Cap. 74

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- Vamos, Annie.

- ESPERA! - Ela gritou do quarto.

- Eu espero, mas se você puder agilizar, eu agradeço. Já são 20hrs.

- Certo - Ela disse, aparecendo na sala, deslumbrante. Os cabelos loiros formavam uma trança propositalmente bagunçada que ela deixou jogado para um lado, levemente maquiada, um salto vermelho e ainda com o robe preto. - Me explica outra vez, por que vamos nesse jantar?

- Porque ele é meu sócio e meu amigo. - Rebati.

- E por que eu tenho que ir?

- Porque você é minha namorada perfeita e linda.

- Eu não quero ir... Eu não quero fazer nada essa noite! - Ela fez uma expressão triste. Sem entender o que estava acontecendo, levei ela pela mão até o sofá, torcendo para descobrir o que estava acontecendo. Ela raramente se aborrecia, e depois de passar o dia inteiro com aquela sensação péssima, pensar que tinha algo chateando Anahí era a ultima coisa que eu queria.

- Me fala, Annie; que cara é essa? - Perguntei com o máximo de calma que consegui reunir.

- Nada é que... É que...

- Fala, Annie! - A calma começou a se dissipar.

- Você sabe, ou melhor; não sabe... - Ela estava claramente envergonhada. - Problemas femininos, eu...

- Problemas femininos? Annie... - Eu sorri - Annie... - Eu ri... Eu gargalhei.

- Não tem graça! Para de rir. Você não sabe o que é isso! - A cara séria que ela fez me deu vontade de rir ainda mais.

- Annie... Ai, Annie... - Enquanto eu tentava recompor o folego, ela continuava a me encarar - Eu não estou rindo de você, meu amor, e nem dos seus problemas... Tenta entender; hoje eu passei o dia todo com uma sensação ruim, quando você disse que não queria ir, e que não gostaria de fazer nada hoje, fiquei preocupado. Foi um alivio saber que é só tpm.

- Só tpm? - Ela perguntou incrédula - No dia que você tiver uma tpm e cólica a gente conversa, meu caro! Agora se você me der licença, preciso terminar de me arrumar. Tenho um compromisso com o meu namorado paranoico e machista. - E ela saiu.

Enquanto ela terminava de se trocar no quarto, fiquei pensando no que ela havia dito e se ela não estaria certa. Talvez eu estivesse paranoico, toda a situação com meu pai andava mexendo comigo mais do que eu imaginava, e talvez esse jantar tivesse vindo em boa hora. Eu andava precisando me distrair um pouco.

Como estava praticamente pronta, dois minutos depois ela reapareceu vestida com um vestido preto justo, que chegava um pouco acima do joelho. A maquiagem leve de antes, agora se sobressaia um pouco mais. Me perdi por um segundo, admirando toda a beleza que ela reunia:

- Certo! - Ela disse - Vamos logo, assim poderemos voltar logo.

- Certo! - Concordei.

- Fácil assim? Sem piadas? Sem saliências? Sem comentários?

- Ouvi dizer que não se deve questionar uma mulher na tpm, pode ser perigoso... E tenho apenas um comentário para fazer.

- Qual seria?

- Você está linda! - Ela sorriu - Agora vamos - Ofereci meu braço, e assim saímos.

.

Chegamos ao restaurante cinco minutos atrasados. Encontramos Alexandre e uma morena que eu nunca tinha visto antes sentados à mesa. E apesar de não estar muito animada, quem visse Anahí sem conhece-la direito, diria que ela não poderia estar mais satisfeita em estar ali. Cumprimentando Alexandre e a morena com sorrisos sinceros, se apresentando em um momento constrangedor aonde aparentemente Alexandre teria esquecido o nome da tal morena, e descobrindo sem muito esforço que a morena era Paola. Fez questão de ressaltar a beleza de Paola, que apesar de muito bonita, não chamava tanta atenção quanto minha Annie, que por onde passava arrastava todos os olhos em sua direção sem perceber; coisa com a qual eu ainda tentava me acostumar. Até mesmo os garçons do Eleven Madison Park pareciam especialmente suscetíveis a Anahí.

Alexandre por outro lado se exibia, esbanjava, ostentava. Pedia desde a melhor garrafa de vinho do lugar, o melhor caviar, pedia sugestões ao metre. A expressão de Paola sentada ao lado de Alexandre dizia que ela estava amando todo aquele exagero. Já a de Anahí que estava ao meu lado dizia que ela estava se perguntando se tinha perdido algo, se estávamos comemorando alguma coisa, ou se esse era mesmo o jeito de Alexandre. E quando estávamos no fim do jantar ele propôs um brinde:

- Um brinde ao meu sócio e amigo, Alfonso - Ele levantou a taça.

- E qual seria o motivo do brinde? - Questionei.

- Oras! Você é um dos melhores advogados de Nova York, sempre foi um ótimo sócio, excelente amigo, e pra completar encontrou uma mulher igual a Anahí... Você é sem duvida o homem de mais sorte que conheço. - E enquanto ele olhava para a minha namorada, pude ver em seus olhos a mesma malicia que reconheci quando apresentei os dois. Eu estava prestes a dizer algo quando fui interrompido.

- E como vocês se conheceram? - Perguntou Paola.

- Ele me perseguiu. - Respondeu Anahí, brincalhona.

- Não foi bem assim... - Me defendi.

- Ele foi até o café em que eu trabalho e nunca mais saiu de lá.

- Eu gosto do café de lá!

- E dos Muffins! - Ela rebateu me encarando, com um sorriso enorme no rosto.

- E das panquecas!

- As panquecas da Tia Sandra...

- E de você! - Conclui.

- Que fofos! - Comentou Paola com certo desdenho. Anahí e eu não desviamos o olhar um do outro mesmo assim.

- Bem... Acho que já posso pedir a conta. - Disse Alexandre - GARÇOM! - Ele gritou, fazendo assim com que Anahí e eu olhássemos para ele. E eu soube de imediato que essa foi a intenção dele, desviarmos a atenção para ele, pois em um restaurante como o Eleven Madison ninguém precisava gritar pelo garçom, e ele frequentava o lugar o bastante para saber disso.

O que queria Alexandre com tudo aquilo? Com todo aquele exagero? Torci para estar errado, mas a realidade é que eu acreditava saber as intenções dele, e se assim fosse, as coisas poderiam ficar feias...

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora