Acordei novamente, muito mais disposto e faminto, e dessa vez Anahí estava lá. A encontrei sentada no chão da sala, desenhando sobre a mesinha de centro. Ela cantarolava algo e parecia tão feliz quanto mais cedo:
- Que horas são? - Perguntei.
- Três da tarde! - Ele estava concentrada demais em seu desenho para se quer me olhar.
- Tudo isso?
- Pra você ver. E você ainda diz que a dorminhoca sou eu.
- Você é, e parece que eu estou ficando também. O que você tá desenhando ai? - Me inclinei para tentar olhar. - Pássaros?
- Sim... Pássaros. - O sorriso que parecia grudado no rosto se acendeu ainda mais.
- Você queria me contar alguma coisa hoje cedo - Lembrei - Eu quero saber qual o motivo dessa alegria toda, Annie. - Me sentei no chão, deixando ela entre minhas pernas.
- Sabe o que eu amo sobre pássaros? A liberdade deles. E a simplicidade... Eles não ostentam. Tudo o que eles precisam é de um céu para voar e uma arvore para morar. Até mesmo na hora de se alimentar eles são simples...
- Você está feliz assim por conta da simplicidade dos pássaros? - Na minha cabeça não fazia sentido nenhum.
- Você estava tão apagado que nem ouviu os pássaros cantando essa manhã. Foram eles que me acordaram hoje...
- E você ficou feliz assim em ser acordada pelos pássaros? - Ainda não fazia sentido. Se um pássaro me acordasse tão cedo provavelmente eu ficaria irritado e com ódio do bicho.
- Quando um pássaro canta em uma cidade como Nova York e te acorda em um lugar como o Brooklyn é motivo sim para ficar feliz, mas não é só isso...
- É uma cidade cosmopolita, com mais prédios do que arvores... Mas o que isso tem a ver? - As vezes que me via perdido falando com Anahí, como seu eu tivesse perdido uma parte da conversa.
- Hoje uma coisa incrível aconteceu quando eu fui buscar nosso café. Eu estava voltando para cá, quando vi a dona Carmen do outro lado da rua indo para casa com algumas compras, eu estava prestes a ajuda-la quando aconteceu...
- O que aconteceu? - Eu já estava curioso.
- O seu Julio chegou antes de mim!
- Quem? - Minha cara de que eu não sabia quem era a fez rir.
- O senhor que vai todo santo dia ao café... Você sabe.
- O Velho solitário?
- Pois é... Acho que ele cansou de ficar sozinho. Quem sabe não cresce uma amizade entre eles, quem sabe não cresce algo mais... Não seria incrível? - Então, sem saber porque, eu estava sorrindo tanto quanto ela.
- Eu gosto disso - Eu disse - Seu jeito. Atrevida e inocente, que se contenta com coisas menores da vida... Deveria existir mais de você no mundo, e então ele seria um lugar melhor.
- Se existissem mais de mim quem me garante que você não estaria com outra parecida ao invés de estar comigo? - Ela me encarou como se eu não fosse ter resposta para aquilo.
- Eu trataria de procurar a original! - Respondi. Eu tinha resposta pra tudo.
- Depois dessa acho melhor preparar alguma coisa pra você comer.
- Eu te ajudo!
Fomos até a cozinha e antes que conseguíssemos preparar qualquer coisa meu celular tocou. O visor indicava que era minha mãe. Teria ela um radar que indicava quando eu estava plenamente feliz e por isso ela aparecia do nada nos piores momentos apenas para me infernizar? Eu não duvidaria:
*Fala, mãe* Atendi. Anahí me olhou tensa.
*Alfonso...* Minha mãe parecia nervosa do outro lado da linha *O seu pai...* Fiquei logo preocupado. Não precisava ouvir mais nada para saber que algo terrível tinha acontecido com ele...
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Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.
RomanceAdvogado, rico, de família rica, bem-sucedido, poderoso, amedrontador, ríspido e sem tempo pra perder! Esse ERA Alfonso Herrera. Uma parada em uma certa manhã em um certo café e tudo mudou. Ela era encantadora e perfeita demais. Talvez Anahí fosse u...