Cap. 89

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O mundo não era o lugar ideal e o começo da minha semana provou bem isso. Eu trabalhava no meu escritório, focado nos meus casos que eram por sinal, fáceis para os meus padrões. Nenhum processo, eu não teria que livrar ninguém da cadeia e nem nada do tipo. Apenas contratos, divórcios que envolviam muito dinheiro aonde nenhum dos dois queriam abrir mão, divisão de bens e guarda dos filhos certos clientes. Nada de realmente estressante. Se meu trabalho fosse sempre assim seria fácil e provavelmente eu gostaria mais do que faço. Mas a verdade era que eu não gostava do que fazia e só trabalhava naquilo porque era o que eu tinha aprendido e ouvido das pessoas que teria que fazer, desde sempre. 

 A hora do almoço já se aproximava quando o telefone da minha mesa tocou. Eduarda me informou que alguém estava a minha procura. Eu sabia que não podia ser Anahí; e se fosse meu sócio ela me diria de imediato. Perguntei quem era e ela me disse que era uma mulher. Já sem paciência perguntei o nome e ela me informou que se tratava de uma "tal Gisele". 

 Eu sabia quem era a tal Gisele muito bem. Advogada como eu, nos conhecemos nos tribunais. Tivemos algumas aventuras juntos, o que poderia ser chamado de conflito de interesses, já que quando nos conhecemos nos enfrentávamos perante o juri. Mas a verdade é que Gisele sempre foi uma mulher linda. Alta, com cabelos perfeitamente pretos e longos, a pele branca como papel e os olhos verdes a faziam uma mulher difícil de não ser notada. Quando nos enfrentamos acabamos levando a briga dos tribunais a outro nível. A atração era forte e acabamos nos envolvendo sexualmente. 

Claro que isso é errado e poderia custar a nós dois um processo, mas até então ninguém precisava saber. A relação foi boa, não tinha como não ser, afinal se tratava apenas de sexo. Nos afastamos quando ela recebeu uma proposta de emprego em Washington há alguns meses. Eu não poderia imaginar o que ela estaria fazendo de volta a Nova York. Mandei que Eduarda pedisse para ela entrar. Ela entrou pouco tempo depois, tão linda e elegante quando eu conseguia me lembrar: 

- Alfonso... - Ela veio em minha direção. Me levantei indo ao seu encontro. - Você não mudou nada. - Ela comentou. Nos cumprimentamos com um abraço. Fazia tempo que não nos víamos e era bom poder revê-la. 

- Você também está do jeito que eu me lembrava. - Nos soltamos - O que você faz aqui? Não tinha ido para Washington? 

- Eu fui, mas precisei voltar para Nova York pra resolver algumas burocracias, aproveitei e resolvi passar pra ver ver... - Ela sorriu. 

- Parece que eu não te vejo faz uma vida - Puxei uma cadeira para que ela se sentasse e me encostei na mesa. 

- Tem sido um desafio para mim Washington. 

- Eu imagino... A terra da casa branca. 

- Sim. Você não imagina a loucura que é. Parece que lá eles precisam de um advogado a postos sempre. - Ela sorriu - Mas e você? Quais as novidades por aqui? 

- Por aqui continua a mesma coisa. Os mesmo casos de sempre. Eu deveria fugir para outro lugar como você fez... 

- Você se daria bem em Washington. - Eu ri daquele comentário. 

- Eu teria que mudar não somente de cidade se fosse para realmente passar a gostar um pouco mais do que eu faço. 

- Entendi. Mas enquanto a mudança para outro planeta ainda não é possível, eu poderia ao menos te levar para almoçar? Colocarmos o assunto em dia, talvez?  

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora