Eu queria ir embora daquela festa com ela antes que algo de muito péssimo acontecesse, mas não tinha jeito de tira-la dali.
Ela conversava com o Christian, Dani, outros convidados vez ou outra, e com o tal Léo:
- Esse aqui é o Alfonso, um dos melhores advogados de Nova York. - Ela fez as apresentações - E esse aqui é o Leonard, o cantor da voz incrível que vimos outra noite.
- Assim eu fico sem graça, Annie - Respondeu o sujeitinho.
- Você é talentoso, não tem problema algum em reconhecer isso. - Em um gesto totalmente causado pelo ciumes, eu puxei Anahí pra mais perto de mim, praticamente a prendendo em meu abraço.
- Seu namorado não fala, Annie? - O sujeitinho perguntou.
- Só quanto tenho algo a dizer. - Respondi. Ele me encarou por um instante com o olhar cínico e um sorrisinho querendo aparecer. Podia prever um problema chegando.
- Normalmente ele não é tão calado - Disse Anahí - Digo; ele é sim, até conhecer melhor a outra pessoa. - Ela se corrigiu.
- Exatamente - Eu disse - E como acabo de te conhecer, não tenho muito o que dizer. - Anahí pareceu surpresa com a minha resposta. Parecia incomodada, para falar a verdade.
- Então, já sabem de qual banda vocês irão fazer os covers no próximo show? - ela perguntou, estava visivelmente querendo mudar de assunto.
- Smiths!
- Eu simplesmente amo Smiths! - Ela respondeu mais contente. Contente demais até.
- Então dessa vez não se esqueça de ir. Da ultima eu não te vi por lá.
- Mas eu fui. Estava lá sim, só precisei ir embora assim que o show acabou, certo? - Ela me encarou.
- Certíssimo! - Respondi.
- Uma verdadeira pena. Gostaria muito de ter falado com você naquela noite. Ainda tenho muita esperança de que um dia você aceite fazer um dueto comigo no palco - E então ele me encarou - Você deveria ouvir a Anahí cantando, é incrível. - Ele provocou. Era um verdadeiro desgraçado filho da mãe aquele Léo.
- Já ouvi - Retruquei - Sempre ouço. Hoje mesmo; por exemplo, eu tive o prazer de ouvi-la em uma participação especial com a Florence And The Machine. - Eu provoquei. Entraria no jogo daquele infeliz, seja qual fosse, e ganharia.
- Esse prazer eu nunca tive - O sorriso dele se estendeu para ela - Infelizmente.
- Ele me pegou em um momento de euforia - Anahí se defendeu.
- Eu amo seus momentos de euforia. - Comentei, e estava prestes a beija-la quanto o peste nos interrompeu.
- Talvez a gente possa fazer um dueto agora então, o que acha? - E talvez ele quisesse mesmo uma boa briga, não?
- Não sei se é uma boa ideia. - Ela disse.
- Qual é? Eu estou com o meu violão aí e não acho que o Chris vá se importar.
- O Chris também é um excelente cantor - Me intrometi - talvez seja melhor fazer um dueto com ele, até porque a festa é dele.
- Eu sei que o Chris também é excelente, mas... - Então o desgraçado foi interrompido pelo próprio Christian, que trazia dois copos em suas mãos.
- Eu sou excelente o quê? - Ele perguntou e entregou os copos para Annie e para mim.
- Cantor. - Respondi.
- Isso a Annie também é. - Disse Christian.
- E é por isso que eu estou pedindo gentilmente para ela fazer um dueto comigo, agora. Isso claro, se você não se importar, Chris.
- E por que me importaria? Fiquem à vontade. Eu vou adorar ver isso. - Naquele momento tive serias duvidas sobre a opinião de Christian a respeito do meu namoro com Anahí. Sempre achei que ele não fosse contra, mas agora parecia que ele estava ajudando o sujeitinho filho da mãe.
- E o que cantaremos? - Perguntou Leonard visivelmente satisfeito.
- Não faço ideia. - Disse Anahí, aparentemente não tão satisfeita assim.
- Vamos... A gente resolve isso já!- Ele insistiu. Vi no olhar dela que ela estava tão incomodada quanto eu naquela situação.
...
O som do ambiente foi abaixado e todos aguardaram pela dupla. Léo pegou seu violão, e então os dois começaram. Ela realmente não estava à vontade e eu sabia disso, ao contrario dele que parecia feliz demais com tanta atenção.
A musica escolhida por eles? Bem, foi no minimo um desaforo. Runaways, do The Killers; não era apenas um desaforo, era um pedido de briga, que eu tinha a certeza de ter sido escolhida propositalmente por ele:
"Cabelos loiros esvoaçando nos ventos de verão, uma menina de olho azul brincando na areia. Eu estive nos trilhos por um tempo, mas aquela foi a noite em que ela desmoronou e segurou a minha mão / O ímpeto adolescente, ela disse: Não somos todos nós apenas fugitivos? Nós temos tempo, mas não tanto assim. Não podemos esperar até amanhã / Você precisa saber que isso é real; querida, por quê você quer lutar contra isso? É a única coisa que você não pode fazer. / Ficamos noivos numa noite de sexta-feira e eu jurei por nosso futuro filho que eu poderia cuidar de nós três. Mas eu tenho tendência a errar quando as noites ficam selvagens, está no meu sangue. / Ela disse que talvez pudesse simplesmente fugir pra outro lugar; algum lugar bom, não podemos esperar até amanhã. / Você precisa saber que isso é real, por quê você quer lutar contra isso? É a única coisa que você não pode fazer. Vamos tentar, não podemos perder, não somos todos nós apenas fugitivos? / Eu soube disso quando te conheci, não vou deixar você fugir. Eu soube quando eu te abracei, eu não estava de deixando ir. / Nós costumávamos olhar pras estrelas e confessar nossos sonhos. Nos abraçarmos até o dia clarear. Nós costumávamos rir, agora nós só brigamos, você está se sentindo sozinha agora?..."
Para mim era como se a musica dissesse que eles tinham mais historia do que eu poderia imaginar. Talvez eles tivessem tido realmente algo antes de eu aparecer. Rezei para estar errado.
Os convidados estavam achando o dueto acústico maravilhoso. Cantavam e batiam palmas junto com os dois, e a cada frase, a cada trecho cantado, eu sentia meu ódio crescer por dentro. Até mesmo Anahí que começou um tanto travada, acabou se soltando ao longo da canção, e então os dois pareciam extremamente à vontade juntos, como se já tivessem feito aquilo varias vezes antes.
Eu estava no limite da raiva, a ponto de fazer uma loucura sem tamanho, quando Christian se aproximou:
- Relaxa! - Ele disse.
- Foi você que deu a entender que ele gosta dela. - Lembrei, pois queria deixar claro que se algo de péssimo acontecesse a culpa seria dele.
- E ele é. Desde que conheceu Anahí ele é louco por ela. Eu apresentei os dois pois pensei que combinavam.
- E você quer que eu relaxe? - Ironizei, em seguida dei um gole na minha bebida torcendo para que ela me devolvesse a calma necessária.
- Ele faz covers das bandas que ela gosta. Ele já deu tanto a entender que gosta dela. Ele investiu durante meses, e sabe o que ele conseguiu até agora? Nada! A verdade é que eu tenho que admitir que me enganei, ele nunca teve a menor chance, e depois que ela te conheceu eu percebi que eles não combinam em nada. Foi você que ela escolheu, não acabe estragando tudo por um ciumes sem sentido. - As palavras de Christian me devolveram um pouco a calma, mas ainda restava saber uma coisa.
- E por quê essa musica?
- Pura provocação. Você é um homem inteligente, não se deixe levar por provocações. - E então ele conseguiu me devolver a calma que eu queria e precisava.
Ao final todos aplaudiram, até mesmo eu. Anahí veio em minha direção e tudo o que eu queria era tira-la dali, agora até mais do que antes, mas por motivos completamente diferentes. Se antes era por ciumes e insegurança, agora era porque eu queria ela, demais...
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Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.
RomanceAdvogado, rico, de família rica, bem-sucedido, poderoso, amedrontador, ríspido e sem tempo pra perder! Esse ERA Alfonso Herrera. Uma parada em uma certa manhã em um certo café e tudo mudou. Ela era encantadora e perfeita demais. Talvez Anahí fosse u...