Capítulo 19

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Por Alex

Eu fazia uma ideia do que o meu pai poderia ter a ver com a Jaqueline, e sabia também que aquela mulher era capaz de tudo para conseguir o que quer, nesse caso, o Júlio.

— Pedro, você está pensando o mesmo que eu? — perguntei, assim que nossos pais saíram.

— Que a Jaqueline tem uma queda pelo seu pai e que isso poderá atraí-la para uma armadilha? — ele pergunta, me deixando surpreso.

— Isso! A Jaqueline deve ter sido apaixonada pelo meu pai no passado, mas ele deve ter preferido minha mãe do que ela e agora ela está querendo se vingar dele — respondi, convicto do que estava dizendo.

— Então deve ser por isso que ela sequestrou o Júlio, amigo — responde ele, olhando para o horizonte.

Estávamos na varanda da casa de meus pais e observávamos o belíssimo pôr do sol naquela tarde de agosto. Minha maior preocupação no momento era no meu irmão mais novo. Eu sabia que ele estava correndo perigo ao deixar ele sair de casa sozinho, mas não liguei para isso e agora estou me sentindo culpado.

— É culpa minha — falei, sem pensar.

— Como?

— É minha culpa o Júlio ter sido sequestrado por aquela mulher — respondi, triste.

— Alex, não tinha como você prever que aquela mulher iria sequestrar o Júlio — ele tentou me consolar, mas nada adiantou, pois eu subi para o meu quarto e me joguei em minha cama.

Depois que ele me deixou sozinho, fiquei pensando em tudo o que estava acontecendo e no que o pai do Fernando havia me dito pela última vez que nos encontramos.

FlashBack On

Na volta para casa, passamos no Sabor & Art, um restaurante aqui de Barra do Sahy, para comermos algo e fico chocado ao encontrar Alberto, o pai do Fernando, ali.

— O que você está fazendo aqui, seu sodomita nojento?

— Pelo que eu saiba, o restaurante está aberto — respondi, não dando atenção para ele.

— Alex, quem é esse homem? — perguntou Pedro, preocupado.

— É o pai do Fernando, te contei sobre ele, não foi?

— Posso saber o que está acontecendo em meu restaurante? — perguntou Carmem, a dona do restaurante.

— Nada, dona Carmem — respondi, me sentando em uma mesa com Pedro, que sorriu ao ver a cara de frustração do pai do Fernando.

FlashBack Off

O pai do Fernando era um homofóbico que queria ver a minha destruição, mas isso não iria acontecer, pois eu não iria me abalar diante das dificuldades da vida, pois tenho o Fernando ao meu lado pra me proteger de todos que desejarem mal ao nosso relacionamento. Fechei os olhos e dormi, pois amanhã seria um novo dia e eu teria que enfrentar o pai do Fernando, custe o que custar.

Por Fernando

Estou profundamente magoado pelas atitudes do meu pai. Ele sempre foi um bom pai, na medida do possível, já que passou metade da minha vida viajando pelo mundo em busca de artefatos históricos. Resolvi ficar no meu apartamento em Aracruz até descobrir o que dizer para ele quando nos reencontrássemos, já que ele estaria com raiva de mim por ter defendido o Alex da última vez.

FlashBack On

Durante todo o percurso até o apartamento dos meus pais, íamos escutando a música The Ballad of Mona Lisa, do Panic! At The Disco. Ao chegarmos no apartamento deles, somos recebidos pelo meu pai, que não gostou nem um pouco em ver o Alex.

— Posso saber o que esse verme está fazendo aqui? — ele perguntou, me deixando espantado com tamanho desprezo pelo Alex.

— Esse 'verme' tem nome, é Alex e eu vou me casar com ele, pai. Quer você goste ou não — respondi, impondo minha autoridade.

— O que está acontecendo aqui? — minha mãe perguntou.

— Nada, mulher — respondeu o ele, sendo grosseiro com ela.

— Mãe, eu vim aqui pra saber o que o pai tem contra o Alex ser gay. Pelo que eu sei, eu também sou gay, ou vocês acham que eu viria aqui á toa? — eu estava irritado, o que não acontecia com frequência.

— Eu já disse tudo o que eu tinha pra dizer e... — meu pai ia fechando a porta, mas o eu fui mais forte e dei murro no velho, assustando o Alex e minha mãe.

— Você é um hipócrita, pai. Não me chame de filho nunca mais,  ouviu? Eu morri pra você e não quero lhe ver nunca mais, entendeu? O que você fez com o Alex é imperdoável e eu não perdoo quem é homofóbico, seja com quem for — ao dizer isso, puxei o Alex  pelo braço e o levei embora, deixando minha mãe  cuidando do homem que um dia fora meu pai

— Fernando, como sua mãe pode ser submissa com aquele homem?

— Eu não sei, Alex. As pessoas fazem loucuras por amor, eu acho que é por isso que ela nunca percebeu o caráter do esposo — respondi, triste por saber que não tinha o apoio do meu pai na hora em que eu mais precisava.

FlashBack Off

Meu celular toca e eu atendo ao ver que é uma chamada do Alex.

Fernando, eu te amo — disse ele, me enchendo de amor e esperança.

— Eu também te amo, Alex — respondi, desejando uma boa noite para ele e caindo no sono em seguida.

***

Bom galera, esse capítulo é dedicado aos meus amigos Pedro, Gabriel, Lara, Matheus, Alex, Leandro, Lena, Laís, Zélia e a todos os que amam incondicionalmente.

Com amor, FlynnRider26

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora