Quase 6hs da manhã o sol começou a entrar pela janela e Anahí se soltou do meu abraço, procurando uma forma de desviar a luz:
- Você precisa colocar uma cortina aqui. - Eu disse, puxando ela de volta para mim.
- Ta em uma das caixas. - Ela respondeu com uma voz rouca e preguiçosa de sono.
- Se você quiser eu procuro pra você mais tarde.
- Não precisa, eu sei em qual caixa está.
- Então por que não colocou ainda?
- Não sei... - Ela deitou o rosto no meu peito e cobriu os olhos com a mão voltando assim a dormir...
O que eu faria com ela? Pior... O que faria sem? Eu já estava viciado em seu sorriso, seu abraço, seu gosto, sua alegria... Viciado nela. Passei a noite em claro pensando que a melhor solução seria mesmo deixa-la. Talvez eu não soubesse mais viver sem ela, mas ela poderia continuar sem mim, até porque eu tinha a completa certeza de que estava apaixonado, mas ela ainda não tinha dado sinal de que sentia o mesmo por mim. Mas quanto mais eu pensava na possibilidade de deixa-la, pior eu me sentia... Meu coração se apertava e doía só de imaginar em ter que me afastar só seu sorriso.
Ouvi meu celular tocar e logo imaginei que seria algum problema, afinal, tão cedo e em um domingo coisa boa não pode ser. Tirei com cuidado a Anahí dos meus braços e corri pra atender:
*Alô* Atendi
*Alfonso? Sou eu, Junior... Eu to com um problema aqui. Você vai ter que me ajudar.* Junior era filho de Jonas, um dos meus melhores clientes. O moleque tinha 19 anos e vivia fazendo as piores merdas.
*O que aconteceu dessa vez* Perguntei esfregando a testa, sentindo uma enxaqueca chegar.
*Eu fui meio preso.*
*MEIO?* Esbravejei. Vi Anahí se mexer na cama e abaixei o tom da voz *Como você foi meio preso?*
*Eu sai com uns amigos. A gente tava em uma festa e bebi um pouco* Eu sabia o que esse "pouco" significava de verdade.
*O que mais?*
*Acabei sendo pego em uma blitz. Você sabe? Peguei o Porsche do meu pai, e não tem como pilotar um carro desse sem correr um pouco... Enfim, me pegaram na blitz correndo e acabaram vendo que eu tinha bebido também e agora eu estou aqui desde as 4hs da manhã. Só me deixaram ligar para você agora.* Agradeci aos policiais mentalmente por não terem deixado esse moleque interromper minha noite, mesmo eu não tendo dormido nada.
Depois de saber em qual delegacia ele estava comecei a me vestir. Aquela besta sempre fazia besteira e arrumava as piores desculpas para justificar, e eu sempre ajeitava tudo:
- Aonde você vai? - Perguntou Anahí, se sentando na cama e esfregando os olhos ainda sonolenta.
- Vou ter que sair para resolver um problema. - Fui até ela para poder beija-la. - Volta a dormir Annie. - Voltei a me vestir.
- Que problema?
- Um filho do meu cliente foi preso.
- Preso? Mas por que?
- Foi pego dirigindo feito louco e bêbado.
- Nossa...
Me sentei na cama para poder vestir minhas meias e sapatos, e então ela começou a murmurar alguma coisa. Olhando para ela, vi que apesar de estar ali sentada no meio da cama, ela estava com o pensamento longe:
- Que perigo. - Ela falou consigo mesma. - Dirigindo bêbado! Um perigo para ele e para todo o mundo... Foi preso! Merece ficar preso! Merece sim... Mas não vai! - Ela pensou alto.
Fiquei imóvel por um minuto, apenas assistindo ela voltar a se deitar e abraçar o travesseiro. Não sabia o que dizer, pois eu sabia que ela estava certa... Não queria que ela me visse dessa forma. Se eu saísse dali correndo para soltar um garoto inconsequente que nunca teria uma lição a não ser que alguém desse uma lição nele, a visão dela sobre mim poderia mudar e de uma forma não muito boa.
Me deitei com ela, a abraçando por trás e beijando seu ombro nu. Esperei ela dormir para sair, mas as palavras dela me seguiram o caminho todo...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.
RomanceAdvogado, rico, de família rica, bem-sucedido, poderoso, amedrontador, ríspido e sem tempo pra perder! Esse ERA Alfonso Herrera. Uma parada em uma certa manhã em um certo café e tudo mudou. Ela era encantadora e perfeita demais. Talvez Anahí fosse u...