Capítulo 85 - Poncho's POV

1.9K 106 7
                                    

Um braço fraturado, arranhões no tronco, braços e pernas, supercílio cortado, e um desmaio causado pelo baque da minha cabeça com o meio fio. Uma pequena fratura que me fez perder temporariamente a consciência, mas que não resultaria em nada mais sério. 


Alfonso: Obrigado. – Agradecia à enfermeira que, depois de limpar os meus machucados, terminava de fazer os curativos. 


– Você teve sorte. – Sorriu-me, simpática.


Anahí: Alfonso, meu Deus... – Ouvi a voz de Anahí ecoar pelo quarto. Levantando os olhos a vi irromper pela porta, a expressão num misto de aflição e alívio. Ajeitei-me na cama, sentando-me. – Como você está? – Sentou-se. Exatamente entre mim e a enfermeira.


Sugestão de música para a cena: One and Only - Adele

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=wA4ppvp2IzY


Alfonso: Melhor agora. – Levantei um braço, tocando o seu rosto – Você veio. – Disse, delineando suas bochechas. Quanta falta me fazia tocá-la, vê-la assim tão perto.


Anahí: É claro que eu vim. Eu... – Olhou a enfermeira sobre os ombros. – Dá licença? – A moça, parecendo ultrajada, arqueou as sobrancelhas e manteve-se ali. – Anda, sai! – Contive o riso. A loira se levantou e ajeitando o uniforme branco saiu do quarto. – Abusada! – Rolou os olhos.


Alfonso: Tem alguém aqui com ciúmes?


Anahí: Você reparou o jeito sorridente e atrevido que ela olhava pra você? Ah, é claro que reparou, você estava gostando... – Falava sem nem parar para respirar.


Alfonso: Hey, hey, hey – Segurei seu queixo, e ela me olhou com tamanha doçura que eu, simplesmente, esqueci tudo o que ia falar.


Anahí: Desculpa. Eu acho que estou nervosa e por isso comecei a falar bobagens. – Disse, aproximando-se um pouco mais de mim – Eu... – Encarou as mãos, para depois voltar a fitar-me – Eu senti tanto medo de perder você. Eu não ia suportar. Meu Deus, eu preciso de você. – Com os olhos cheios d'água ela me abraçou, apertado, contudo, cuidadosa. – Me desculpa por demorar tanto. – Sussurrou em meu ouvido. 


Alfonso: Eu esperaria toda uma vida. – Disse, sincero. Soltando-me de seu abraço, ela levou as mãos até o meu rosto.


Anahí: Escuta, eu amo você, Poncho. Amo tanto, tanto. E o mais engraçado é que eu nem me sinto uma boba por dizer isso depois de tanto tempo. – Anahí falava e eu, cada vez mais, me perdia na imensidão daqueles olhos. Enfim seríamos nós dois. – Eu nunca mais vou sair do seu lado, eu juro. – Seus dedos correram por meu rosto e lentamente inclinei-me aproximando nossos lábios. Esperara tanto por aquele momento...


Médico: Desculpe interrompê-los. – A voz que veio da porta fez-me lembrar que não estávamos sozinhos, isolados do mundo. – Como se sente?


Alfonso: Bem. Já posso ir para casa.


Médico: Negativo. Te deixaremos em observação até amanhã de manhã.


Alfonso: Mas, por quê? Eu já me sinto perfeitamente bem!


Médico: Só por precaução. Amanhã cedo te daremos alta. 


Anahí: Nem pense em questionar! – Disse quando viu que eu falaria mais alguma coisa – Eu vou ficar aqui com você. – Sorriu, me desarmando. Eu não queria passar toda uma noite no hospital, mas, se ela estivesse comigo, eu passaria. Se ela estivesse comigo eu ficaria em qualquer lugar, eu faria qualquer coisa. – Eu posso né? – Voltou seu rosto para o médico, e eu podia imaginar o olhar pidonho que ela fazia.


Médico: Tudo bem. 


Alfonso: Any, você ficou horas num avião, precisa descansar... 


Anahí: Como se você não soubesse que eu só fico bem perto de você! – Rolou os olhos – Eu não preciso descansar, eu preciso de você, só isso. – Completou, simples, com um sorriso brincando nos lábios. Tanto tempo depois e parecia que nunca estivemos separados. Ela agia naturalmente, sem receios ou mágoas. E eu via em seus olhos que havia sido perdoado, e que, de fato, começaríamos uma vida juntos.


Anahí: Sente dor? – Perguntou-me, depois de o médico ter nos deixado sozinhos.


Alfonso: Não... 


Anahí: Sente algum incômodo? Alguma coisa?


Afonso: Sabe o que eu sinto? 


Anahí: Hm?


Alfonso: Que eu sou o cara mais feliz e sortudo do mundo.


Anahí: Realmente foi muita sorte ter escapado quase ileso daquele atropelamento, o carro veio e bateu em você de um jei... 


Alfonso: Shhh... – Interrompi-a, pousando um dedo sobre seus lábios – Não me refiro a isso! Me refiro a você. 


Anahí: Bobo. 


Alfonso: Linda.


Palavras, apenas palavrasOnde histórias criam vida. Descubra agora