Cap. 81

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Acordei novamente, muito mais disposto e faminto, e dessa vez Anahí estava lá. A encontrei sentada no chão da sala, desenhando sobre a mesinha de centro. Ela cantarolava algo e parecia tão feliz quanto mais cedo: 

- Que horas são? - Perguntei. 

- Três da tarde! - Ele estava concentrada demais em seu desenho para se quer me olhar. 

- Tudo isso? 

- Pra você ver. E você ainda diz que a dorminhoca sou eu. 

- Você é, e parece que eu estou ficando também. O que você tá desenhando ai? - Me inclinei para tentar olhar. - Pássaros? 

- Sim... Pássaros. - O sorriso que parecia grudado no rosto se acendeu ainda mais. 

- Você queria me contar alguma coisa hoje cedo - Lembrei - Eu quero saber qual o motivo dessa alegria toda, Annie. - Me sentei no chão, deixando ela entre minhas pernas. 

- Sabe o que eu amo sobre pássaros? A liberdade deles. E a simplicidade... Eles não ostentam. Tudo o que eles precisam é de um céu para voar e uma arvore para morar. Até mesmo na hora de se alimentar eles são simples... 

- Você está feliz assim por conta da simplicidade dos pássaros? - Na minha cabeça não fazia sentido nenhum. 

- Você estava tão apagado que nem ouviu os pássaros cantando essa manhã. Foram eles que me acordaram hoje... 

- E você ficou feliz assim em ser acordada pelos pássaros? - Ainda não fazia sentido. Se um pássaro me acordasse tão cedo provavelmente eu ficaria irritado e com ódio do bicho. 

- Quando um pássaro canta em uma cidade como Nova York e te acorda em um lugar como o Brooklyn é motivo sim para ficar feliz, mas não é só isso... 

- É uma cidade cosmopolita, com mais prédios do que arvores... Mas o que isso tem a ver? - As vezes que me via perdido falando com Anahí, como seu eu tivesse perdido uma parte da conversa. 

- Hoje uma coisa incrível aconteceu quando eu fui buscar nosso café. Eu estava voltando para cá, quando vi a dona Carmen do outro lado da rua indo para casa com algumas compras, eu estava prestes a ajuda-la quando aconteceu... 

- O que aconteceu? - Eu já estava curioso. 

- O seu Julio chegou antes de mim!

- Quem? - Minha cara de que eu não sabia quem era a fez rir. 

- O senhor que vai todo santo dia ao café... Você sabe. 

- O Velho solitário? 

- Pois é... Acho que ele cansou de ficar sozinho. Quem sabe não cresce uma amizade entre eles, quem sabe não cresce algo mais... Não seria incrível? - Então, sem saber porque, eu estava sorrindo tanto quanto ela. 

- Eu gosto disso - Eu disse - Seu jeito. Atrevida e inocente, que se contenta com coisas menores da vida... Deveria existir mais de você no mundo, e então ele seria um lugar melhor. 

- Se existissem mais de mim quem me garante que você não estaria com outra parecida ao invés de estar comigo? - Ela me encarou como se eu não fosse ter resposta para aquilo. 

- Eu trataria de procurar a original! - Respondi. Eu tinha resposta pra tudo. 

- Depois dessa acho melhor preparar alguma coisa pra você comer. 

- Eu te ajudo! 

 Fomos até a cozinha e antes que conseguíssemos preparar qualquer coisa meu celular tocou. O visor indicava que era minha mãe. Teria ela um radar que indicava quando eu estava plenamente feliz e por isso ela aparecia do nada nos piores momentos apenas para me infernizar? Eu não duvidaria: 

*Fala, mãe* Atendi. Anahí me olhou tensa. 

*Alfonso...* Minha mãe parecia nervosa do outro lado da linha *O seu pai...* Fiquei logo preocupado. Não precisava ouvir mais nada para saber que algo terrível tinha acontecido com ele... 

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora