Aquela foi a primeira vez que eu me perdi naqueles olhos. A primeira vez que eu senti uma fisgada no peito provinda de um certo medo de fazer mal àquela mulher.
Ela estava mexendo comigo, mas o que sentia perto dela era tão bom, que optei por não pular do barco a tempo. Um grande erro, porque eu sabia muito bem as proporções que aquilo poderia tomar.O fato é que perto das oito, lá estava eu, com uma calça social, uma camisa e um blazer, os nervos a flor da pele, e uma rosa nas mãos. Feito um adolescente idiota que vai conhecer os pais da namorada, eu a esperava em frente ao seu prédio.
Anahí não demorou muito e apareceu no Hall de entrada. Estava, como sempre, linda.
Alfonso: Para você. – Disse, entregando-lhe a rosa. Pude ver que ela desviou os olhos dos meus num trejeito claro de que estava envergonhada.
Anahí: Obrigada. – Respondeu com um meio sorriso. – Vamos? – Perguntou-me e eu imediatamente abri a porta do carro para que ela entrasse.
No caminho conversamos sobre o trabalho e até sobre a infância dela.
Alfonso: Você? – Disse em meio a uma gargalhada.
Anahí: Sim, eu! Por quê?
Alfonso: Você não tem cara de uma pessoa que sobe em árvores.
Anahí: Ah meu Deus, Alfonso. Eu cresci em uma casa de campo. Era uma moleca. Vivia pendurada em árvores, suja de barro. – Comentou rindo com certo ar de nostalgia. – Próxima à direita. – Lembrou-me quando já nos afastávamos um pouco daquela muvuca que era Manhattan.
Entramos por uma longa estrada, sem muitas residências, e logo paramos em frente a um simpático chalé.
Anahí: Chegamos! – Disse-me alegre enquanto descia do carro. – Alfonso, – Chamou-me – Se meus pais fizerem qualquer tipo de pergunta desagradável, por favor, não se sinta obrigado a responder.
Alfonso: Que tipo de pergunta? – Suspendi uma sobrancelha. Incrivelmente estava a cada minuto mais nervoso por conhecer os pais da minha... O que Anahí era minha?Anahí: Como sobre seus sonhos, eles adoram perguntar isso, ou o que nós dois somos... – Disse parecendo um pouco receosa.
Alfonso: E o que nós dois somos, Any?
Anahí: Por enquanto? Amigos.
Alfonso: Por enquanto? – Ela assentiu – Você sabe que eu queria ser mais que isso. – Tentei, e fui infeliz. Não estava tentando conquistá-la ou qualquer coisa do gênero. Naquele momento só estava sendo sincero.
Anahí: Não force as coisas. Estamos nos conhecendo, não tente apressar isso. – Pediu.
Alfonso: Tudo bem. – Concordei depois de respirar fundo – Eu prometo que não vou estragar as coisas. – E realmente eu não queria estragá-las.
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Palavras, apenas palavras
FanficPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...