Cap. 55

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Quem disse que uma situação que já parece ruim por si só não pode piorar? E muito? 

Eu já tinha me acostumado com a ideia de que iriamos a casa dos meus pais, porém não disse para Anahí que minha ex estaria lá. Simplesmente não tive coragem. Não que a presença de Victoria representasse algum perigo para ela. Anahí se tornou meu tudo e nada mudaria isso. Mas ela já tinha se chateado antes e por mais que ela nunca tenha demonstrado ciumes ou possessividade comigo, quis evitar outro aborrecimento. E de qualquer forma meu problema foi outro. 

Minha mãe tinha me ligado novamente na noite de terça-feira, bem quando eu tentava convencer Anahí a me deixar colocar a cortina na janela do quarto dela:

- Eu coloco, vai ser rápido. Me fala em qual caixa está. - Eu disse.

- Não, Poncho! Eu não quero que você coloque. 

- Quer colocar sozinha, então? 

- Também não! - Ela disse fazendo um biquinho que me fez rir de leve.

- Então?     

- É que... Não sei... Eu sou acordada todos os dias pelo sol. Você não entende... 

- Não entendo mesmo...

- É um privilegio acordar assim... Ele bate em todas as janelas, mas poucos deixam ele entrar. É um privilegio de poucos e eu só descobri isso depois que vim morar aqui.

Eu ia protestar, falar que era bobagem, mas nesse momento meu celular tocou, pedi um minuto para poder atender, mas frisei que voltaríamos a falar sobre a cortina.
Assim que olhei o visor do telefone soltei um suspiro de frustração. O que minha mãe queria dessa vez? Nada de bom, provavelmente:

*Mãe.* Eu atendi, sem um pingo de animo. 

*Alfonso... Que bom que atendeu.* 

*O que foi dessa vez, mãe?*

*Minhas bodas são nesse sábado.*

*Eu sei...*

*Renovaremos nossos votos perante um pastor. Seu pai achou uma ideia ridícula.* Ele não era o único. *Mas eu achei uma ótima ideia. Mas meu filho, eu acabei tendo essa ideia semana passada, em cima da hora. Estou precisando do máximo de ajuda aqui. Estive pensando se você e sua amiga não poderiam chegar um dia antes, para me ajudarem. Pensei em Victória, mas ela está na Europa e não conseguiu mudar a data do voo dela.*

*Eu não acho que seja boa ideia, mãe.*

*Alfonso, eu não estou pedindo nada demais.* 

*Você está sim, pedindo TUDO demais. Eu não posso pedir para Anahí deixar as coisas dela aqui e ficar te ajudando.*

*Oras... Sua amiga não vai se importar.*

*Minha namorada, você quis dizer, certo? E como você pode ter certeza?* 

*Eu não tenho!* Ela respondeu, seca. *Esperava que você perguntasse a ela.*

*Você tem um mundo de empregados, por quê não pede a ajuda deles?*

*Está maluco, Alfonso? Preciso da opinião de pessoas requintadas. Sua amiga é, não é?*

*Ela é maravilhosa, não se preocupe. Eu vou falar com ela, mas não se anime muito.*

*Ótimo. Diga que vocês viriam no final da tarde de sexta, e voltariam apenas no domingo. A festa depois dos votos não tem hora para acabar, e pode acabar ficando muito tarde para vocês voltarem aqui dos Hamptons até Nova York.*

Umas horas na casa dos meus pais já seriam ruins o bastante, um final de semana inteiro então, seria de matar. Minha salvação seria que a Annie tivesse algum compromisso na sexta e no domingo, nos obrigando assim a ir, ficar alguns minutos e ir embora em seguida. Pro meu azar ela não tinha.

Eu poderia ter mentido, falar para Anahí que era uma ligação do trabalho e para minha mãe que não seria possível ajuda-la. Mas do jeito que eu a conheço, seria bem capaz ela acabar jogando isso na cara de Anahí e eu acabaria sendo pego na mentira.

Sendo assim, não tive outra escolha... Vamos aos Hamptons então... Um pesadelo que duraria o final de semana inteiro. Sorte que eu iria acompanhado do meu sonho particular, capaz de transformar qualquer inferno em paraíso...

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora