Capítulo 45 - Anahí's POV

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Atônita, foi exatamente dessa maneira que eu fiquei quando cheguei ao saguão do meu prédio naquele fim de tarde. 
Depois de alguns minutos de completo choque eu consegui me mover e caminhar até o sofá vermelho que havia no meio daquele lugar. Sofá esse onde Alfonso me esperava sentado.

Anahí: O que faz aqui? – Olhei-o, exasperada.

Alfonso: Precisava falar com você, e como você não estava na empresa... – Disse levantando-se – Podemos conversar? – Na verdade eu não podia, ou melhor, não devia conversar com ele, mas eu queria ouvir o que ele tinha a dizer.

Anahí: Okay, fale.

Alfonso: Posso subir?

Anahí: Não. – Ele suspendeu a sobrancelha.

Alfonso: Tá legal. Então vamos até o café aqui na esquina. O que acha? 

Anahí: Olha, Alfonso, eu não tenho muito tempo, então fale de uma vez.

Alfonso: Não tem muito tempo? O que vai fazer hoje?

Anahí: Não que seja da sua conta, mas vou aproveitar que cheguei mais cedo em casa e vou correr no Central Park. 

Alfonso: Certo, eu vou com você.

AnahíQuê? Não vai não.

Alfonso: Por quê? – Como assim por quê? Agora iríamos passear juntos no parque como se fôssemos uma espécie de casal?

Anahí: Porque eu quero relaxar, Alfonso. E eu não consigo fazer isso se você estiver por perto, você me estressa.

Alfonso: Me desculpe, não é a minha intenção estressar você.

Anahí: Dá pra me dizer logo o que você quer? – Disse irritada. A verdade é que me irritava o fato de eu, apesar de tudo, ainda querê-lo tanto. 

Alfonso: Any, eu só quero conversar com você, com calma.

Anahí: Não me chame de Any! – Rebati. Ele abaixou os olhos, ficando em silêncio por um tempo e depois voltou a encarar-me.

Alfonso: Eu só queria dizer que eu sinto a sua falta, que eu quero você e que eu vou pedir o divórcio o mais rápido possível. – As palavras dele me atingiram em cheio. Toda a minha fúria e a minha convicção se esvaíram e eu nem conseguia pensar direito. Sendo assim, diante do meu silêncio, ele continuou – Era isso. – Concluiu, virando-se para ir embora, mas algo dentro de mim falou mais alto, eu não queria que ele fosse. Não com aquela carinha decepcionada que ele fizera diante de todo o meu descaso. Mas que droga.

Anahí: Alfonso. – Ele olhou-me – Eu vou subir e me trocar, me espere aqui, podemos tomar um café.

Alfonso: Obrigado. – Agradeceu com um meio sorriso. E mais uma vez, droga! Ele estava conseguindo derreter o meu coração de gelo. Infeliz.

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