Capítulo 45 - No fim do labirinto

150 12 7
                                    

"Estamos voltando para a clínica, encontrei os arquivos dos dois homens que foram desligados da organização junto com Audrey. Um código chamou minha atenção no prontuário deles e de outras três pessoas. Todos os cinco assinados pelo mesmo psiquiatra. Federico Bryantt" - SH

Assim que leu a mensagem, Mycroft Holmes sabia que não poderia esperar até o dia amanhecer para tomar uma atitude. Seu irmão mais novo estava colocando a própria vida em risco sem saber e a culpa era dele por não ter compartilhado todas as informações sobre com o que estavam lidando. As pessoas envolvidas naquele projeto seriam capazes de qualquer coisa para mantê-lo em segredo.

(...)
Depois de caminhar até a clínica, Sherlock Holmes e John Watson precisavam descobrir como entrar. Não havia seguranças andando pelo lado de fora, mas havia câmeras e sensores de presença ativando o acendimento automático dos refletores espalhados pelo chão.

Um gato passeando pelo jardim foi o que deu a dica antes de correr e se esconder da luz recém-acesa. Levou alguns minutos até que o detetive conseguisse descobrir o que fazer.

— Aparentemente o sistema não dispara nenhum alarme, apenas ilumina a área para alguém checar. Quando não vê nada de relevante, apenas ignora. Mas se nos ver andando pelo jardim, duvido que irão ignorar.

Sherlock começou a andar pelo terreno longe o suficiente do alcance dos sensores e John o seguiu até a parte de trás do imóvel parando na direção de uma porta trancada com correntes presas por um cadeado.

— Tudo o que precisamos fazer é garantir que a luz não irá acender.

— Se danificar alguma, deve disparar o alarme — ponderou John.

— Provavelmente, mas se eu conseguir cobrir o refletor com alguma coisa, mesmo que o sensor seja ativado, ninguém vai nos ver aqui, longe da iluminação dos postes na rua. — Sherlock pensava em como bloquear a luz.

— Acho que tenho uma ideia. — John quebrou um galho de uma das árvores próxima e sem entrar no campo de alcance do sensor, empurrou a parte de trás do refletor, virando sua região luminosa para baixo.

Para testar a eficiência da ideia, Sherlock caminhou em direção do prédio e voltou rapidamente ao perceber que a luz havia sido acionada. Porém, como planejado, o local continuava escuro à exceção do halo de luz próximo do chão.

Os dois esperaram alguns minutos para ver se aquilo seria suficiente para chamar a atenção de alguém e quando tudo permaneceu no mais completo silêncio, eles avançaram em direção ao prédio. Sherlock abriu o cadeado em poucos segundos permitindo a entrada deles.

— Por onde começamos? — perguntou John.

— Acho que a sala dele fica aqui no térreo. Todas as janelas da parte de cima têm grades, então deve ser onde ficam os pacientes — respondeu o detetive.

Eles estavam em um longo corredor que se estendia para a direita e para a esquerda a partir daquela entrada e resolveram se separar. Em cada uma das extremidades havia uma passagem.

Pelo lado direito, percorrido por Sherlock, várias portas brancas destrancadas de salas de exame, um refeitório, uma biblioteca e o que parecia ser uma sala de TV. Um pouco adiante, outro corredor se dividia para os dois lados. O lugar parecia um labirinto.

O caminho que John seguiu levava a um galpão de depósito dos materiais usados na clínica. Tanto de limpeza quando insumos médicos. Ele deu uma olhada no lugar à procura de algo que pudesse ser a substância similar à TD12 ou a droga original, mas como já esperava tudo o que encontrou foram medicamentos psicotrópicos. Do lado oposto de onde ele entrou havia uma porta destrancada que levou a outro corredor.

Memórias AnônimasOnde histórias criam vida. Descubra agora