Cumprindo a promessa de não demorar muito, John Watson e Sherlock Holmes voltaram para o 221b da Rua Baker pouco depois que escureceu.
Audrey estava sentada com as pernas sobre o sofá maior com Rosie no colo lendo uma história para a menina que terminava de tomar o suco pelo canudinho no copinho azul de plástico com tampa e alças decorado com a gravura de duas girafas.
— Olha quem chegou, pequena! — exclamou a mulher ao ver John entrando na sala.
— Papai! — Ela entregou o copinho para a mulher e esticou os bracinhos na direção dele.
— Se comportou direitinho? — perguntou o pai segurando a filha no colo.
Rosie acenou em positivo com a cabeça e a mulher confirmou com o mesmo gesto e um sorriso.
— Se divertiu, Sherlock? — perguntou Audrey ao homem que entrou logo em seguida.
— Sim! — Ele sorriu. — Obrigado pela ajuda!
— Não devia ser divertido, Sherlock. É uma cena de crime... — Ela sorriu enquanto levantava do sofá. — Conseguiu resolver?
— Claro! — Ele se jogou em sua poltrona.
— E como foi? — Audrey pegou uma das cadeiras que estava perto da mesa coberta de papéis, presos sob o peso do laptop, e a virou de frente para ele.
— Duas estudantes de moda e um modelo, mortos dentro do ateliê trancado. Sem suspeitos ou vestígios, — Sherlock sorriu. — Para a polícia, claro. Os órgãos foram retirados e pendurados na arara de roupas!
— Que horror! — Audrey cobriu a boca com a mão. — Continua... Como você resolveu?
— Fácil — O detetive relaxou o corpo e esticou as pernas.
John havia ido para a cozinha com a filha para a menina não ouvir a conversa.
— A assassina foi quem chamou a polícia.
— Confiante a esse ponto? — A mulher ficou impressionada com a audácia da criminosa.
— Achou que não seria pega porque usou linhas e tesouras que todo mundo tem acesso.
— Espera, tesoura até entendo, mas o que linhas tem a ver com o crime?
— É que ela costurou os cadáveres depois de eviscerar, limpar e deixar em poses artísticas.
— Cruel... — comentou Audrey. — Tá, mas conta logo como você descobriu.
— Sangue no cabelo — revelou Sherlock orgulhoso. — Uma mancha pequena atrás da orelha.
— Que idiota!
— Sim! — concordou o detetive inconformado. — Ela trocou a roupa toda, inclusive os sapatos, e não percebeu o sangue seco nos cabelos. Deve ter colocado a mão nele enquanto "trabalhava." — Sherlock gesticulou as aspas com os dedos.
— E ela tentou se justificar?
— Claro..., mas a polícia revistou os pertences dela e encontrou um sedativo sem prescrição — respondeu ele. — Mandaram para o laboratório e vão checar se a substância está presente nos corpos. Eu sei que está. — Sherlock balançou os ombros. — Enquanto isso ela fica sob custódia.
— Incrível! — Audrey sorriu. — Meus parabéns!
— Obrigado — agradeceu a Sherlock.
— Terminaram? — perguntou John voltando para a sala.
— Desculpa, é que eu tenho curiosidade com mistérios assim... — relevou a mulher.
— Por que não vai na próxima vez? — sugeriu ele.
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Memórias Anônimas
FanfictionA tarde entediante se transforma com a chegada de uma mulher ferida e sem memória implorando pela ajuda de Sherlock Holmes, mas graves acusações trazidas por Mycroft Holmes colocam em dúvida suas verdadeiras intenções. Porém, após vê-la salvar a vid...