Alex odeia Fernando com todas as suas forças. Então porque seu coração bate mais forte sempre que seu inimigo está por perto? Essa é a história de Alex Martins, um jovem que sofre nas mãos de Fernando Ferreira, o valentão da escola. Ele não entende...
— Alex, você precisa me ajudar — tio Rocky entrou em casa desesperado, quase derrubando um vaso da minha mãe.
— Tio, o que está acontecendo? — perguntei.
— Seu amigo, o Jonathan, me enviou uma mensagem pedindo socorro e eu fiquei preocupado e vim correndo falar com você sobre isso — respondeu ele, ofegante.
No mesmo instante, recebi a mesma mensagem no meu celular: Socorro! Parece que o Jonathan está correndo perigo e a gente precisa fazer alguma coisa pra salvar ele.
— Ele pode não ser meu filho, mas te garanto que aquele garoto significa muito pra mim — meu tio me disse, enquanto meus pais estavam na cozinha, preparando o jantar. — Sim, Alex, eu sei que você sabe que eu não sou o pai biológico do Jonathan.
— Tio, me desculpa, mas eu precisava saber a verdade, pois o meu amigo é apaixonado por você e eu acho que você também gosta dele da mesma fora — respondi, envergonhado.
— Sim, você tem razão, mas seu pai não pode sequer sonhar que eu estou apaixonado por um garoto mais novo — ele pediu e eu concordei. Meu pai estava agindo como um babaca nós últimos dias e não seria o tio Rocky que iria sofrer por conta disso.
— Tudo bem, tio, eu vou fazer o possível para meu pai não saber que você está apaixonado pelo Jonathan — falei baixo só para que ele ouvisse.
— Obrigado, Alex — agradeceu, me dando um abraço.
— Ei, eu estou ficando com ciúmes desse abraço — ouvi a voz do meu pai e ri dos ciúmes dele. Às vezes meu pai água feito uma criança que não queria dividir o brinquedo.
— Pai! Você estava ouvindo nossa conversa?
— Sim, eu ouvi. E não me importo que o meu irmão se relacione com um rapaz como o Jonathan — respondeu, me deixando surpreso com sua mudança de atitude.
— Você não vai gritar comigo? — perguntou tio Rocky, preocupado.
— Não, você já tem quarenta e três anos, Rocky e é um direito seu namorar quem você quiser — respondeu meu pai, se aproximando da gente e dando um abraço no irmão.
— Pai, eu estou muito orgulhoso de você — falei, enxugando algumas lágrimas que escorriam pelos meus olhos, pois eu estava alegre por eles e triste pelo Jonathan.
— Filho, não fique assim, eu estou profundamente arrependido de ter agido daquela forma com você, meu pequeno — disse meu pai, enxugando minhas lágrimas.
— Felipe, ele não está assim só por causa disso. O Jonathan pode estar correndo perigo e nós dois temos que fazer algo pra resgatá-lo — tio Rocky explicou.
— Por que vocês não ligam pra mãe dele?
— Eu já tentei, mas parece que ela não atende mais minhas ligações — responde meu tio, se referindo ao fato dele não ser o pai biológico do Jonathan.
— O que será que aconteceu? — meu pai perguntou, preocupado.
Eu não respondi, pois tinha uma vaga ideia de que o tal do João Emanuel poderia estar por trás disso, já que o Jonathan estava com aqueles hematomas.
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