Capítulo 25 - A pessoa que mais importa

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O restaurante italiano onde Molly Hooper levou Audrey Morgan ficava na Rua Great Castle e não era muito longe de onde elas estavam. Foi uma caminhada agradável até lá com uma parada ou outra para que a mulher, ainda encantada com a paisagem, apreciasse alguma vitrine.

Molly escolheu um lugar perto da janela para que Audrey pudesse continuar contemplando a rua. As duas sentaram cada uma em um dos sofás de estofado caramelo dispostos em lados opostos da mesa de madeira, deixando as sacolas que traziam no espaço restante.

— Gostou? — perguntou Molly enquanto tirava o cardigan fino de tricô cor creme que usava sobre o vestido vermelho. O mesmo que vestia quando foi visitar os Watson pouco depois do nascimento de Rosie.

— Sim — respondeu Audrey. Ela preferia manter o casaco apesar do calor por conta da quantidade de marcas de agulha e feridas nos seus braços. — É bem aconchegante.

— Tô pensando em pedir uma pizza pra gente, que tal?

— Pode ser — concordou ela, animada.

— Você não tem ideia do que seja, não é?

— É estranho isso. Lembrar algumas coisas e outras não...

Um dos garçons que circulava pelo local se aproximou da mesa delas trazendo dois cardápios.

— Aqui. — Ela mostrou as fotos e os ingredientes das pizzas para a mulher.

— Parece bom. — Audrey lia as descrições. — Mas pode decidir você.

— Tudo bem. — Molly escolheu uma pizza de Pepperoni e duas latas de Coca-Cola para acompanhar. — Do que você consegue lembrar?

— Até agora que sei ler, escrever, consigo preparar chá e não foi muito complicado cuidar da Rosie. Ajuda bastante o fato dela não estar usando fralda.

— Sim, o John decidiu ensinar ela a usar o banheiro e está colocando a fralda só na hora de dormir.

— Cada dia eu percebo que fiz alguma coisa sem me dar conta que sabia como fazer.

— Ficar sem aquela droga que estavam te dando deve ter facilitado o acesso a memórias reprimidas.

O garçom trouxe as bebidas e dois copos com pedras de gelo e fatias de limão. Elas agradeceram antes dele se retirar. Assim que a bebida gelada tocou os lábios de Audrey ela instintivamente fez uma careta.

— Acho que nunca tomei nada igual! — declarou ela rindo. — Gostei.

Molly sorriu de volta bebendo um gole da própria Coca-Cola.

— Se ficar sem a droga realmente está proporcionando isso, talvez fazer mais coisas comuns do dia a dia acelere o processo — comentou Audrey. — Mas não posso incomodar vocês com mais essa... — lamentou.

Molly estava disposta a ensiná-la tudo que quisesse nas suas horas de folga, mas entendia o sentimento da mulher.

— Me empresta seu celular — pediu ela.

Audrey tirou o aparelho do bolso sem entender o que a outra queria e o passou para ela.

— Você deveria proteger ele com senha — acrescentou Molly.

— Tenho medo de esquecer. — A mulher sorriu sem graça.

— Se esquecer pede pro Sherlock que ele descobre qual é.

— Como? — Ela franziu a testa.

— Não sei, mas o John vive brigando por ele desbloquear o laptop dele e usar sem permissão.

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