Capítulo 11

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Por Júlio

Depois de ir ao psicólogo, descubro que sofro de transtorno de personalidade borderline, o qual eu nem fazia ideia que tinha. O doutor Hélio Fernandes me explicou que esse transtorno começou a se manifestar depois do meu acidente, que quase me matou.

— Você precisa tomar esses remédios para controlar seu transtorno de personalidade a cada seis horas. Depois de seis meses, você terá que fazer nova consulta para ver seu desempenho — ele me explicou, enquanto minha mãe ouvia tudo atentamente.

— Pode ficar tranquilo, doutor, porque eu vou ficar de olho nesse menino — disse minha mãe, me deixando envergonhado.

— Assim espero, dona Roberta — falou o doutor, nos acompanhando até a saída do consultório.

Em casa, depois de ajudar minha mãe com o almoço, fui para a sala de estar e liguei a jukebox que o tio Maury havia me dado de presente no meu aniversário de dezoito anos e comecei a cantar a música Cantar, do Raul Seixas, um dos grandes nomes do rock nacional da década de 1980.

Eu já falei sobre disco voador
E da metamorfose que eu sou
Eu já falei só por falar
Agora eu vou cantar por cantar

Já fui garimpeiro
Encontrei ouro de tolo
Eu já comi mentade do bolo
Eu já avisei, só por avisar
Agora eu vou cantar por cantar

Cantar tudo o que vier na cabeça
Eu vou cantar até que o dia amanheça
Eu vou cantar...

Cantar tudo o que vier na cabeça
Eu vou cantar até que o dia amanheça
Eu vou tocar... tocar... tocar...

Cantar tudo o que vier na cabeça
Eu vou cantar até que o dia amanheça
Eu vou cantar...

Já fui mosca na sopa
Zumbizando em sua mesa
Também já fui maluco beleza
Eu já reclamei, só por reclamar
Agora eu vou cantar por cantar

Cantar tudo o que vier na cabeça
Eu vou cantar até que o dia amanheça   3x
Eu vou cantar...                     
Eu vou cantar!!!

— Você gosta dessa música, não é meu filho?

— Sim, mãe. Com ela eu fico mais tranquilo, sem contar que estamos falando de Raul Seixas, né?

— Júlio, o Carlos Henrique quer falar com você — meu pai entrou em casa acompanhado do pai do Pedro, melhor amigo do Alex.

— Júlio, eu não queria ter que fazer isso, mas você tem que vir comigo — o pai do Pedro me deixou assustado.

— Aconteceu alguma coisa, senhor?

— É que encontramos um corpo às margens da praia e a arma do crime possui suas impressões digitais — respondeu, me deixando em estado de choque.

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora