Que homem! Já o havia visto em algumas revistas, mas nem de longe era tão bonito quanto pessoalmente. Minha voz simplesmente sumiu diante dele. Fixei-me em seus olhos intensamente verdes, depois em seus lábios que estampavam um leve sorriso. Que tola! Senti meu coração acelerar como não sentia desde a terceira série, quando você sofre de algum tipo de amor platônico pelo professor de matemática. Por sorte, antes que ele percebesse a minha total falta de reação, Christopher trouxe-me à realidade.
Christopher: Dulce irá acompanhá-la. – Assenti levantando-me e fui ao encontro da ruiva que me esperava à porta.
Dulce era realmente muito simpática. Conversava animadamente comigo enquanto passávamos pelos corredores até entrarmos em uma sala não tão grande quando a de Uckermann, mas tão bonita quanto.
Dulce: Essa é a sua mesa. – Apontou-me a mesa da direita.
Anahí: E a outra? – Perguntei curiosa, referindo-me à outra mesa daquela sala.
Dulce: Angelique. É a outra decoradora que trabalha aqui. É a ela que você deverá se reportar. Angel conhece tudo aqui. É uma das melhores decoradoras que conheço. Como você ainda está começando acho que ela vai poder te ajudar bastante.
Anahí: Claro. – Sorri animada.
Dulce: Acredito que vocês vão se dar bem. De qualquer forma, hoje a sala é inteira sua. Ela está de folga e só volta na quinta. Então, fique a vontade. – Disse e em seguida saiu encostando a porta.
Assim que a porta bateu passeei os olhos fascinada pelo lugar. As paredes eram creme, as mesas ficavam uma em cada extremidade da sala. As poltronas eram enormes e de um alaranjado vivo. Sentei-me numa delas, tão feliz que podia sair saltitando pelo ambiente. Óbvio, não faria isso, tenho 23 anos e sou madura o suficiente para saber que essa não era uma atitude louvável.
A manhã pareceu se arrastar. Estava louca para que alguém me desse algo para fazer. Ora ou outra caminhava até a recepção perguntando à Dulce se Christopher ou Alfonso não precisavam de nada. Deus, eu era uma recém formada em Arquitetura com uma Pós em design de interiores e estava louca, louca para trabalhar.
Dulce: O dia está calmo hoje, Anahí. Angel terminou todos os projetos que tinha antes de tirar a semana de folga.
Anahí: Entendi. – Soltei depois de um suspiro frustrado.
Dulce: Olha, por que você não vai passear pelo escritório? Conhecer os ambientes, as pessoas. Tem uma sala no final do corredor bem interessante. Café, doces, uma Tv de plasma, mesa de sinuca. Enfim, um ótimo lugar para você matar seu tempo livre. – Mas o fato é que eu não queria ter tempo livre.
Anahí: Hm... Vou seguir o seu conselho. Qualquer coisa me chame. – Ela assentiu em meio a uma risada e eu saí rumo a tal sala.
E realmente a sala era bem interessante. Peguei uma xícara de capuccino e sentei-me no enorme sofá felpudo, Deus, mal podia acreditar que eu estava na U&H. Vocês entendem o que eu quero dizer? Estava deslumbrada.
– Eu não posso sair mais cedo hoje, lamento. – A voz familiar vinha do corredor direto em minha direção. Imediatamente me coloquei de pé. Ele passou por mim sem ao menos perceber a minha presença. Já estava saindo da sala quando ouvi a voz me chamar. Senti minhas mãos tremerem. Que espécie de homem era aquele capaz de alterar meus batimentos pelo simples fato de estar por perto? Droga.
Alfonso: Anahí, não é? – Perguntou-me. E eu lentamente virei para olhá-lo.
Anahí: Isso. – Respondi com um meio sorriso.
Alfonso: Vejo que já conheceu a sala da perdição. – Arqueei a sobrancelha.
Anahí: Da perdição? – Perguntei depois de exigir-me mentalmente que mantivesse a calma.
Alfonso: Sim, minha cara. Somos capazes de perder horas aqui e esquecer completamente do trabalho.
Anahí: Uma mesa de sinuca é mesmo capaz disso tudo? – Arrisquei uma pequena brincadeira.
Alfonso: A mesa sozinha não, mas com isso. – Disse abrindo um dos balcões e tirando uma garrafa de uísque. Ele despejou o líquido âmbar num copo com gelo, e em seguida esticou-o em minha direção.
Anahí: Ah não, não. Não bebo em trabalho.
Alfonso: Vamos. Você não precisa tentar me impressionar. Não vou te demitir por justa causa. – Disse em meio a uma risada. Eu imediatamente corei.
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Palavras, apenas palavras
FanfictionPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...