Capítulo 73 - Ajuda dos amigos

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Molly Hooper chegou por volta das oito para mais uma noite acompanhando Audrey Morgan com o mesmo sorriso de sempre no rosto. O dia de descanso havia sido suficiente para ela se recuperar.

John Watson foi embora pouco depois dela chegar, pois não sabia se Sherlock Holmes ainda estava com o detetive inspetor, Greg Lestrade. Se fosse esse o caso, a senhora Hudson deveria estar exausta por ter passado o dia inteiro cuidado de Rosamund Watson.

— Você não trabalha amanhã cedo? — perguntou Audrey depois da amiga se acomodar na poltrona.

— Sim, — respondeu Molly.

— Não devia passar a noite aqui então... — contestou. — Vai ficar cansada...

— Bobagem. — Ela sorriu. — Além do mais, vou usar algumas horas extras que eu tenho para chegar mais tarde.

— Pelo menos eu vou ter alta amanhã e não vou precisar incomodar mais ninguém.

— E desde quando você incomoda a gente? — Molly ficou de pé e se aproximou dela.

— Desde o dia que eu cheguei à Rua Baker? — Audrey deu um sorriso irônico olhando para a amiga.

— Nunca foi um incômodo para ninguém — afirmou ela dando um sorriso sincero. — Mas que bom que você vai poder sair.

— Sim, só vou ter que fazer um exame antes... — Ela desviou o olhar.

— Qual?

— Ressonância...

— Sherlock me contou que você não reagiu muito bem durante o exame e por isso John não queria repetir.

Audrey apenas concordou com um aceno de cabeça.

— Olha, talvez por você se lembrar como foi feito da outra vez, dessa seja menos pior. Agora você já sabe pelo que esperar.

Ela olhou para Molly com um sorriso esperançoso no rosto. Talvez a amiga tivesse razão.

— O John vai acompanhar você? — quis saber ela.

Molly... — murmurou Audrey sentindo as bochechas arderem.

As duas trocaram um sorriso que apenas elas sabiam o significado.

— Por falar nele, ontem me esqueci de comentar... — Audrey ficou séria. — John me contou sobre o passado da Mary.

Molly apenas acompanhou em silêncio o relato sem acrescentar nada. O que o amigo houvesse omitido continuaria daquela forma até que ele decidisse revelar.

— Nós éramos tornamos amigas, mas ela escondeu bem seu passado de todo mundo. Só fui saber uns 6 meses depois da morte dela quando tive a oportunidade de perguntar para o John — comentou Molly. — Na noite em que a Mary morreu, achei estranho quando ele disse que a esposa tinha ligação com um caso antes de sair deixando Rosie comigo. Queria ter perguntado para ela eu mesma o que aquilo significava, mas não tive tempo.

— Sinto muito por vocês — comentou Audrey.

— A Mary ia gostar de você!

— A gente tem bastante coisa em comum, né? — Ela riu e Molly a acompanhou. — Incluindo o passado.

O único incômodo daquela noite foi a última dose de medicação chegando às dez horas. Audrey se sentia bem o suficiente para uma noite tranquila de sono e mesmo Molly acabou cochilando algumas vezes na poltrona.

O descanso dela, no entanto foi interrompido com Sherlock chegando extremamente cedo na manhã seguinte para que a patologista pudesse ir em casa antes de seguir para o trabalho.

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