Cap. 2

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Eu cheguei na cafeteria naquela manhã e ela não estava lá. Era frustrante quando isso acontecia, ainda mais porque geralmente ela demorava de dez a quinze minutos para chegar quando se atrasava. Sentei-me à mesa e olhei no relogio que eu estava usando, foi então que o que eu não esperava aconteceu... Ela chegou! 
Ela fez sinal para o rapaz do balcão indicando que ela já iria atender os clientes e ele voltou ao seu posto. Ela usava uma legging preta, uma regata branca não muito apertada e nem curta, e um all star preto, ao chegar colocou o pequeno avental na cintura e os cabelos loiros antes soltos foram presos em um coque no alto da cabeça. Estava encantadoramente linda!
Ela chegou sorrindo, cumprimentando os senhores e o rapaz que trabalhava ali. Ela sempre sorria, tratava a todos com um carinho e uma atenção únicos. Eu não tinha certeza, mas acreditava que ela era amada por todos ali, ela era como neta, filha e irmã dequelas pessoas.

Ela veio alegre me atender, com seu bloquinho e caneta nas mãos. E então o inesperado aconteceu novamente:

- Então? Me deixa adivinhar... O de sempre? - Ela disse, sorridente demais. Eu fiquei sem graça.
- Você tem alguma sujestão?
- Eu? Eu amo as panquecas daqui, mas se o nosso café e muffin é o que te trazem aqui sempre, então por favor, fique com o de sempre. - Não era isso que me levava até ali, não!
- Um café preto e as panquecas então, se eu não gostar volto aos muffins. - Respondi tentando sorrir tão verdadeiramente quanto ela. 
- Boa escolha. - Ela disse e saiu em direção ao rapaz do balcão. 

Vi ela entregando o meu pedido ao tal rapaz e indo atender aos outros dois senhores que estavam em suas mesas. Eu a vi abraçar de lado o senhor mais velho, que frequentava diariamente aquele mesmo café e soltar uma gargalhada que eu não tive como ignorar. O som da risada dela era a coisa mais maravilhosa que eu já havia ouvido. Tive uma inveja saudável dequele senhor que a fez rir daquele jeito. 
Após pegar os pedidos dos senhores ela voltou ao balcão. Ela conversava com o tal rapaz, tinha um vão na parede que separava do que eu imaginava ser a cozinha, e por ali passavam os pedidos prontos. 
Quando o meu pedido ficou pronto, vi o rapaz passar a bandeja pra ela, falar alguma coisa e ambos rirem de seja lá o que for que ele disse. 

Ela veio até mim rindo:

- Se você não gostar é por conta da casa. - Ela me serviu.
- Vejamos - Eu experimentei um pedaço da panqueca, mas com ela ali do lado nem consegui me atentar muito ao gosto, mesmo assim afirmei - Está excelente! 
- Eu disse, não disse? Olha... Eu não quero ser abusada e muito menos intrometida, mas eu e meu amigo ali estavamos pensando o que de fato te trás até aqui todos os dias! - Ela disse se sentando na cadeira em frente a minha. Isso porque ela disse que não queria ser abusada, imagina se fosse! 
- A que conclusão vocês chegaram? - Perguntei, tomando um gole do meu café. 
- Pior é que não chegamos a conclusão nenhuma... Temos algumas teorias.
- Quais? - Era a primeira conversa que tinhamos e eu prolongaria aquilo ao maximo. 
- Visto pelo seu terno, relogio e por aquele BMW estacionado lá fora, sabemos que você não mora nem perto daqui. O café daqui também não é nenhum expresso que sai pronto e quentinho de uma maquina, a comida.. Eu sou suspeita pra falar, porque eu adoro as gororobas da Tia, mas acho que você deve estar muito mais acostumado com as coisas mais sofisticadas... Então eu acredito que você estaja fechando algum negócio aqui perto, ou esteja de caso com alguém daqui. - Ela estava duplamente errada. 
- Bem... O negócio eu fechei já faz algumas semanas. 
- Então é o caso? - Um pouquinho intrometida ela, não? 
- Ainda não... - Eu disse, encarando aqueles olhos azuis.
- Os pedidos Annie! - O Rapaz do balcão surgiu ao nosso lado, reclamando atenção. 
- Perdão Chris... Até mais...?
- Alfonso!
- Até mais Alfonso... Ah! E eu sou a Anahí. - Ela disse apontando pro crachâ.
- Eu sei! - Eu disse sorrindo, e ela saiu com uma alegria genuina no olhar!

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora