Cap. 86

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Abri os olhos na manhã seguinte e dessa vez Anahí estava lá, dormindo feito um anjo. Fiquei um tempo observando como ela dormia. Eu tinha lido em algum lugar certa vez, que não existe nada melhor do que observar a pessoa que se ama dormindo. Entendi do imediato o que quiseram dizer, pois ali; observando o jeito que ela dormia, com uma mão próxima ao rosto e a outra sobre a barriga coberta apenas pelo edredom, ela era a criatura mais perfeita que já tinha visto, e ao mesmo tempo, dormindo tranquila, ela estava completamente alheia a sua perfeição.

Levantei devagar, tentando não acorda-la, mas não adiantou muito. Ela se mexeu na cama, resmungando, sonolenta:

- Aonde você vai? - Ela perguntou com a voz rouca pelo sono.

- Eu vou levantar. Você pode voltar a dormir... Dorminhoca.

- Não vai. - Ela pediu. Era quase impossível recusar, mas eu precisava.

- Eu preciso saber aonde está o meu pai. - Ela resmungou novamente.

- Vai lá então, mas volta.

- Sempre volto...

Me levantei, me vesti e fui saber do meu pai. Queria saber como ele tinha passado a noite, se ele se sentia bem e se ele precisava de alguma coisa. O encontrei na sala assistindo televisão e deduzi de imediato que eu tinha me preocupado demais por muito pouco ou quase nada. Ele estava tranquilo, parecia na sua própria casa. Seria sempre uma cena curiosa para mim ver meu pai assim, relaxado.

Ele me pegou o observando de forma curiosa. Olhou ao redor como se estivesse procurando alguma coisa, ou alguém:

- E Anahí? - Ele perguntou.

- Dormindo. E um bom dia pra variar seria bom.

- Perdão... É que desde que eu a conheci, não me lembro te ter te visto sem ela. Não sei como não enjoa.

- Seria impossível enjoar da Anahí.

- Disso eu não duvido - Ele riu - Eu quis dizer, não sei como ela não enjoa de você.

Apesar da brincadeira sem graça, era bom ver meu pai descontraído daquela forma. Em épocas não muito distantes ele não costumava brincar, rir, sorrir... Em épocas não muito distantes nem eu costumava fazer tais coisas:

- Eu pensei que fossemos comer no café da tia dela. - Meu pai lembrou.

- Mas ela está dormindo. - E eu não a acordaria.

- É mentira dele! - Acusou Anahí, aparecendo na sala de estar, com uma das minhas camisetas que ficavam enormes nela. - Seu filho me acordou.

- Alfonso! - Meu pai me repreendeu.

- Mas o quê? Eu nada... Pensei que tivesse dito pra você voltar a dormir.

- Não consegui voltar a dormir depois que você me acordou. - Ela me acusou novamente. Meu pai olhava como se estivesse se divertindo muito com a cena.

- Que feio, Alfonso. Acordando a pobre moça. - Agora os dois tinham formado um complô contra mim. Mas eu não ficaria por baixo.

- Se eu me lembro bem foi você que quase não me deixou dormir essa noite! - Respondi. Ela mostrou a linguá em resposta.

- Esses assuntos eu não preciso ouvir, não. - Disse meu pai, voltando a prestar atenção na tv. Anahí gargalhou.

- Será que sua tia Sandra se importa em fazer o café para três hoje? - Perguntei.

- Eu acho que ela vai adorar...

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora