Capítulo 2

406 24 5
                                    

Por Alex

Já se passaram alguns dias desde que descobrimos o dono do carro que havia atropelado o Júlio e meu pai conseguiu uma liminar na justiça para a apreensão do veículo, que fora encontrado em um terreno baldio, sem ninguém. O filho da puta já sabia que a polícia estava atrás dele, o que me deixou ainda mais desconfiado de que tinha alguém por trás de tudo isso. Carlos Henrique ficou responsável pelo caso, enquanto o delegado Joaquim Marcondes emitia um mandado de prisão para o tal Heitor D'ávila, pois iríamos precisar assim que o encontrarmos.

Era uma sexta feira comum quando recebo a infeliz visita da Jaqueline, a mãe biológica do Júlio. Ela estava usando um macacão com uma blusa azul e várias pulseiras nos braços.

- O que você está fazendo aqui? - perguntei, me segurando pra não xingá-la.

- Vim visitar o meu filho, posso? - respondeu ela, cínica.

Deixei ela entrar e fiquei lendo o livro do Asryel Marcrow, um escritor top que criou um universo mágico incrível. O livro se chamava As Aventuras do Mago Azul e eu já estava na parte em que o Túlio bate no filho por ele ser gay e ele desejar que o mesmo vire homem.

" - Eu já disse pra você me respeitar, moleque - disse Túlio para o filho, após esbofeteá-lo.

- O que foi que eu fiz pra você me odiar tanto assim, pai?

- Cala a boca, eu não sou seu pai! - gritou o homem, furioso, pegando o filho pelo braço e o jogando contra a parede.

O rapaz se ajoelhou e sentiu as lágrimas saírem pelos seus olhos; seu pai não o amava como antes. Era melhor ter ficado no armário, pois ainda teria o carinho e o amor do pai, que agora o odeia e o humilha sempre que pode."

- Alex, podemos conversar? - ouvi a voz do Fernando me chamando e fechei o livro e fui ver o que meu namorado queria. - Alex, eu sei que você está passando por um momento delicado na sua família, mas é que eu estou tão apaixonado por você que quero viver o resto dos meus dias ao seu lado. Alex Martins, aceita se casar comigo?

Por Jonathan

Depois de tudo o que eu sofri há alguns anos atrás, as lembranças ainda me assombram. Todas as noites eu tenho pesadelos, principalmente com a forma em que o João Emanuel me tratava. A minha mãe e o meu pai eram traficantes de drogas e eles fugiram juntos depois daquele dia em que o Rocky me resgatou. A Luy foi presa meses depois, pois já havia atingido a maioridade. Os pais dela me apoiaram e pagaram um psicólogo pra mim, pois eu não tinha condições de voltar a trabalhar depois de tudo o que havia sofrido.

- Está tudo bem por aqui? - ouvi a voz do Rocky perguntar e eu assenti. Estávamos na varanda da casa dele e ele me fazia cafuné.

- Tá tudo bem, amor. Só estava me lembrando das coisas que eu passei pra chegar até aqui - respondi, dando um selinho nele.

- Isso ainda te machuca, não é?

- Sim, Rocky. Como eu posso esquecer aqueles momentos em que eu era estuprado por aquele monstro? Você é a única pessoa que me faz me sentir bem - respondi e ele me deu um abraço apertado.

- Jonathan, eu te amo e vou dar o melhor de mim pra te proteger - falou, enquanto lágrimas escorriam por meus olhos. O celular dele toca e ele atende. - Fala, Felipe. Aconteceu alguma coisa?

- O Vladimir e a Juliana foram encontrados mortos hoje á tarde - ouvi o tio Felipe dizer e eu abri um sorriso, pois finalmente estava livre das pessoas que mais me machucaram, meus pais, que eram parte de uma quadrilha de traficantes.

- Isso é sério? - perguntou Rocky para o irmão.

- Sim. Traz o Jonathan aqui em casa porque o Alex quer contar uma novidade pra ele e os amigos - respondeu o pai do meu melhor amigo, me deixando surpreso. O que será que o Alex queria me contar?

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora