Assim que terminou de cumprir seu horário no trabalho, Molly Hooper foi para a Rua Baker onde encontrou Sherlock Holmes e John Watson conversando na sala. A senhora Hudson havia descido para o seu apartamento alguns minutos antes.
Os dois a receberam com um sorriso e depois de trocarem cumprimentos, explicaram a ausência de Audrey que estava no quarto dormindo com Rosie.
— Ainda bem que ela voltou... — comentou Molly deixando a bolsa sobre o sofá maior. — Dói só de pensar em ter que dizer para a Rosie mais uma vez os anjos levaram outra pessoa da vida dela para morar com Deus.
— Esse tipo de explicação só vai fazer com que ela acabe tendo raiva de anjos — desdenhou Sherlock.
— Não se fizermos ela entender que foi o melhor para Mary. Além disso, o que mais poderíamos dizer para ela?
Molly olhava para ele com um sorriso desafiador, realmente esperando uma sugestão melhor.
— Rosie precisa ter a consciência de que a mãe não abandonou ela porque quis, mas sim que não teve outro jeito e não pode mais voltar — continuou a mulher.
— Eu já acho que foi arriscado dizer que a Audrey estava viajando — acrescentou John levantando de sua poltrona. — Colocamos esperança demais na recuperação dela.
— E qual o problema? — perguntou Sherlock realmente sem compreender.
— Se a Audrey tivesse morrido, cada vez que um de nós precisasse realmente viajar se tornaria um tormento para Rosie. — Ele caminhou na direção do quarto de Sherlock.
— Não precisa acordar ela por minha causa, John — disse Molly. — Eu espero.
— Eu sei disso. — Ele sorriu já com a mão na maçaneta da porta. — Mas já passou da hora dela fazer uma refeição decente.
John entrou no quarto e caminhou pela penumbra até a cama para acender a luz de um dos abajures.
Audrey e Rosie despertaram confusas a respeito do tempo que haviam dormido e quando notaram a presença de Molly no quarto, além de John e Sherlock, ambas estamparam um enorme sorriso no rosto.
A madrinha acolheu a afilhada no colo enquanto Audrey se ajeitava sobre os travesseiros e Sherlock acendeu a luz principal iluminando por completo o cômodo.
— Será que agora você está com fome? — perguntou John.
— Talvez... — respondeu a mulher sorrindo.
— Ótimo! Daqui a pouco eu sirvo o jantar então. — Ele saiu do quarto e caminhou para a cozinha.
— Papai! — chamou Rosie esticando os bracinhos.
— Ele foi preparar sua comida — explicou Molly dando um beijo na bochecha dela, mas não conseguiu um sorriso como era de costume.
— Vem com o padrinho. — Sherlock esticou os braços. — Eu levo você até ele.
Molly sorriu e entregou a menina agradecendo com um sorriso a oportunidade para conversar com Audrey. Ele retribuiu o gesto antes de seguir para a cozinha.
— Como você está? — perguntou a mulher sentando ao lado da amiga.
— Bem. — Ela sorriu. — Só tive um contratempo com a Rosie mais cedo, mas nada grave.
— O que aconteceu?
— Ela se empolgou um pouquinho, — Audrey levantou a barra da camisa e mostrou o curativo manchado de sangue para Molly. — John acha melhor trocar.
— Ele tem razão. Se quiser eu mesma faço isso — declarou a mulher.
— Pode ser. — Ela sorriu agradecida.
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Memórias Anônimas
FanficA tarde entediante se transforma com a chegada de uma mulher ferida e sem memória implorando pela ajuda de Sherlock Holmes, mas graves acusações trazidas por Mycroft Holmes colocam em dúvida suas verdadeiras intenções. Porém, após vê-la salvar a vid...