Capítulo 36

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Por Jonathan

Enquanto eu estava preso no quartinho do porão, consegui ouvir o João Emanuel contando para a minha mãe sobre a Luy ser lésbica e que o Vladimir não iria gostar nem um pouco de saber que uma lésbica trabalha para ele.

— ... se o Vladimir descobrir isso, é capaz dela matar a garota — ouvi o João Emanuel dizer e eu fiquei arrepiado.

— E eu não sei disso? Você viu o que ele fez com aquele casal gay na boate aquela vez. Se ele descobrir sobre a Luy, aí é que ele mata ela — minha mãe disse, me deixando ainda mais assustado. Eu precisava dar um jeito de fugir daquele lugar antes que o meu próprio pai me matasse por ser gay.

Eu fiquei muito assustado com tudo aquilo que acabara de ouvir e tentei dormir um pouco, mas só me vinham imagens horríveis, do meu pai assassinando um homossexual depois de muita tortura.

Sonho On

Eu estava no porão da casa do João Emanuel, quando acordo com o barulho de uma porta de carro batendo e fico quieto, esperando para ver quem ia entrar dessa vez. Quando penso que tudo estava bem, uma garota é jogada pela porta e cai nos meus braços, gritando de pavor.

— Você é o Jonathan? O que está acontecendo? - ela perguntou, desesperada.

— Sim, eu sou o Jonathan. Eu acho que eles te prenderam aqui junto comigo por que somos homossexuais — respondi, me lembrando do olhar frio do meu pai.

— O que será que eles vão fazer com a gente?

— Não sei, mas coisa boa não deve ser — respondi, nervoso.

De repente, a porta se abre e uma mulher loira entra, acompanhada de meu pai e mais dois outros homens. A mulher segurava uma filmadora e meu pai deu um sorriso maligno pra mim.

— O que está acontecendo? Quem são essas pessoas? — a garota pergunta, assustada.

— Cale a boca, sua puta — responde meu pai, dando um tapa  no rosto da garota.

— Covarde — gritei e ele me derrubou com um chute na minha perna esquerda, me deixando ainda mais machucado do que eu estava.

— Podem começar  — ele  ordenou aos homens e à mulher, que ligou a filmadora e começou a gravar uma espécie de filme.Os homens tiram suas roupas, ficando totalmente nus e me obrigam a ficar nu.

— Vamos dar início á festa — falou  um dos homens e eu saquei na hora o que meu próprio pai estava querendo: fazer um vídeo mostrando pra todos o que acontece com os homossexuais que se metem no caminho dele.

— O que vocês vão fazer com ele? — a garota pergunta e um deles rasga suas roupas, a deixando nua também.

— Já disse, vadia: cala a porra da sua boca — meu pai se aproximou e dessa vez bateu com força no rosto dela.

— O que vocês vão fazer comigo? — eu pergunto e o homem me joga no chão diante da garota e começa a me penetrar à força.

— Por favor, pare — a garota gritava, mas ele  não obedecia. Pelo contrário, o outro homem se aproveitava e a virava de costas e começava a estuprá-la também, enquanto a mulher loira filmava tudo.

— Eu vou ficar famoso com esse vídeo — falou meu pai, enquanto eu era estuprado.

— Vocês são doidos — respondeu a garota, sendo agredida mais uma vez pelo homem que deveria ser o meu pai.

— Eu não mandei você calar a boca, vadia?

A loira filmava tudo, exceto meu pai, que não queria aparecer no vídeo.

— Pai, porque você está fazendo isso?  — perguntei, e ele dá uma risada. Uma risada fria e assustadora.

— Porque é o que viados como você merecem, seu filho da puta — respondeu, me enchendo de porrada.

Sonho Off

Acordo com um grito de dor e abro os olhos e vejo que a casa do João Emanuel está em chamas.

— Jonathan, acorda. Tá tudo pegando fogo — eu ouço uma voz e vejo o Rocky olhando pra mim com aquele sorriso lindo que eu tanto amo.

— Rocky? O que está fazendo aqui? Aliás, como conseguiu me localizar? — perguntei, sem entender.

— Não tenho tempo pra explicar, mas precisamos sair desse lugar antes que a casa desabe — ele respondeu, me ajudando a se levantar, enquanto todo o lugar ardia em chamas.

— Como isso aconteceu? — perguntei á ele.

— A polícia vinha investigando o seu pai e conseguimos a sua localização através do GPS implantado na Luy e o Carlos Henrique, um amigo meu, deu início á Operação Fera Ferida, que foi o nome que ele deu para poder diferenciar a operação de outras — respondeu enquanto tentávamos nós desviar das chamas.

— Rocky, obrigado por vir me resgatar — agradeci e ele me beijou profundamente. Eu fiquei sem reação ao primeiro momento, pois estávamos em uma casa em chamas, mas logo retribuí.

Assim que conseguimos sair, Alex vem ao nosso encontro e me abraça, me soltando em seguida, após ouvir meus gemidos de dor.

— Agora temos que acionar a polícia para capturar o Vladimir — respondeu Rocky, me beijando com tanta intensidade que eu desmaiei.

Apaixonado pelo Valentão (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora