Cap. 82

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*O seu pai sumiu* Minha mãe disse atordoada do outro lado da linha. 

*Como assim ele sumiu?* 

*Ele saiu ontem a noite dizendo que ia dar uma caminhada e não voltou até agora* 

*E você só pensou em me ligar agora?* Minha voz saiu irritada. 

 *Deixe para me acusar depois, Alfonso. Agora precisamos encontrar seu pai.* 

*Você não deveria ter deixado ele sair sozinho. O que você tem na cabeça? Eu te contei da doença dele e você ainda deixa ele sair assim?* Eu estava tão nervoso que sentia que poderia quebrar alguma coisa. 

*Normalmente ele não sai. Fica o tempo todo no escritório aqui de casa, mas ontem ele disse que iria caminhar um pouco e ainda não voltou.* 

*Não me interessa, você deveria ter sido mais responsável. Pelo menos por enquanto ele está sobre sua responsabilidade. Sei que não é o que você queria, mas é assim que as coisas são!* 

*Eu não o abandonei, não é?* 

*Grande consolo...* Respirei fundo tentando manter a calma *Eu não tenho tempo para brigar com a senhora, preciso encontrar meu pai!* E desliguei. 

Anahí me olhava com um misto de tristeza e preocupação: 

- Ele sumiu? - Ela perguntou. - Sim... 

- Nós vamos encontra-lo - Ela veio até mim e me abraçou, me oferecendo um pouco da calma que eu precisava 

- Se acalma... 

- Sinto como se eu estivesse perdido, sem ter o que fazer, sem saber como agir... 

- Agora você come alguma coisa enquanto eu troco de roupa, depois a gente procura ele. 

- Ele pode estar em qualquer lugar... 

- Iremos a qualquer lugar atras dele, então... 

Eu fiz o que ela pediu, apesar de já me sentir sem fome. Eu não sabia aonde ele poderia estar, tentei ligar para o celular dele, mas só dava caixa postal. Pensei em ir a policia, mas não faziam 24 horas do desaparecimento dele. Eu não sabia por onde começar a procurar, me sentia de mãos atadas. Tinha medo de que ele acabasse cometendo uma loucura, medo de que algo ruim pudesse ter acontecido com ele. 

Anahí perguntou se eu não conhecia nenhum amigo dele no qual eu pudesse entrar em contato, ou se eu não teria o telefone de nenhum parente. Eu duvidava muito que algum amigo ou parente pudesse ajudar mas tínhamos que tentar de qualquer forma. 

Fomos até meu apartamento as presas então e ao chegar lá o porteiro me informou que tinha alguém me esperando na recepção. 

Era meu pai que estava lá, sentado, mais magro do que da ultima vez em que eu tinha o visto e muito mais abatido. Ele não tinha nada nas mãos, nem uma pequena mala ou mochila. Dentro de mim um misto de sensações se fizeram presentes. Tristeza, raiva pelo susto, mas principalmente alivio: 

- Meu Deus, pai... Quer matar todos nós de susto? 

- Não aguentava mais sua mãe. - Ele me encarou, logo após pareceu ter percebido que Anahí também estava ali - Boa tarde, Anahí. 

- Boa tarde. - Ela respondeu. 

- Boa tarde nada! - Me enfureci - Você não aguentava minha mãe e então resolveu fugir feito um adolescente? - Eu estava bravo pela falta de consideração dele. Eu tinha ficado preocupado demais e daria a bronca que ele merecia. 

- Foi uma ideia que me ocorreu de ultima hora. Eu não pretendia estragar seu fim de semana. - Ele disse. 

- Imagina - Anahí interveio - Alfonso só está chateado por ter ficado muito preocupado, nós dois ficamos pra falar a verdade, mas o senhor não está estragando nada. Queremos o senhor aqui conosco. 

- É, queremos... - Concordei ainda emburrado - Posso saber aonde o senhor dormiu e como chegou aqui? 

- Peguei um táxi, dormi em um hotelzinho e cheguei aqui de metrô. 

- O senhor não pode ficar andando sozinho por ai. - Acusei. 

- Eu ainda não estou invalido, Alfonso. Ainda consigo andar, falar, mastigar e ir ao banheiro sem precisar de ajuda! - Bufei de raiva ao ouvir aquilo. 

- Chega vocês dois! - Anahí ordenou - Vamos subir e então vocês conversam. 

Ambos concordamos com ela e subimos. Anahí estava certa, a bronca que eu daria seria muito melhor em casa...  

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora