Capítulo 39 - Amiga para todas as horas

130 16 7
                                    

John Watson chegou poucos minutos antes de Molly Hooper. Como não sabia o que estava acontecendo, ele deixou a filha aos cuidados da senhora Hudson.

— Audrey, recebi uma mensagem do Sherlock... — disse ele aparecendo na porta. — Ele falou que você está passando mal, mas não quer contar o que está sentindo...

— Me perdoa John... Se eu soubesse que ele fez isso, teria te tranquilizado — comentou ela de pé na sala.

Sherlock acompanhava a movimentação da sua poltrona.

— Bem, você poderia ter atendido seu telefone — sugeriu John com um meio sorriso no rosto.

Audrey se sentiu culpada ao lembrar que na correria tinha deixado o celular em cima do armário de toalhas ao lado do cesto de roupas sujas do banheiro.

— Minha culpa... Na pressa acabei esquecendo ele no...

— Pressa por quê? — perguntou o amigo.

A mulher estava pronta para responder e acabar com aquilo quando Molly apareceu na porta.

— Oi, desculpa a demora — pediu ela entrando no apartamento.

— Chegou bem na hora! — Audrey sorriu.

John e Sherlock apenas observaram enquanto Molly, que trazia uma sacolinha verde na mão direita, usou a mão livre para segurar a mulher pelo braço e entrar com ela no banheiro.

— Olha o tamanho da confusão que eu consegui fazer — comentou ela enquanto ria da situação.

— O que o John está fazendo aqui?

— Adivinha... O Sherlock enviou uma mensagem para ele — explicou a mulher. — Ele até tentou me ligar para descobrir o que estava acontecendo, mas esqueci o celular aqui no banheiro e não vi...

Molly deu uma risadinha e a amiga a acompanhou.

— Estou me sentindo tão sem graça com essa confusão toda por nada...

— Deixa disso... — Molly pegou o pacote de absorvente de dentro da sacola. — A gente é que não parou para pensar que o fato de ter perdido a memória faria com que esse tipo de evento fosse novidade para você.

Audrey sorriu agradecida pela compreensão.

— Comprei esse absorvente mais tradicional, mas depois posso te mostrar as outras opções — explicou a amiga. — Não é muito complicado de usar.

— A parte maior colada na calcinha e as abas dobradas para baixo. — A mulher gesticulou com o absorvente nas mãos.

— Isso. — Molly sorriu. — Se mesmo assim precisar de ajuda é só me chamar.

— Obrigada. — Agradeceu ela antes da amiga sair e a deixar sozinha no banheiro.

A mulher pegou a calcinha que tinha guardado no bolso de trás dos seus jeans minutos mais cedo e, depois de se despir da cintura para baixo, colocou a lingerie limpa com o absorvente e vestiu de novo a calça.

Não foi nada desafiador comparado com o trabalho que ela teve para tirar as manchas de sangue da calcinha que usava antes. Mas depois de alguns minutos finalmente se deu por satisfeita com o serviço.

— Tudo bem? — perguntou Molly quando ela saiu. — Você demorou.

— Sim. Estava tirando as manchas de sangue que ficaram.

— Ah, isso é um tormento. Odeio quando acontece — desabafou ela. — Às vezes eu uso um pouco de água oxigenada em cima da mancha antes de esfregar com sabão. Facilita bastante.

Memórias AnônimasOnde histórias criam vida. Descubra agora