Cap. 73

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Meu pai me ignorou nos dias que se passaram. Não atendia minhas ligações e nem respondia minhas mensagens. Já era quinta-feira e eu ainda não tinha conseguido falar com ele. Pra completar, algo dentro da minha cabeça martelava, dizendo que problemas estariam por vir. Uma sensação ruim que fazia meu peito doer. Uma sensação que eu conhecia bem, pois desde que conheci Anahí, essa sensação vivia comigo, uma inconstante, insistindo em ir e voltar quando bem entendesse.

A minha vida era bem mais fácil antes de Anahí aparecer e entrar nela sem aviso prévio. Meu trabalho nunca atrasava. Meus país e os problemas deles ficavam distantes. Eu tinha uma legião de mulheres lindas ao meu dispor. Eu via mais os meus amigos. Minhas preocupações eram minimas e essas sensações ruins nunca ousaram chegar perto de mim.

A minha vida também era muito mais triste sem ela. Eu vivia para o meu trabalho. Eu não tinha noticias da minha família há anos. Mulheres lindas, fúteis e fáceis que duravam uma noite, talvez duas, entravam e saiam da minha vida sem fazer diferença. Meus únicos dois amigos, um apaixonado, pai de família, que sempre me apoiou, mas que já andava sem tempo pra muita coisa, e o outro tão fútil quanto algumas das mulheres que eu saia, que adora dinheiro e farra, e ainda por cima meu sócio. E não sentir angustia não pode ser contado como vantagem, já que a maior parte do tempo eu não sentia nada.

Quando eu entrei naquele café no Brooklyn minha vida mudou. Quando eu a vi, toda a bobagem do amor romântico, que eu sempre achei besteira, exagero e desnecessário, fez total sentido. Cada musica, filme, frase, cada clichê. O amor é totalmente clichê! Eu me tornei um homem muito mais cafona depois que me apaixonei, e agradeço por isso. Eu gritei na janela e fiz piquenique no parque. Muito cafona, bem clichê. Me tornei um homem melhor também. Não estava mais sozinho, e ela me dá a força para ser melhor.

E se a vida tinha sido tão boa comigo em trazer Anahí, porque ela insistia em deixar essa inquietude dentro de mim? Seja o que fosse, não duraria muito. No final, tudo ficaria bem, pois era a unica opção aceitável pra mim.

Eu estava perdidos nesses pensamentos, no meio da tarde, dentro do escritório, quando três batidas na porta de trouxeram de volta do meu devaneio:

- Entra - Eu disse.

- E então? - Disse Alexandre, sorridente ao fechar a porta atrás de si.

- Então o quê?

- Planos para essa noite?

- Vou direto para a casa da Anahí.

- Obvio que vai. - Ele se jogou na cadeira do outro lado da mesa, bem à minha frente. - Mas eu pensei em fazermos alguma coisa.

- Não posso, já combinei com ela. Não posso dar o bolo. - Por um lado era mentira, pois não tínhamos combinado nada. Por outro lado sempre nos víamos a noite, então já era esperado que ela me esperasse.

- Leva ela então. - Olhei para ele insatisfeito com a sugestão. E mesmo sem dizer nada e pareceu entender. - Calma. Não precisa me fuzilar com os olhos. Eu também vou com uma garota. Um encontro duplo, de casais; seja lá como se chama.

- Não sei... Preciso falar com ela primeiro.

- Mulher nenhuma resiste ao charme do Eleven Madison Park.

- Anahí não é do tipo que se impressiona com restaurantes caros.

- Aposto que não; mas também aposto que você vai dar um jeito de convence-la a ir. - Ele não me deu tempo para responder e foi se retirando. - Na frente do Eleven, às 20hrs30. - Foi a última coisa que ele disse antes de sair...

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora