Capítulo 7

283 16 7
                                    

Por Alex

Depois de quase três anos de namoro, finalmente irei conhecer os pais do meu noivo. Eles não moram no Brasil, pois são arqueólogos e passam a maior parte do tempo em busca de artefatos históricos. Como combinado, Fernando passou pra me buscar para irmos ao cinema assistir ao filme Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica, da Pixar.

— Gostou do filme? — perguntou Fernando, após a sessão ter acabado.

— Amei, Nando — respondi, dando um beijo no rosto dele.

— Que bom que gostou, meu amor — ele sorriu e retribuiu o beijo.

No estacionamento do shopping, somos abordados por um casal, que queria saber se éramos namorados.

— Estamos noivos — respondi, um pouco desconfiado.

— Não está nos reconhecendo, Fernando? — perguntou o senhor, que me parecia familiar.

— E deveria?

— Somos seus pais, Fernando — respondeu a mulher, chateada.

— Nossa! Faz tanto tempo que não os vejo que não os reconheci — respondeu Fernando, surpreso em rever os pais depois de muitos anos.

— Meu filho, eu e seu pai sentimos tanto a sua falta nesses anos em que estivemos viajando — disse a mulher, colocando a mão no rosto do meu noivo.

— Bom, já que você estão aqui, quero apresentá-los ao meu noivo, Alex. Alex, esses são meus pais, Alberto e Joana — ele fez as apresentações e eu pude sentir um pouco de repulsa por parte do pai dele.

— Que rapaz lindo, meu filho. Quero saber de tudo sobre vocês — disse a mãe dele, me elogiando.

— Bom, eu e o Alex já estávamos indo embora, vocês estão de carro? — perguntou Fernando para os pais.

— Sim, estamos de carro. Só queríamos avisar que voltamos a morar no Brasil depois da nossa aposentadoria — respondeu dona Joana, sorrindo para o filho.

— Vocês se aposentaram? — perguntei, curioso.

— Não é da sua conta, moleque intrometido — respondeu o pai dele, me deixando perplexo com sua atitude.

— Alberto! Isso são modos de tratar nosso genro?

— Me desculpa, mas isso não diz respeito ao rapaz — respondeu o homem, me deixando ainda mais desconfiado de suas atitudes.

— Bom, já que está tudo resolvido, podemos ir? — perguntou Fernando pra mim.

— Ah, sim, vamos, amor — respondi, entrando no carro e me despedindo dos pais dele.

Minutos depois, em casa, fico pensando no que aconteceu mais cedo e na atitude fria do senhor Alberto, pai do meu noivo. Ele não gostou de mim, tenho certeza disso. Mas senti algo muito de ruim vindo dele, como se ele fosse fazer alguma maldade contra mim.

Por Jonathan

Em Miami, eu e o Rocky nos divertimos muito na casa de praia de Maury. Usamos e abusamos da suíte onde transamos juntos, cantamos no karaokê e tiramos algumas fotos para mandar para o Alex, que deveria estar aproveitando com o Fernando.

— Quem diria que aqueles dois iriam se casar daqui há alguns meses — falei, depois do jantar.

— É verdade. Os dois se odiavam na época do colégio, não? — disse Rocky, me pegando no colo e me levando para o quarto.

— Sim, os dois se odiavam. Mas vamos falar de coisa boa? Do nosso casamento, por exemplo?

— O que você quer saber? — perguntou ele, olhando pra mim.

— Eu não queria me casar na igreja, Rocky. Não depois de ter sido estuprado por aquele monstro. Isso deve ser pecado — respondi, triste.

— Meu amor, ninguém pode te julgar por algo que aconteceu com você. Foi triste o que aconteceu, mas você está em boas mãos agora e eu prometo te cuidar, te amar e sempre te adorar, do fundo do meu coração, eu prometo que vou te proteger e te fazer o homem mais feliz do mundo — explicou ele, me reconfortado.

— Eu te amo, Rocky — respondi, dando um beijo na ponta do nariz dele.

— Vem cá, meu amor — ele me puxou pra um abraço e ficou fazendo carinho em meus cabelos até que eu pegasse no sono.

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora