Capítulo 11 - Terceira Parte

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Por Alex

A polícia estava a caminho. Enquanto eles não chegavam, eu ajudava meu tio Kalberty a se levantar, pois o corpo do Jordis estava o machucanndo, já que cairá em cima do colo do meu tio.

— Tio, o que aconteceu? Você matou o Jordis? — indaguei, preocupado.

— Eu não seria capaz de matar o homem da minha vida, Alex. A gente tinha acabado de voltar quando ele levou um tiro que o matou,sem chance de defesa — ele respondeu, triste. — Alex, se eu for preso injustamente, quero que me ajude a sair da prisão, entendeu?

— Tio, você não vai ser preso, confie em mim — falei pra ele, o abraçando.

— Obrigado, sobrinho — ele agradeceu, sussurrando em meu ouvido.

Assim que a polícia chegou, meu tio José Augusto pediu que levassem o corpo para a perícia, enquanto ele ia interrogar o tio Kalberty.

— Calma aí. O tio Kalberty é inocente, tio José Augusto — intervi, olhando para os policiais.

— E o que faz você pensar nisso? — meu sangue gelou quando o tio José Augusto perguntou aquilo.

— Ele é meu tio, irmão do meu pai e não será você que vai prendê-lo sem ter provas — respondi, levantando a voz para ele.

— Tudo bem. Podem soltá-lo — ele ordenou que soltassem tio Kalberty e olhou bem no fundo dos meus olhos. — Não pense que acaba aqui, Alex. O Kalberty é um assassino e eu vou conseguir provas disso.

— Ele é inocente — repeti, em voz alta.

— Veremos — aquele não era o meu tio José Augusto que eu conhecia. Ele estava frio e convicto do que dizia sobre meu tio ser um assassino.

Depois que todos foram embora, eu, Fernando e tio Kalberty entramos em casa depois de uma longa conversa sobre a forma suspeita que o José Augusto havia tratado o tio Kalberty.

— ... e ele simplesmente disse: 'Veremos' e encerrou o assunto, me deixando arrepiado com aquele olhar frio e calculista.

— Bom, temos que conseguir um advogado para você, Kalberty — disse Fernando, olhando para meu tio.

— Eu nem sei como agradecer tudo o que vocês estão fazendo por mim. Alex, eu não matei o Jordis e você sabe disso também — tio Kalberty ficou emocionado e nos abraçou.

Antes de ir para o quarto, resolvi ligar para o Adriano e lhe desejar uma boa noite. O telefone chamou, chamou e ninguém atendeu, me deixando preocupado, pois Adriano não era dessas coisas. Liguei novamente e ele atendeu:

— Filho, que bom que atendeu a ligação
... — porém, fui interrompido pela voz do Pedro Henrique, que chorava ao fundo. — Filho, o que tá acontecendo? Por que o seu primo está chorando?

E, finalmente ele respondeu, mas não era a voz dele que saiu através do telefone e sim de um homem adulto.

— Seu filho está comigo. Se quiser vê-lo novamente, venha sozinho até a Praia dos Quinze e traga muito dinheiro ou eu irei estourar os miolos desses dois viadinhos de merda — aquela voz me assustou e eu fiquei arrepiado ao saber que meu filho fora sequestrado junto com o Pedro Henrique, filho do Jonathan e do tio Rocky.

— Quem é você? — perguntei, assustado.

Cale a boca e faça tudo o que eu mandei ou você já sabe: estouro os miolos desses dois — respondeu ele, desligando em seguida.

— Nosso filho, Fernando. Ele foi sequestrado e eu tenho que levar muito dinheiro para os sequestradores na Praia dos Quinze ou ele vai matar o Adriano e o Pedro Henrique, filho do Jonathan e do tio Rocky — falei, ofegando. Tio Kalberty ficou assistindo enquanto Fernando buscava um copo de água pra mim.

— Alex, eu sinto muito — ele se desculpou.

— Não precisa se desculpar, tio. A culpa não é sua — respondi, enquanto o Fernando me entregava o copo de água.

— O Alex tá certo, senhor Kalberty. Mas ele também precisa parar pra pensar no que vai fazer antes de levar dinheiro para esse sequestrador — disse meu marido, olhando seriamente pra mim.

— Você tem razão, Fernando. Não podemos fazer o que ele está pedindo. Além disso, eu não tenho muito dinheiro para pagar esse resgate — concordei com Fernando, que pegou o telefone e ligou para o Jonathan para contar do sequestro do Pedro Henrique.

Alguns minutos mais tarde, tio Rocky e Jonathan chegam na minha casa bastante nervosos, chegando ao ponto do tio Rocky ameaçar bater no Fernando.

— Jonathan, por favor, acredite em mim: nós vamos resgatar nossos filhos, custe o que custar. O que não devemos fazer é brigar por isso ter acontecido com eles — Fernando acalmou meu amigo. — O Alex vai pedir ajuda de um antigo amigo dele que também é policial, mas que não trabalha na mesma delegacia que o José Augusto, tio dele para nos ajudar com esse resgate.

— Eu espero que meu filho volte são e salvo para os nossos braços, caso contrário eu serei capaz de uma coisa da qual irei me arrepender amargamente — tio Rocky estava muito nervoso, por isso descontou sua raiva em mim e no Fernando.

— Tio, eu prometo que o Pedro Henrique vai ficar bem e eu mesmo irei levá-lo de volta assim que conseguirmos prender o filho da puta que sequestrou nossos filhos — falei, olhando nos olhos dele.

— Obrigado, Alex — ele me abraçou, me deixando surpreso, pois eu não esperava aquela atitude dele. — Você entende o quão importante é o nosso filho e que a gente ama muito ele.

— Eu sei o que é se preocupar com alguém que a gente ama. Lembra do Jonathan? E tudo o que ele sofreu nas mãos do João Emanuel? — ele assentiu, se lembrando da dor que sofremos quando descobrimos que Jonathan estava correndo perigo nas mãos dos próprios pais e de um assassino.

— Rocky, amor, o Alex tem razão. Vamos pra casa e amanhã a gente volta pra continuar essa conversa — disse Jonathan, pegando na mão do marido.

— Vocês não vão embora. Fiquem aqui em casa, por mim e pelo Fernando— eu implorei aos dois que resolveram passar a noite em minha casa.

Aquela foi uma noite bastante tensa, mas o dia seguinte foi mais claro e conseguimos pensar numa forma de salvar nossos filhos. Quanto ao tio Kalberty, ficou acertado que iríamos conseguir o melhor advogado para livrá-lo das acusações envolvendo a morte do Jordis Ditte.

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora