Estendi a mão, mas ela ignorou totalmente o meu gesto, passando pela porta. Eu ri, achando graça e aproveitando para reparar naquele traseiro que rebolava timidamente por baixo da saia de linho preta. E se nesse momento vocês estão pensando que sou um desses caras extremamente canalhas, devo me defender e dizer que apenas não resisto a um rabo de saia.
Alfonso: Tão séria. – Comentei, parando ao lado dela enquanto ela se mantinha concentrada em esperar o elevador.
Anahí: Desculpe? – Indagou, ainda encarando a porta do elevador.
Alfonso: Você. Está muito séria hoje.
Anahí: Impressão sua.
Alfonso: Escuta, meu bem, você não precisa ter medo de mim. – Disse, e ela soltou uma risada esganiçada. Posso estar errado, mas podia jurar que estava nervosa.
Anahí: Eu não tenho medo de você! De onde tirou isso?
Alfonso: Sempre fica na defensiva quando eu estou por perto...
Anahí: Que absurdo! Eu trato o senhor assim como trato o Sr. Uckermann. São meus chefes. – Deu de ombros.
Alfonso: Não era exatamente como o seu chefe que eu gostaria de ser tratado. – Sugeri com um sorriso no rosto, dando passagem a ela quando o elevador chegou.
Anahí: Mas o fato é que o senhor é meu chefe e é assim que eu devo e vou tratá-lo. – Eu segurei uma risada e deixei que o silêncio reinasse. Ela estava parada um pouco a minha frente, observava o teto, seus pés batiam leves e impacientes no chão. Certamente contava os segundos para se ver longe de mim, e confesso que isso me instigava a provocá-la ainda mais.
Qualquer outra numa altura daquelas já estaria praticamente implorando para um jantar ou algo mais íntimo. Ela não, ao contrário, parecia querer fugir.
Chegamos ao estacionamento ainda em silêncio, quando paramos ao lado do meu carro, eu coloquei meu melhor sorriso cavalheiro no rosto e lhe abri a porta. Ela me agradeceu com um leve curvar de lábios e foi calada durante todo o trajeto. Sabe-se lá o que estava passando naquela linda cabeça.
Alfonso: Eu não vou morder você. – Brinquei, tentando quebrar aquele clima tenso que se estabelecera – A não ser que você queira. – E pela primeira vez consegui arrancar um sorriso sincero daqueles lábios. – Isso foi um ‘eu quero, Alfonso’?
Anahí: Não. Foi mais para um ‘Eu não acredito que estou ouvindo isso’.
Alfonso: Foi tão ruim assim? – Alternava minha atenção entre o trânsito e ela.
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Palavras, apenas palavras
FanficPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...