Capítulo 22 - Uma babá quase perfeita

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Cumprindo a promessa de não demorar muito, John Watson e Sherlock Holmes voltaram para o 221b da Rua Baker pouco depois que escureceu.

Audrey estava sentada com as pernas sobre o sofá maior com Rosie no colo lendo uma história para a menina que terminava de tomar o suco pelo canudinho no copinho azul de plástico com tampa e alças decorado com a gravura de duas girafas.

— Olha quem chegou, pequena! — exclamou a mulher ao ver John entrando na sala.

— Papai! — Ela entregou o copinho para a mulher e esticou os bracinhos na direção dele.

— Se comportou direitinho? — perguntou o pai segurando a filha no colo.

Rosie acenou em positivo com a cabeça e a mulher confirmou com o mesmo gesto e um sorriso.

— Se divertiu, Sherlock? — perguntou Audrey ao homem que entrou logo em seguida.

— Sim! — Ele sorriu. — Obrigado pela ajuda!

— Não devia ser divertido, Sherlock. É uma cena de crime... — Ela sorriu enquanto levantava do sofá. — Conseguiu resolver?

— Claro! — Ele se jogou em sua poltrona.

— E como foi? — Audrey pegou uma das cadeiras que estava perto da mesa coberta de papéis, presos sob o peso do laptop, e a virou de frente para ele.

— Duas estudantes de moda e um modelo, mortos dentro do ateliê trancado. Sem suspeitos ou vestígios, — Sherlock sorriu. — Para a polícia, claro. Os órgãos foram retirados e pendurados na arara de roupas!

— Que horror! — Audrey cobriu a boca com a mão. — Continua... Como você resolveu?

— Fácil — O detetive relaxou o corpo e esticou as pernas.

John havia ido para a cozinha com a filha para a menina não ouvir a conversa.

— A assassina foi quem chamou a polícia.

— Confiante a esse ponto? — A mulher ficou impressionada com a audácia da criminosa.

— Achou que não seria pega porque usou linhas e tesouras que todo mundo tem acesso.

— Espera, tesoura até entendo, mas o que linhas tem a ver com o crime?

— É que ela costurou os cadáveres depois de eviscerar, limpar e deixar em poses artísticas.

— Cruel... — comentou Audrey. — Tá, mas conta logo como você descobriu.

— Sangue no cabelo — revelou Sherlock orgulhoso. — Uma mancha pequena atrás da orelha.

— Que idiota!

— Sim! — concordou o detetive inconformado. — Ela trocou a roupa toda, inclusive os sapatos, e não percebeu o sangue seco nos cabelos. Deve ter colocado a mão nele enquanto "trabalhava." — Sherlock gesticulou as aspas com os dedos.

— E ela tentou se justificar?

— Claro..., mas a polícia revistou os pertences dela e encontrou um sedativo sem prescrição — respondeu ele. — Mandaram para o laboratório e vão checar se a substância está presente nos corpos. Eu sei que está. — Sherlock balançou os ombros. — Enquanto isso ela fica sob custódia.

— Incrível! — Audrey sorriu. — Meus parabéns!

— Obrigado — agradeceu a Sherlock.

— Terminaram? — perguntou John voltando para a sala.

— Desculpa, é que eu tenho curiosidade com mistérios assim... — relevou a mulher.

— Por que não vai na próxima vez? — sugeriu ele.

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