Cap. 54

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Ainda estávamos no chão, ofegantes e satisfeitos. Eu estava deitado em cima dela; largado, pra falar a verdade, sem forças para levantar dali. Ela fazia um carinho leve nas minhas costas, por cima da camisa que ela não conseguiu tirar. Eu ainda estava dentro dela e com o resto enterrado em seu pescoço:

- Se você achar melhor. - Ela disse com a voz rouca. - Eu não vou conhecer seus pais.

- Você vai. Eu quero que você vá. Eu preciso de você lá, pra no mínimo conseguir suportar aquilo.

- O jeito que você fala...

- O que tem?

- É tão triste. Ninguém deveria se sentir assim em relação ao pai e a mãe. 

- Concordo... 

- E então? 

- A culpa não é minha. 

- Me conta... - Ela pediu, com a voz mais rouca e mansa.

- Desde que eu me lembro, eu nunca tive um bom relacionamento com eles, mas piorou quando eu tinha 11 anos. Eu tinha um trabalho do colégio pra fazer, era um trabalho de pai e filho e ele adiava o tempo todo. Então quando ficou em cima da hora demais para esperar, pedi para o nosso motorista me levar ao escritório dele. Chegando lá, entrei apressado. Não vi a secretária na mesa dela, então fui direto pra sala dele. Entrando eu vi ele e a secretária... Juntos, em cima da mesa. - Ela parou o carinho por um segundo e continuou. - Eu o enfrentei e ele riu, disse que contaria para a minha mãe e ele me deu um tapa e disse que se eu abrisse a boca seria muito pior. Mesmo assim juntei toda a coragem que um menino de 11 anos poderia ter e contei pra ela... 

- E?

- Ela não fez nada. Não pareceu se importar ou acreditar... Eu insisti, disse que eu tinha visto, e ela rebateu dizendo que eu era um moleque que fantasiava demais as coisas, e que eu não deveria ter ido ao escritório do meu pai. Foi então que eu percebi que ela já sabia do caso, ou melhor, dos casos dele. Perdi o que restava de respeito pelos dois nesse dia. Um casamento falso, conveniente para ela pelo dinheiro e para ele pelos "valores familiares". Ficava bonito perante a sociedade ver a família Herrera unida. E como ele também é advogado, precisava disso tanto quanto ela amava esbanjar o dinheiro dele. Sai de casa assim que entrei na faculdade. Queria me livrar dos dois logo. 

- Sinto muito... 

- Não sinta. - Levantai o rosto para encara-la. - Você não é a culpada. 

- Nem você. - Ela sussurrou fechando os olhos. 

Me ajoelhei no chão, saindo de dentro dela. Ela gemeu de leve e puxei ela pro meu colo, com suas pernas em volta da minha cintura. Levei ela para o quarto antes que ela acabasse dormindo ali mesmo, no chão... 

Coloquei ela na cama e me deitei ao lado dela, observando ela pegar no sono... Amava vê-la dormir... Minha dorminhoca...

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora