Cap. 83

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Meu pai nunca tinha estado no meu apartamento antes e admirava o lugar com curiosidade. Seria engraçado vê-lo admirando o lugar daquela forma, feito uma criança curiosa, se eu não estivesse realmente muito irritado. 

Anahí deve ter percebido meu estado de nervos, pediu licença para o meu pai e me arrastou para o quarto, não que ela fosse me acalmar com uma sessão de carinhos no qual eu me sentia merecedor, mas seria ela a me dar uma bronca: 

- Você não pode brigar com o seu pai! - Ela mandou. 

- Mas ele merece uma bronca. Ele foi irresponsável. 

- Não importa! Você não percebe? Não prestou atenção no que ele disse? - Tentei me lembrar do que ele tinha dito palavra por palavra. 

- Ele disse que não aguentava minha mãe ... 

- Isso não! - Ela me interrompeu - Ele disse que ainda consegue andar, mastigar, falar... Que ainda não é um inválido. - Ainda não entendia em que ponto ela estava querendo chegar. 

- E o que tem isso? 

- A doença do seu pai está progredindo lentamente. Ele ainda consegue fazer coisas por conta própria e ele quer fazer enquanto ainda pode. Vai chegar um momento em que ele vai depender de alguém pra tudo... Ele quer aproveitar o tempo de liberdade que lhe resta, Poncho. Não brigue com ele por isso... 

A cara que ela fez não poderia ser mais piedosa. Ela percebia as coisas que eu não conseguia enxergar. Era como se tivesse sido envida dos céus para apaziguar minha vida. Eu não conseguia mais me imaginar sem ela e em momentos como esse eu só poderia agradecer por te-la ali, do meu lado. 

Voltamos a sala e Anahí perguntou ao meu pai se ele estava com fome, ele respondeu que sim e naquele momento percebi que também estava. Ela foi pra cozinha e eu tratei logo de ligar para minha mãe. Por pior que ela fosse, ela também tinha ficado preocupada: 

*Mãe?* 

*Achou o seu pai?* 

*Ele está aqui em casa.* 

*Pelo amor de Deus. O que deu no seu pai? Como ele foi parar ai?* 

*Ao que me consta ele não te aguentava mais.* Alfinetei. 

*Pois divirta-se com ele então.* Ela desligou irritada. Eu tive que rir, ela gostava tanto de ser irritante, era bom irrita-la assim. 

Voltei a cozinha e tive uma das melhores cenas da minha vida. Minha namorada e meu pai, cozinhando juntos, rindo juntos, algo com o que eu poderia me acostumar. Era a imagem da minha família... 

Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.Onde histórias criam vida. Descubra agora