claro de que estava envergonhada. 

Anahí: Obrigada. – Respondeu com um meio sorriso. – Vamos? – Perguntou-me e eu imediatamente abri a porta do carro para que ela entrasse. 

No caminho conversamos sobre o trabalho e até sobre a infância dela. 

Alfonso: Você? – Disse em meio a uma gargalhada.

Anahí: Sim, eu! Por quê?

Alfonso: Você não tem cara de uma pessoa que sobe em árvores.

Anahí: Ah meu Deus, Alfonso. Eu cresci em uma casa de campo. Era uma moleca. Vivia pendurada em árvores, suja de barro. – Comentou rindo com certo ar de nostalgia. – Próxima à direita. – Lembrou-me quando já nos afastávamos um pouco daquela muvuca que era Manhattan. 

Entramos por uma longa estrada, sem muitas residências, e logo paramos em frente a um simpático chalé.

Anahí: Chegamos! – Disse-me alegre enquanto descia do carro. – Alfonso, – Chamou-me – Se meus pais fizerem qualquer tipo de pergunta desagradável, por favor, não se sinta obrigado a responder.


Alfonso: Que tipo de pergunta? – Suspendi uma sobrancelha. Incrivelmente estava a cada minuto mais nervoso por conhecer os pais da minha... O que Anahí era minha?

Anahí: Como sobre seus sonhos, eles adoram perguntar isso, ou o que nós dois somos... – Disse parecendo um pouco receosa.

Alfonso: E o que nós dois somos, Any? 

Anahí: Por enquanto? Amigos.

AlfonsoPor enquanto? – Ela assentiu – Você sabe que eu queria ser mais que isso. – Tentei, e fui infeliz. Não estava tentando conquistá-la ou qualquer coisa do gênero. Naquele momento só estava sendo sincero.

Anahí: Não force as coisas. Estamos nos conhecendo, não tente apressar isso. – Pediu. 

Alfonso: Tudo bem. – Concordei depois de respirar fundo – Eu prometo que não vou estragar as coisas. – E realmente eu não queria estragá-las.

Palavras, apenas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora