De volta ao número 221B da Rua Baker, Elle e John Watson encontraram Sherlock Holmes analisando mais uma vez os papéis trazidos por Mycroft Holmes.
— Beija-flor — disse o detetive olhando para a mulher.
— Pode fazer o favor de não me chamar assim? — Ela ficou séria enquanto o encarava.
— Era seu codinome — justificou ele.
— Notei quando li o arquivo — respondeu Elle de forma seca.
John acompanhava a cena sem saber como reagir.
— Como quiser — Sherlock fingiu sorrir. — Só achei que você fosse se apegar a cada detalhe para lembrar.
— Esse nome só me traz uma tela em branco.
— Talvez não sirva para nada então — concluiu ele voltando a olhar para os papéis.
A mulher saiu da sala e seguiu para o quarto no piso superior.
— Sherlock, o que foi isso? — perguntou John incrédulo.
— Estava tentando ajudá-la a se lembrar. — Ele não se abalou.
— Mycroft fez isso por anos e até você estar naquela casa com a Eurus não adiantou muito — declarou John contendo a irritação.
Sherlock não respondeu.
— Os exames da Elle — anunciou o médico sentando em sua poltrona de frente para o amigo. — Comecei pela RM exatamente para ver se a amnésia dela é por alterações estruturais no cérebro, caso não fosse precisaria fazer outros exames clínicos e encaminhar os resultados para especialistas.
— Mas não vai precisar. — Sherlock olhou para ele.
— Não, — declarou John. — Realmente há lesões no cérebro dela. Quem fez isso sabia o que estava fazendo e temo que seja irreversível. — O médico manteve o tom de voz baixo. — Ainda não sei dizer exatamente como, mas conseguiram provocar uma amnésia dissociativa generalizada como eu imaginei preservando as habilidades motoras e de linguagem. O bom seria repetir o exame daqui um tempo, já que ela vai ficar sem a substância que estavam injetando nela, para saber se as células cerebrais estão conseguindo se regenerar.
— E você já sabe o que era?
— Sim, — John pegou outro papel. — Nós encontramos com a Molly e ela entregou o resultado — explicou. — É uma substância de estrutura molecular muito parecida com a TD12, mas não tenho certeza se foi apenas isso que apagou identidade dela. Pode ter sido um conjunto de métodos. Vou estudar mais sobre o assunto para ver se descubro.
— Quando você pretende repetir a ressonância?
— Não vou fazer isso — respondeu o médico sem hesitar.
— Por que não? — Sherlock parou de olhar os papéis e o encarou.
— Ela não reagiu muito bem ao exame e havendo regeneração significativa e a recuperação das memórias, nós vamos perceber. — John evitou olhar diretamente para o amigo. — Elle não precisa de mais traumas.
— Tem certeza que você não está projetando a Mary nela? — Ele inclinou o corpo para frente enquanto falava.
— Claro que tenho Sherlock. — John abaixou a cabeça apoiando a mão direita na testa. — Só me sensibilizei com a situação.
— Tem razão — declarou após um tempo em silêncio o que fez o amigo voltar a encará-lo esperando pela explicação. — Você não olha para a Elle da mesma forma como olhava para a Mary. Está mais parecido com a forma como você trata a Rosie.
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Memórias Anônimas
FanfictionA tarde entediante se transforma com a chegada de uma mulher ferida e sem memória implorando pela ajuda de Sherlock Holmes, mas graves acusações trazidas por Mycroft Holmes colocam em dúvida suas verdadeiras intenções. Porém, após vê-la salvar a vid...