Capítulo 14

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Por Jaqueline Ferrato

Já estava passando da hora daquele garoto cometer alguma atrocidade. Ele nem faz ideia de que ele sofre de transtorno de personalidade borderline por minha culpa. Há dezoito anos atrás, na época em que fiquei grávida dele, eu tive esse transtorno e consegui me recuperar, mas algum resquício da doença passou para o Júlio, que foi adotado pela minha querida irmã Roberta. Agora, com a minha volta, eu quero tomar o que é meu de direito, nem que para isso tenhamos que nos enfrentar no tribunal. Tudo o que eu sofri com aquela doença, o meu filho também vai sofrer, mas vai ser aí que eu irei me tornar a heroína: irei pagar o melhor tratamento para o Júlio se curar dessa maldita doença e ele irá me amar e me chamar de mãe.

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Por Alex

— Fernando, como sua mãe pode ser submissa com aquele homem?

— Eu não sei, Alex. As pessoas fazem loucuras por amor, eu acho que é por isso que ela nunca percebeu o caráter do esposo — respondeu, me deixando inconformado com aquilo, a dona Joana não merece um cara como o Alberto.

Mais tarde, na casa do tio Rocky, Jonathan me conta sobre adotar um filho depois do casamento e eu fico muito feliz com a ideia de ele ser pai.

— Você sabe que o tio Rocky é estéril e não pode ter filhos, né? Isso foi um dos motivos que deixaram claro que ele não era seu pai, além de outros fatores. Adotar é a única opção que ele tem, por isso eu fico muito feliz por vocês dois — expliquei, dando um abraço nele.

— Então, o que eu quero é adotar um menino, mas não sei qual vai ser a reação do Rocky — ele disse, me deixando um pouco desconfiado.

— Como assim? Você acha que ele não vai querer?

— Não é isso, Alex. O problema é que eu não sei se ele vai estar preparado pra essa responsabilidade — respondeu, me deixando mais tranquilo.

— Relaxa, Jonathan. O meu tio está mais do que pronto pra ter um filho — o tranquilizei, vendo ele abrir um pequeno sorriso.

Por Júlio

Já faz duas semanas desde que fui acusado de cometer aqueles crimes, mas eu não faço ideia de como minhas digitais foram parar naquela arma. Depois de uma sessão no psicólogo, vejo alguns flashes confusos, os quais não consigo entender, mas sei que eles podem me ajudar a provar minha inocência. Ao entrar no carro do papai para ir embora, ligo o rádio e escuto a música Nails for Breakfast, Tacks For Snacks, do Panic! At The Disco e me lembro de uma coisa relacionada á primeira vítima: ela era uma ex namorada, mas o motivo por que a gente havia brigado no dia de seu assassinato era um mistério, pois eu não conseguia me lembrar com exatidão dos fatos ocorridos naquele dia.

Cuidado com o que fala

Oh, oh, oh

Porque seu discurso está incompreensível o bastante

Que você pode engolir sua língua

Eu estou certo de que você ia querer, querer desistir do fantasma

Com um pouco mais de equilíbrio do que isso

Ou seria Deus quem sufoca

Nestes situações, atrasado?

Não, não, ele chamou

Ou seria Deus quem sufoca

Nestes situações, atrasado?

Não, não, ele chamou

O hospício é

Um refúgio relaxante de fim de semana

Onde você é o destaque

Pacientes doentes e tristes

Íntimos com todos os melhores médicos

Pílulas prescritas

Para compensar os tremores

Para compensar as pílulas

Que você sabe que deveria tomar

Um dia de cada vez

Ao estacionar o carro em frente á casa do tio Rocky, vejo que o Alex também está lá e vou tentar pedir a ajuda dele, quando a Jaqueline, minha mãe biológica surge, me deixando assustado.

— Vai a algum lugar, meu filho?

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora