Capítulo 8 - Regras são regras

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Quando Elle conseguiu se acalmar, John decidiu ir embora para passar um tempo a mais com sua filha que naquela tarde de domingo estava sob os cuidados da madrinha Molly.

Antes, no entanto, combinou com a mulher que a buscaria na manhã seguinte para irem até o hospital. Ele queria fazer uma ressonância magnética para tentar descobrir se o motivo de sua falta de memória eram lesões no cérebro e se havia alguma forma para reverter o quadro. Elle concordou e agradeceu.

Sherlock estava estático em seu palácio mental quando John se despediu dele e deixou o apartamento. O fato só foi percebido pelo detetive quando tentou iniciar uma conversa.

— John, estive pensando... — Ele levantou.

— Ele já foi embora, Sherlock... — disse Elle que olhava a rua pela janela.

— Quando? — perguntou confuso por não ter percebido.

— Acho que faz mais de meia hora... — a mulher fungou e esfregou o rosto secando as lágrimas silenciosas.

O detetive avançou até o local onde seu casaco estava pendurado, o pegou e vestiu antes de caminhar para perto dela.

— Não sei que horas vou voltar e também não sei como está a geladeira, então se tiver fome, — Sherlock colocou dinheiro sobre a mesinha em frente ao sofá. — Tem uma lanchonete aqui embaixo.

— Obrigada. — A resposta dela saiu quase como um sussurro para conseguir segurar as lágrimas.

O homem percebeu e querendo evitar a situação, deu um breve sorriso para ela antes de sair apressado do apartamento. Elle continuou olhando pela janela e acompanhou o detetive andando na calçada, até seus olhos ficarem embaçados demais para que ela conseguisse enxergar qualquer coisa.

(...)
O detetive seguiu para a casa de John. Além de saber que precisavam conversar depois do que haviam descoberto sobre Elle, Sherlock realmente estava com saudades de Rosie. Normalmente os fins de semana ele passava com o amigo e a afilhada na Rua Baker ou passeando em Londres.

Já durante a semana, a menina ficava com uma de suas duas madrinhas, com a tia Harriet Watson, ou às vezes ele mesmo, padrinho da criança, se encarregava em tomar conta dela enquanto o médico trabalhava. Porém, com o caso que estavam lidando, isso não estava sendo possível.

A amiga saía da casa de John quando ele chegou e os dois pararam perto do portão para conversar.

— Sherlock! — Um sorriso caloroso iluminou o rosto dela.

— Oi Molly! — O detetive correspondeu da mesma maneira. — Dia agitado?

— Mais ou menos. — Ela terminava de vestir o casaco e Sherlock a ajudou. — Obrigada. Rosie está cada vez mais esperta, mas é um doce. É cansativo, mas divertido.

— Estou sentindo falta disso — comentou ele.

— E como vão as coisas com a Elle?

— O lugar onde fomos não era o certo, vamos tentar outro amanhã. — Ele suspirou antes de continuar. — Mycroft apareceu com uns documentos e algumas acusações graves.

— Acha que ela está enganando você?

— Não, eu teria percebido — respondeu ele com confiança.

Molly sorriu. Achava divertido o jeito seguro de Sherlock ao fazer suas deduções.

— Essa mulher está sendo usada para desmascarar algo muito maior. O fato de ela estar sem memória, faz parte do esquema.

— Quem pode ser tão cruel a ponto de apagar a identidade de alguém? — Molly parecia compartilhar a dor da mulher enquanto falava.

— Acredito na possibilidade dela mesma ter escolhido esse caminho pelo propósito com o qual foi manipulada. Elle não parece ter esse perfil. Se tivesse oferecido resistência o tempo todo, não obteriam sucesso.

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