Algumas horas mais tarde, Audrey Morgan acordou para o seu ritual de lavar as roupas íntimas e colocá-las para secar perto da janela. Quando pôde deixar o quarto em definitivo, o som de risadinhas infantis alcançou seus ouvidos e ela então desceu direto para a sala com um sorriso no rosto.
— Rosie! — chamou vendo a menina andar em torno da mesinha de centro na frente do sofá maior enquanto montava um quebra-cabeça.
Sherlock Holmes estava sentado no chão de frente para a aresta maior da mesa retangular, vestindo calças, sapatos e um blazer escuro como de costume com uma camisa azul clara enquanto ajudava a afilhada na brincadeira.
— Audie! — A menina sorriu.
— O que vocês estão fazendo? — Audrey se aproximou.
— Montano queba cabeça com Shelock.
A mulher sorriu.
— Binca com a gente! — convidou ela.
— Se você me ensinar como faz. — Audrey sentou no chão em frente a uma das arestas menores da mesinha.
— Bom dia, Sherlock — cumprimentou ela.
O homem respondeu com um sorriso.
— É só encaxá e foma um bicho — explicou Rosie em sua jardineira jeans e uma blusinha verde de moletom com mangas compridas.
O quebra-cabeça eram moldes vazados dos bichos onde quatro ou cinco peças juntas completavam o animal.
— E que bichinho é esse? — perguntou Audrey.
— Uma coluja — respondeu a pequena.
— Isso! — A mulher bateu palmas que foram acompanhadas pelo detetive.
— E esse — ele apontou para outro bichinho onde faltava uma peça.
Rosie olhou em volta procurando o objeto e quanto o encontrou pegou para colocar no lugar.
— Jacalé! — anunciou ela.
Audrey e Sherlock comemoraram e foram acompanhados pela menina.
— Cadê mais? — quis saber Rosie.
— Na caixa lá na poltrona do papai. — O padrinho girou o tronco e indicou a direção com a mão esquerda.
A bebê atravessou a sala correndo em seus passinhos curtos com a mulher acompanhando encantada seu deslocamento com os olhos.
— A senhora Hudson trouxe uns scones de mirtilo, se você estiver com fome — anunciou Sherlock interrompendo a contemplação dela.
— Hum, eu quero. — Audrey ficou de pé.
— Não vai bincá mais? — Rosie estava voltando abraçada a várias peças e ficou um pouco decepcionada.
— Vou sim, linda. Só preciso comer alguma coisa antes — explicou ela. — Não dá para brincar com fome.
— Tô com fome. — A menina fez um biquinho com os lábios enquanto olhava para o padrinho.
— Elle, pega um potinho que está na geladeira com frutas picadas, por favor?
— É Audrey, Sherlock. — A mulher sorriu antes de ir para a cozinha.
Não foi difícil encontrar o que ele pediu, pois, o potinho colorido se destacava por não haver nada em volta. Duas prateleiras abaixo, no entanto, um saco plástico semitransparente chamou a atenção da mulher.
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Memórias Anônimas
FanfictionA tarde entediante se transforma com a chegada de uma mulher ferida e sem memória implorando pela ajuda de Sherlock Holmes, mas graves acusações trazidas por Mycroft Holmes colocam em dúvida suas verdadeiras intenções. Porém, após vê-la salvar a vid...