Cap. 51

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Passei em casa depois do trabalho apenas para buscar algumas coisas, eu não aguentava mais usar as roupas do Christian e deixaria algumas minhas na casa dela, alem de itens de higiene. Nosso relacionamento ia bem demais e parecia que iria prosperar. Eu não resistia a ela e pra minha sorte ela não negava fogo; isso sem contar a paz e alegria que ela causava dentro de mim. 

Eu me via cada vez mais apaixonado por ela, queria dizer, mas tinha medo de falar cedo demais e acabar assustando ela e estragando tudo, fora o fato de que ela mesmo não tinha dito nada sobre o que sentia por mim, ainda. Eu não tinha como saber se ela sentia o mesmo, ou se ela apenas gostava da minha companhia.

Cheguei ao apartamento dela no fim da tarde com uma pequena mala de mão. Encontrei ela jogada no sofá, parecendo chateada com alguma coisa: 

- Annie? Tudo bem? - Sentei ao seu lado. 

- Não... Não está. Me ligaram de novo... - Ela se virou para poder me encarar. - Isso está começando a me afetar. 

-  Como assim afetar? 

- Essa insistência está começando a me irritar. 

- Mas essa insistência é boa, não? Nem todo mundo é tão requisitado no mercado de trabalho, ainda mais em uma cidade como essa. 

- Esse é o problema. Por que estão me requisitando? Eu nem enviei nenhum currículo, como me acharam? - Ela tinha um olhar de desconfiança. 

- Eles devem ter ouvido falar de você de algum jeito. Já disse, nenhum professor pode ter te indicado?

- Talvez... 

- Você deveria pensar nessas propostas. Pode ter alguma coisa que você goste.

- Não tem o que pensar. Eu não sei nem como me acharam, vai que é uma pegadinha. E como todas as vezes que eu perguntei, ninguém me disse nada, deve ser mesmo! - A desconfiança dela me afetou demais.

-  Fui eu, Annie. - Me entreguei. - Eu te recomendei... Na verdade, eu não te recomendei propriamente. Eu fiz uma ligações e pedi para que entrassem em contato com você.

- Você? - Ela sussurrou visivelmente surpresa. - Mas por quê?

- Eu achei que você poderia se interessar, não sei... 

- Você sabe muito bem que eu amo meu trabalho.

Percebi uma tristeza invadir aqueles olhos azuis.  Nunca tinha visto ela tão triste, chateada sim... Mas caramba! Tinha uma magoa, uma tristeza no olhar dela, e eu tinha causado isso. Segurei seu rosto com as duas mãos para faze-la me encarar:

- Eu sei, sim; mas um dia isso pode não ser o suficiente. Achei que você pudesse querer algo diferente. Eu já vi seus desenhos Annie, você é talentosa. Vai desperdiçar esse talento sendo garçonete até quando? 

- Ai meu Deus! - Ela disse incrédula. - Esse é o problema então? Eu ser uma garçonete? Um homem como você não pode namorar uma garçonete como eu? É isso? - Os olhos dela começaram a marejar. 

A péssima sensação de vê-la triste se tornou quase insuportável ao vê-la ali, se controlando inutilmente para não chorar. Colando nossas testas, tentei manter a calma. Mas por dentro eu já estava despedaçado:

- Não é isso, Annie. Pelo amor de Deus... Você é maravilhosa, é perfeita. Não percebeu ainda que eu sou louco por você? 

- E o que é, então? - Ela perguntou, com a voz rouca pelo choro que ela ainda tentava controlar. 

- Eu tentei dar um jeito para que não te magoassem, mas no final das contas quem que magoou fui eu... Me perdoa, por favor?

- Quem você acha que poderia me magoar? E como?

- É complicado! Diz que me perdoa... Eu preciso ouvir, Anahí! - Havia desespero na minha voz. 

- É sua família, não é? Você acha que eles não vão gostar de mim. Você sabe que eles não vão. - Engoli seco. Não respondi nada, eu não tinha o que dizer. - Se eles não vão gostar de mim por causa do meu trabalho, o problema é só deles. Mas eu ainda prefiro acreditar que eles vão gostar de mim, sim!

- Você não conhece eles, Annie... 

- Nem preciso! Ele vão gostar de mim, ou me aturar. Por que eu amo o filho deles e não vou deixar ele ir a lugar algum! 

Eu ouvi direito? Ou será que enlouqueci de vez? ...

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora