Capítulo 83 - Arquivo Morto

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Sherlock Holmes e John Watson chegaram à clínica psiquiátrica e foram recebidos por um dos seguranças que vigiava o local, agora fechado e interditado pelo governo.

Enquanto não fossem verificadas todas as possíveis conexões do local com Federico Bryantt e o projeto, Mycroft Holmes garantiu que continuaria daquela forma. Poucos homens trabalhavam em silêncio lendo arquivos e analisando imagens.

A dupla foi conduzida pelo chefe da operação para a sala onde estavam os arquivos já deletados dos computadores e guardados apenas em cópias físicas.

Depois de ter examinado as fichas de todos os pacientes que morreram ou desistiram do tratamento nos últimos doze meses quando esteve ali pela primeira vez, o detetive estava interessado no material mais antigo.

— Deixamos essa sala por último, porque ainda não começamos a analisar o arquivo morto da clínica, mas faremos isso em breve — disse o homem que os acompanhou e acendeu a luz do cômodo branco com oito armários de aço na cor cinza com quatro gavetas cada.

Metade estava disposta encostada na parede perpendicular à porta e os outros aos fundos do cômodo de frente para a entrada. Havia também uma mesa grande e outra menor com um computador em cima.

— Fiquem à vontade — declarou ele antes sair e voltar para junto dos outros investigadores.

— Como vamos organizar a busca? — perguntou John. — Sem um critério vamos levar dias. — Ele caminhou pela sala. — Mycroft não conseguiu mesmo reconhecimento com a foto dela nos arquivos dos computadores?

— Não, — o detetive tentava encontrar um método eficiente de busca enquanto andava. — Se a ficha dela estiver entre essas mais antigas, só tem foto na versão impressa.

John se aproximou do armário mais perto da porta e abriu a primeira das gavetas, que deslizou sobre um trilho, e contou 35 pastas. Eram quatro iguais aquelas em cada armário e se considerasse que todas tinham a mesma quantidade seriam 1.120 pastas para analisar.

— Já sei! — anunciou Sherlock indo em direção ao computador e ligando a máquina que emitiu um zumbido quando começou a funcionar. — Se dermos sorte de 1980 ser o ano que ela nasceu, e essa informação estiver na ficha dela, podemos pegar apenas as pastas de quem nasceu nesse ano. Deve reduzir bastante nossa busca.

John sorriu concordando que valia à pena tentar a sorte, pelo menos para começarem. Assim que o computador estava pronto para ser usado, Sherlock procurou pela lista de arquivos daquela sala ou algo parecido. Por sorte, havia um programa com todos catalogados e a busca era feita exatamente inserindo o ano de nascimento do paciente. Esse primeiro filtro rendeu como resultado 425 pastas.

— Bom, ainda é melhor do que ter que olhar todas elas — comentou Sherlock depois de anunciar o resultado para John e ver sua expressão ainda preocupada por conta do número de arquivos.

— Vamos tirar das gavetas e colocar sobre a mesa — sugeriu ele indicando o móvel no centro da sala.

— E se a gente separasse as com nome feminino e neutro? — continuou o detetive. — Não tenho evidências para crer que a Audrey tenha tido um nome masculino.

Concordando com a ideia, os dois trabalharam em silêncio tirando das gavetas as pastas separadas em ordem alfabética pelo sobrenome das pacientes com ajuda da lista na tela do computador.

Depois separaram apenas aquelas que haviam sido atendidas por Federico Bryantt, porém cientes da possibilidade, mesmo que remota, dele ter usado pacientes de outros psiquiatras nos seus planos.

O total final a ser analisado acabou caindo para pouco mais de 200 pastas. Dividindo em duas pilhas de tamanho semelhante, John e Sherlock pacientemente abriram cada uma olhando com atenção as fotos de identificação na esperança de encontrar um rosto que pudesse corresponder ao da amiga antes das cirurgias estéticas.

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