Alex odeia Fernando com todas as suas forças. Então porque seu coração bate mais forte sempre que seu inimigo está por perto? Essa é a história de Alex Martins, um jovem que sofre nas mãos de Fernando Ferreira, o valentão da escola. Ele não entende...
Aviso: iremos ter uma passagem de tempo nesse capítulo, então irei fazer um resumo rápido do que aconteceu entre essa passagem de tempo.
Por Alex
Já se passaram dois anos desde a morte do João Emanuel naquele incêndio. De lá pra cá, aconteceu bastante coisa, tanto na minha vida quanto na vida das pessoas ao meu redor. Mariane se apaixonou por Vinícius e os dois se casaram depois de um ano de namoro e dois meses de noivado. Tio Rocky e Jonathan estão juntos e me convidaram para ser padrinho do casamento deles. Carlos Henrique engatou um romance com a Maria Eduarda, mãe da Ana Rosa e os dois tiveram um filho, Luccas. Pedro e Lara se formaram no Ensino Médio e estão prestando o vestibular; ele, para publicidade e ela para direito. Ana Rosa ainda está no Ensino Médio, junto comigo e com o Fernando. A diretora Madalena se casou com Joaquim Ferreira, professor de Educação Física da escola. E meus pais estão cada vez mais apaixonados e o Júlio está saindo com uma garota que conheceu na escola.
Atualmente eu estou noivo do Fernando e no meu último ano do Ensino Médio. No começo meu pai não gostou muito da ideia, mas logo se acostumou, pois ele e Fernando ficaram amigos. Uma coisa que eu nunca imaginei acontecer era meu pai ficar amigo do Fernando. Estamos todos conversando sobre o meu churrasco de noivado quando a campanhia toca e eu vou atender.
- Olá, boa noite - disse a voz do meu tio Maury, que morava em Nova York.
- Tio! Que surpresa boa - dei um abraço nele e o convidei a entrar na nossa casa.
- Bom, eu vim ao Brasil divulgar meu novo livro e resolvi vir aqui visitar vocês - explicou, me dando um abraço. - Como você cresceu, menino.
- Quem é, Alex? - ouvi meu pai perguntar.
- Sou eu, Felipe - respondeu meu tio, deixando meu pai surpreso.
- Maury! Quanto tempo que não te vejo, meu irmão - disse meu pai, dando um abraço no irmão do meio. - O que está fazendo aqui no Brasil?
- Eu vim fazer a divulgação do meu novo livro e resolvi vir aqui visitar vocês - respondeu tio Maury, sorrindo.
- Então, como vão as coisas com o seu marido? - pergunta minha mãe, deixando meu tio um pouco nervoso, pois os dois não se davam muito bem.
- Está tudo bem com o meu marido, Roberta - respondeu meu tio, sendo cordial.
- Mãe, você poderia preparar o quarto do Júlio para o tio dormir aqui hoje? - perguntei, ansioso. Eu queria ficar perto do meu tio enquanto ele estivesse no Brasil.
- Meu filho, o seu tio tem que voltar pro hotel - respondeu minha mãe, tentando desviar o assunto.
- Sua mãe tem razão, Alex. Mas eu não vejo problema em passar essa noite aqui com vocês - meu tio respondeu, me deixando contente.
- Obrigado, tio - agradeci, dando um abraço nele. Eu era bastante apegado á ele quando era mais novo, mas aí ele se mudou para Nova York depois que casou e quase não o vejo mais. - Agora me conta, como vai a sua vida em Nova York?
- Eu tenho tanta coisa pra te contar, Alex. Você e o Júlio vão poder ler minha autobiografia em breve - ele respondeu, me deixando surpreso.
- Agora você vai escrever sua biografia, Maury? - pergunta meu pai, encarando ele.
- Vou. E eu queria poder contar com o apoio de vocês nessa empreitada - respondeu meu tio, pegando na mão do meu pai.
- Eu sempre vou te apoiar, meu irmão - meu pai respondeu, dando um abraço no meu tio.
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Na manhã seguinte, meu tio Rocky veio fazer uma visita e trouxe com ele o Jonathan, que iria morar conosco a partir de então. Depois de muitas emoções, eu chamei meu tio pra cantar uma música junto comigo, já que ele tinha uma bela voz, mas não era cantor.
- Eu vou cantar Flagra, da Rita Lee - disse ele, pegando o microfone enquanto eu colocava a música pra tocar.
No escurinho do cinema Chupando drops de anis Longe de qualquer problema Perto de um final feliz
Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck Não vou bancar o santinho Minha garota é Mae West Eu sou o Sheik Valentino
Mas de repente o filme pifou E a turma toda logo vaiou Acenderam as luzes Cruzes! Que flagra! Que flagra! Que flagra!
- Eu vou cantar uma agora - respondi, pegando o microfone e cantando uma música para ele.
- Qual música você vai cantar, Alex? - pergunta Jonathan, rindo.
- Vem dançar comigo, da Xuxa - respondi, colocando a música para tocar e cantando.
Hey, eu sou feliz Eu vivo cantando Eu nasci pra dançar Jogue a perna pra frente Dê um passo pra trás No swing da gente Essa dança é demais
Hey, bate o meu coração Nesse ritmo alegre Ao sabor da canção
Essa onda é quente Quero ver balançar Venha junto com a gente Vamos arrepiar
Ieah, ieah, ieah Vamos nessa Vem dançar comigo Ieah, ieah, ieah Vem pra festa Vem dançar comigo
Mais tarde, Fernando vem me visitar e fica encantado em conhecer o autor de um de seus livros prediletos: Quando Baixa a Maré, sobre um garoto que se assume gay para a família mas só a mãe o apóia.
- Eu sou apaixonado pelo seu sobrinho, senhor - disse ele ao meu tio, depois de contar sobre nosso noivado.
- Senhor está no céu, meu querido. Pode me chamar de Maury que eu não irei reclamar - meu tio dá essa pequena bronca nele e ri da expressão confusa que meu noivo fez. Em seguida, a campanhia toca e eu vou atender, me surpreendendo com quem estava do outro lado da porta.
- Ora, ora, ora - disse a mulher, com um olhar frio. - Que coisa mais ridícula.
- Quem é você? - perguntei, surpreso.
- Seu querido pai está?
- O que você quer com meu pai, sua vadia? - rabati, nervoso.
- Jaqueline? - ouvi a voz do meu pai me surpreendi ao ver que ele conhecia a mulher.
- Olá, Felipe - respondeu ela, entrando na nossa casa sem ser convidada.
- Eu posso saber o que está acontecendo...? - minha mãe estava na cozinha quando a mulher chegou e ficou estática quando a viu.
- Roberta, querida irmã. Tudo bem? Eu vim passar uns dias com o meu filho, o Júlio - disse a mulher, me deixando chocado com aquilo.
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Jaqueline Ferrato, 39 anos, sua chegada vai causar muita mágoa na família do Alex. É a mãe biológica de Júlio que volta para tomar o filho das mãos da mulher que deveria ser sua irmã.
