Capítulo 7 - Culpada ou Inocente?

310 39 65
                                    

Na tarde do dia seguinte, Sherlock e Elle aguardavam ansiosos a chegada de John para irem ao segundo e agora, de acordo com o detetive, o local certo onde a mulher havia sido deixada para morrer. O barulho de passos subindo as escadas fez com que ela sorrisse, mas ele não compartilhou da alegria.

Sentado em sua poltrona, o Holmes mais novo encarou a porta fazendo com que a mulher, que estava na beirada do sofá maior, olhasse na mesma direção onde se deparou com um homem alto, com calvície proeminente, vestido de forma elegante segurando um guarda-chuva.

Se havia ficado com medo quando viu Sherlock pela primeira vez, o que sentia vendo aquele homem parado na soleira da porta beirava o pânico.

— Você realmente não se importa com o tipo de gente que coloca para dentro desse apartamento, não é mesmo? — Ele deu um passo em direção onde Elle estava.

— Eu jamais impediria sua entrada, irmão. — O sorriso de Sherlock era de deboche.

— Você e o doutor Watson ficam muito confortáveis com assassinas por perto — continuou o mais velho. — Achei que seriam mais cuidadosos por conta da criança.

— De quem você está falando? — O detetive ficou de pé.

— Ora, então temos segredos nessa sala como da outra vez, — Mycroft se aproximou ainda mais de Elle com um sorriso afetado no rosto. — Achando divertido enganar os dois?

A mulher se sentia intimidada demais para conseguir responder.

— Que baboseira é essa Mycroft?

— Aparentemente você não fez o seu trabalho direito, Sherlock! — Ele tirou uma pasta de dentro do paletó e entregou para o irmão.

O Holmes mais novo se aproximou e pegou os papéis.

— Você e o Watson estão sendo ludibriados por uma assassina de aluguel. — Ele finalmente olhou para o detetive que folheava as informações. — De novo. — Havia ironia no tom de voz dele ao dizer a última frase.

— Eu não... eu... — A mulher tentava se defender, mas não sabia como.

— Economize seu tempo e suas desculpas, o que você está fazendo aqui? — perguntou Mycroft de maneira ríspida.

— Me mandaram procurar o Sherlock... — A mulher sentia seu corpo tremer.

— Meu irmão era seu próximo alvo?

— Não! — Elle ficou de pé. — Eu vim procurar ajuda... não sei quem eu sou...

— Que conveniente. — Mycroft não acreditava em nada do que ouvia. — Foi você mesma que forjou esse ferimento na cabeça?

A mulher levou a mão até o curativo cada vez mais confusa e sem saber o que dizer.

— Mycroft — saudou John que acabara de entrar no apartamento. Ele estava sorrindo, mas sua expressão mudou ao ver o semblante preocupado de Sherlock. — O que está acontecendo?

Ao notar o terror no rosto da mulher, ele caminhou para perto dela se colocando entre a cliente e Mycroft.

— São informações sobre a Elle — explicou Sherlock. — Parecem verídicas.

— Claro que são! As recebi ontem e antes de vir para cá chequei cada detalhe, cada assassinato. Os mínimos detalhes!

Como havia feito no dia anterior, a mulher segurou a barra do casaco de John e mais uma vez apenas Sherlock percebeu.

— Quatro pessoas mortas. Crimes limpos e sem vestígios — anunciou Mycroft. — Conferi com as informações que a polícia tem. As fotos das cenas dos crimes são dos relatórios oficiais e eles não fazem ideia de quem matou essas pessoas — acrescentou. — Munição sem qualquer gravação no cartucho que indique a origem do material ou o comprador. Os casos foram encerrados sem conclusão.

Memórias AnônimasOnde histórias criam vida. Descubra agora