Cap. 7

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Eu sai do café cinco minutos antes do horário de saida dela e me postei ao lado do meu carro. Eu estava tentando impressiona-la com meu BMW e só me dei conta disso depois. Qual ridicúlo eu ainda continuaria sendo?

Eu a vi sair do café de jeans, camiseta e sapatinha. Atravessei a rua ao seu encontro:

- Oras, oras... Senhor Affonso !
- Dona Anahí! 
- Certo... Entendi o recado, Alfonso!
- Muito melhor!
- Vai me dizer agora o motivo que te trouxe de volta aqui hoje?
- Agora? Melhor não... - Nem agora nem nunca! 
- Que absurdo! - Ela riu. Ela era o resumo da felicidade. 
- Absurdo é você viver sorrindo e rindo desse jeito.
- Algum problema com a felicidade alheia, Alfonso? 
- Problema algum, Anahí. 

Estavamos nos encarando há alguns segundos, parados na porta do café. Eu já estava pronto pra quebrar aquele breve silêncio quando algo chamou a atenção dela, que desviou o olhar para uma senhora que vinha caminhando pela calçada com alguns sacos de compras. 

- Dona Carmen! A Senhora não tem jeito. - Ela disse indo de encontro à senhorinha que aparentava uns 70 anos.
- Ah minha filha... Não se preocupe comigo. 
- Quantas vezes eu disse para a senhora me chamar? Ou chamar o Chris? A senhora não deve se esforçar demais. 
- Eu estou bem. 
- Eu sei... Só estou garantindo que a senhora continue bem.

Anahí pegou os sacos das mãos da senhorinha. Eu querendo me fazer presente, notado e prestativo, cheguei ao lado dela e me ofereci para levar as sacolas:

- E quem é esse belo e educado rapaz, minha Annie? 
- O nome dele é Alfonso, dona Carmen. 
- Um prazer. - Respondi
- O prazer é meu. 

Peguei as compras das mãos de Anahí, ela abraçou a senhora de lado e as duas começaram a andar e conversar, eu apenas segui as duas: 

- Mas me diga minha filha, como está Christian? 
- Ele está bem... Continua tentando, mas você sabe...
- Ele é um bom garoto, não deveria passar por isso...
- Ninguém deveria, mas é o que acontece. 
- Na minha época eu repudiava esse tipo de coisa, hoje em dia então...
- Na sua época, nessa época e em qualquer outra, sempre vão existir pessoas com a mente pequena.
- Mas e esse rapaz minha filha? É seu namorado?

Pirraguiei nervoso, por sorte elas não ouviram:

- Dona Carmen! Como assim? Claro que não. É só um rapaz educado, que aprecia muito o café e muffins da Tia. 
- Os muffins... Eu amo os muffins, mas ainda prefiro as panquecas. 
- Hummmm, as panquecas... 

Dobramos a esquina:

- Mas minha filha, esse jovem não parece ser daqui. 
- E não é! 
- E de onde é? 
- Isso eu ainda não perguntei. 
- Menina, nenhum rapaz sai de sei lá onde até um pequeno café no Brooklyn por café e muffins... Se fosse pelas panquecas eu até entenderia. 
- Eu concordo plenamente. Também estou tentando descobrir as intenções dele. 
- Quando descobrir me conte, minha Annie. 

Elas pareciam neta e avó. Eu estava seguindo e admirando as duas. Anahí abraçada aquela pequena senhorinha de cabelos brancos e olhos castanhos escuros. Eu estava adorando a conversa das duas, até mesmo quando o assunto era eu. Estava me divertindo com aquilo, quando paramos em frente a um pequeno prédio. A pequena senhora se pôs frente a Anahí:

- Está entregue, Dona Carmen. 
- Obrigada meu anjo, e obrigada também... 
- Alfonso! - Respondi enquanto ela pegava os sacos de compras das minhas mãos.
- Alfonso... Claro. Como pude me esquecer de um nome tão bonito quanto esse? Minha memória anda falha. 
- Não se preocupe, foi um prazer ajudar. - Disse sorrindo, me sentindo realmente bem.
- Me deixem pagar pela ajuda. 
- Mas de jeito nenhum Dona Carmen! - Anahí respondeu. 
- Não precisa mesmo - Tratei de dizer logo.
- Mas como não? Se não aceitam meus trocados, deixe-me ver - Ela buscou alguma coisa nos sacos - Aqui, peguem.
- Isso eu não posso recusar, nunca! - Anahí disse ao ver a senhora lhe entregar uma maça.
- Pegue também, meu filho - Eu aceitei
- Bem... Até depois então Dona Carmen. - Ela abraçou a senhorinha. 
- Até minha filha... Até à vista pra você também, meu filho. 
- Até. - Me despedi. 

Eu e Anahí começamos a caminhar, voltando pelo mesmo caminho:

- Então, Alfonso; você é sempre prestativo assim? - Ela deu uma mordida na maça. 
- Confesso que nem sempre.
- Você não quer sua maça? 
- Vou guardar pra mais tarde. 
- Estou começando a suspeitar que você só se alimenta de café e muffins.
- Não é isso. 
- Então o que é?

Paramos em frente a outro pequeno prédio, apenas duas portas antes de onde a senhorinha morava:

- Você mora aqui?
- Moro! Você vai fugir da minha pergunta?
- Não, é que na verdade nem eu sei o que é...
- Não sabe?
- É... Eu... Eu só... 
- Calma... Deixa eu te ajudar a desenrolar.

Ela se aproximou... Se aproximou.... Ela então me beijou!  

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora